GREVE DO SERPRO CAUSA PROBLEMAS NO SISTEMA DE EMISSÃO DE PASSAPORTES

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A greve dos trabalhadores do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) está afetando serviços prestados pelo governo federal à população. Agora é a emissão de passaportes que foi suspensa desde o início da manhã desta segunda-feira (19/10) em todo o país devido a uma pane no sistema da Polícia Federal. 

Embora nem o governo federal, nem a direção da empresa assumam, essa pane é reflexo da greve dos trabalhadores, segundo o sindicato da categoria (Sinppd/RS). O sistema de emissão de passaporte é feito e mantido  na Regional da empresa em Porto Alegre, que está paralisada desde o dia 30 de Setembro. Uma mensagem eletrônica do Consulado-Geral do Brasil na cidade de Hamamatsu, no Japão, avisou que o serviço de concessão de passaportes está limitado devido à greve em todo o país.

Esse não é o primeiro problema que afeta os serviços do governo federal devido à paralisação nacional dos trabalhadores. Na sexta-feira passada, a SPOA (Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão) do governo federal admitiu que estão ocorrendo instabilidade nos sistemas devido à greve, que tem a adesão de 90% dos funcionários desse sistema – de acordo com a informação que a secretaria obteve do próprio Serpro.

A greve dos trabalhadores do Serpro iniciou no dia 30 de Setembro e, atualmente, está 14 estados. Todas as 11 Regionais da empresa estão paralisadas (RS, SC, PR, SP, RJ, MG, BA, PE, CE, Distrito Federal e PA). A greve também tem a adesão dos escritórios da empresa no ES, na PB e no PI.

DIREÇÃO DO SERPRO E GOVERNO FEDERAL NÃO QUEREM REPOR NEM MESMO AS PERDAS COM A INFLAÇÃO

Os trabalhadores exigem avanços na negociação da campanha salarial, que ocorre desde 1º de maio, data-base da categoria. Após 5 meses de campanha, a direção do Serpro e o governo federal querem pagar um reajuste salarial de 5,5%, índice que não repõe nem mesmo as perdas com a inflação, que foi medida em 8,17% pelo IPCA. Na proposta da empresa, os retroativos à data-base seriam pagos em duas parcelas em janeiro e em fevereiro de 2016. O Serpro ofereceu também uma cartela de tíquete a mais (a 14ª cartela) e compensação dos dias parados da greve com uso do banco de horas.

Os trabalhadores do Serpro não aceitam fechar acordo coletivo sem recuperar ao menos as perdas com a inflação na integralidade.

Brasília, 18h59min