Sindicato denuncia que a empresa se recusa a reconhecer a convenção coletiva da categoria metalúrgicaOs metalúrgicos da Chery, de Jacareí, paralisaram a produção por cerca de duas horas e meia na manhã desta terça-feira, dia 24, para exigir que a empresa assine a convenção coletiva da categoria, reconhecendo os direitos e salários praticados pelas montadoras da base sindical.
Desde agosto do ano passado, o sindicato tenta negociar com a montadora. Apesar disso, a empresa mantém, informou a entidade, a postura de se recusar a reconhecer os direitos da categoria e a própria legislação do país.
Os salários dos trabalhadores da Chery estão muito abaixo dos praticados pelas montadoras da região. Além disso, a empresa, destacou o sindicato, vem se utilizado de práticas ilegais relacionadas aos direitos e condições de trabalho, que são os piores possíveis.
Um exemplo disso é que as atividades de funilaria e solda são feitas de forma braçal, sem equipamentos adequados e desrespeitando as normas de segurança; isso deixa os trabalhadores expostos a um alto risco de doenças ocupacionais. Também há denúncias de péssima qualidade na alimentação.
Outro exemplo é a terceirização do setor de manuseio da empresa. O Sindicato e a central a qual é filiado, a CSP-Conlutas, condenam qualquer tipo de terceirização. Além disso, a medida infringe a própria CLT, que veta a terceirização nas “atividades-fim” dentro de uma empresa.
Amanhã acontece uma nova negociação entre o Sindicato e a montadora. Caso não haja avanço nas reivindicações, os trabalhadores podem entrar em greve, conforme decisão da assembleia de hoje.
A unidade de Jacareí possui cerca de 470 trabalhadores e fábrica o modelo Celer nas versões Hatch e Sedan.
No último dia 6, os metalúrgicos da Acteco, fábrica de motores da Chery, fizeram paralisação de 24 horas e também exigiram da montadora a assinatura da convenção coletiva.
No dia 6 de abril, a montadora entrega a primeira remessa de veículos a serem vendidos nas concessionárias. No ano passado, a Chery teve um faturamento de R$ 341 milhões.
“A Chery está pensando que o Brasil é a China. A montadora já está em pleno funcionamento, faturando alto no país e recebendo diversos tipos de incentivos ficais dos governos, portanto não existem motivos para continuar praticando salários e direitos inferiores aos que são praticados na categoria. Ou a empresa muda sua postura, ou haverá greve”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
Brasília, 13h30min