Esse gasto, nas palavras do ministro Nelson Barbosa, é incompatível com a estabilidade fiscal e com o atual esforço do governo para buscar o reequilíbrio das contas públicas. Ele ainda considera o aumento indefensável do ponto de vista social e fiscal, além de dificultar a intenção do governo de controlar o aumento das despesas de pessoal.
Devido aos riscos fiscais, com possível efeito cascata para carreiras correlatas em outros órgãos e nos estados e municípios, o MP defende a manutenção do veto. Atualmente, há 117,5 mil servidores na folha de pagamentos do Judiciário, entre ativos e inativos, que serão contemplados pela proposta.
Cabe destacar que entre 2005 e 2008 todas as carreiras daquele Poder tiveram suas remunerações reajustadas em percentuais próximos a 60%. Entre 2009 e 2012, não houve reajuste, mas, a partir da negociação salarial de 2012, essas carreiras foram contempladas com o índice de 15,8%, pagos em três parcelas anuais entre 2013 e 2015. Ainda como parte da negociação, os servidores tiveram um reajuste salarial de 8,4% em janeiro de 2015.
Desde a aprovação do PL, o ministro Nelson Barbosa reuniu-se com parlamentares e com o Judiciário para alertar que os aumentos propostos no PL nº 28/2015 (PL n° 7.920/2014 na Câmara dos Deputados) não são compatíveis com o orçamento do governo neste momento. O governo sugeriu uma alternativa para o aumento dos servidores do Judiciário mais adequada ao cenário fiscal atual.
No último dia 12 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o MP chegaram a um acordo sobre o reajuste. A proposta prevê percentuais de aumento individual que variam entre 16,5% e 41,47%, distribuídos em oito parcelas semestrais ao longo de quatro anos, sendo a primeira em janeiro de 2016 e a última em julho de 2019.
Com essa proposta, o impacto na folha de pagamento deverá ser de 23,2% nos quatro anos. O reajuste será distribuído linearmente e o impacto após a última parcela será de R$ 5,99 bilhões ao ano. O maior percentual será pago para os servidores que ingressaram nos últimos anos, que não possuem incorporações e que recebem menores salários.
Brasília, 17h50min
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