8,6 milhões de benefícios foram requeridos na agências do INSS.
Dados da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps) apontam que foram expressivos os atendimentos do INSS, em 2014. Ao todo, 56 milhões de demandas ao teleatendimento terceirizado. Foram movimentados 25,6 milhões de processos previdenciários e acidentários e assistenciais, recebidos 8,6 milhões de requerimentos de benefícios nas agências do INSS.
De acordo com a Anasps, a Previdência teve uma arrecadação líquida de R$ 337,5 bilhões, pagou R$ 394,2 bilhões de benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), com um déficit de R$ 56,6 bilhões, e pagou ainda R$ 37, 7 bilhões de benefícios de Prestação Continuada a idosos e deficientes e Renda Mensal Vitalícia, com recursos fiscais.
O presidente da Anasps, Alexandre Barreto Lisboa, lamentou que quase 70% dos benefícios sejam de um salário mínimo, inclusive os 9,2 milhões de rurais, 8,7 milhões de urbanos e 4,2 milhões de assistenciais. “Ninguém quer contribuir para uma Previdência que paga apenas um salário mínimo, o mesmo que recebem os 4,2 milhões que não contribuíram”, apontou.
“Esses dados mostram a dimensão do trabalho desenvolvido pela Previdência, com apenas 37 mil servidores do INSS, em exercício, sendo que 10 mil recebendo abono de permanência e continuando no trabalho, pois já tem tempo para a aposentadoria, disse Paulo César Regis de Souza, vice presidente executivo da Anasps.
Mais não é feito, disse Souza, principalmente na área de financiamento, porque tiraram da Previdência a arrecadação e a dívida ativa, incorporadas pela Fazenda. O déficit é decorrente da onda de renúncias e desonerações, da pífia fiscalização, e da robusta sonegação de R$ 111,2 bilhões, cerca de 30% da receita liquida, e da baixíssima recuperação de crédito na divida ativa e que é superior a R$ 300,0 bilhões, apontou.
Somente em 2014 foram concedidos 5.111.030 benefícios, sendo 4,2 milhões urbanos e 996,1 mil rurais, no valor de R$ 5,4 bilhões, dos quais R$ 4,7 bilhões urbanos e R$ 721,8 milhões rurais, com valor médio de R$ 1.052,62, sendo R$ 1.130,15 urbano e R$ 724,58 rural.
Ainda em 2014, deram entrada nas 1.500 unidades de atendimento do INSS em todo o país 8.625. 968 novos requerimentos de benefícios, sendo 4.706.650 por incapacidade e 3.919.438 previdenciários e assistenciais. Destes, 5.211.030 foram concedidos e 3.138.186 foram indeferidos.
“Convenhamos que foi expressivo o indeferimento de 36,38%, Os maiores indicadores de indeferimento são dos benefícios por incapacidade, principalmente auxilio doença, quase 2 milhões, contra 1,2 milhão de benefícios previdenciários e assistenciais. Não é sem razão que o Executivo queira melhorar o controle da concessão do auxílio doença, que pressiona a perícia médica e o caixa do INSS”, assinalou o vice-presidente da Anasps.
Paulo César chamou a atenção para a necessidade de que sejam oferecidas melhores condições para que INSS continue prestando serviços de qualidade aos seus 32 milhões de beneficiários e 60 milhões de segurados contribuintes. Na sua avaliação, a presidente Dilma deve apoiar os projetos que o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, pretende executar para melhorar o atendimento no INSS, principalmente pela escassez de servidores, em muitas agências das periferias das capitais e do interior, inclusive as agencias inauguradas nos últimos dois anos que apresentam séria deficiência de pessoal.
Brasília, 18h46min