AERONAUTAS E AEROVIÁRIOS FARÃO GREVES E PROTESTOS EM TODO O BRASIL

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Campanha salarial: trabalhadores rejeitam o reajuste salarial de 6,5% e farão manifestações nos aeroportos brasileiros, em 22 de janeiro, próxima quinta-feira.

Os aeronautas e aeroviários da base da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte da CUT (Fentac) farão paralisações e protestos no próximo dia 22 de janeiro (quinta-feira) em todos os aeroportos do país. A greve está prevista para acontecer das 6 horas às 7 horas da manhã e poderá ser por tempo indeterminado.

As categorias rejeitaram por unanimidade em assembleias, nesta quarta-feira (14), a proposta de reajuste salarial de 6,5%, ou seja, apenas 0,16% de aumento real oferecida pelo Sindicato Nacional das Empresas Aérea (SNEA), na última rodada de negociação da Campanha Salarial com a Fentac– na segunda-feira (12).

Os aeronautas também aprovaram a flexibilização da reivindicação de 9% de aumento nos salários e benefícios para 8,5%. A maioria dos aeroviários também aprovou o mesmo índice. O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA/CUT), que representa a categoria em 22 estados, termina suas assembleias nesta quinta-feira (15). As categorias reivindicam melhores condições de trabalho, bem como escalas que gerenciem a fadiga da tripulação e garantam a segurança de voo de todos.

Segundo o presidente da Fentac/CUT, Sergio Dias, a nova reivindicação de 8,5% é uma forma de demonstrar boa vontade das categorias na negociação. “Está nas mãos das empresas aéreas evitar o potencial caos aéreo no dia 22 de janeiro no Brasil”, alerta Dias.

A greve dos trabalhadores na aviação civil poderá ser prorrogada, caso as empresas aéreas não apresentem uma nova contraproposta salarial. Uma nova rodada de negociação entre a Fentac e o SNEA acontecerá na sexta-feira (16), às 14h30, na subsede do SNA, em São Paulo.     Ofício de greve   Os sindicatos filiados à Federação irão protocolar a partir desta quinta-feira (15), os ofícios de greve para as empresas aéreas Gol, Azul, TAM e Avianca. O direito à greve é assegurado pela Lei (7.783/89), que permite aos trabalhadores a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.   Boletim aos trabalhadores   Os dirigentes estão distribuindo boletins aos trabalhadores nos aeroportos para esclarecer sobre o direito à greve e informar como será a mobilização do dia 22 de janeiro.   Informe aos passageiros em rede nacional   Pensando no bem-estar dos usuários do transporte aéreo, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA/CUT), que representa os pilotos, copilotos e comissários de voo, veicula a partir desta quinta-feira (15), nos principais meios de comunicação do País um informe publicitário sobre os motivos da greve, alertando aos passageiros para que não comprem passagens para o dia 22 de janeiro, das 6h às 7h da manhã, e, que se possível, antecipem suas viagens. As categorias contam com o apoio da sociedade e com o bom senso das empresas aéreas para que transtornos sejam evitados”, destaca um dos trechos da nota ao público.   Em Campanha A data-base das categorias é 1º de dezembro e estão em campanha cerca de 70 mil aeronautas e aeroviários em todo o País. A base da Federação é representada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA/CUT), pelos Sindicatos regionais dos Aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Campinas, Recife e pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA/CUT), que representa 22 estados.

Aeroviários:  são responsáveis pela segurança do voo em solo: agente de proteção (APAC), agente de rampa, operador de equipamentos, agente de aeroporto (check-in), mecânico de voo, despachante de voo entre outros. Total: 52 mil trabalhadores.  Aeronautas: são responsáveis pela segurança do voo na aeronave: comissário (a) de voo, comandante (piloto), copiloto entre outros. Total: 18 mil trabalhadores. Hotsite da Campanha

hotsite(www.aeronautaseaeroviarios.com.br) e www.fentac.org.br

Por meio de nota, as companhias aéreas, ao contrário, afirmam que propõem reajuste salarial para aeroviários e aeronautas acima da inflação.

No documento, as companhias aéreas Integrantes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) e da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR – AVIANCA, AZUL, GOL e TAM), informam que propuseram a aeronautas e aeroviários um reajuste salarial de 6,5%, ante uma inflação de 6,33% apurada em 2014 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Na primeira quinzena de dezembro, as companhias já haviam se antecipado ao desfecho das negociações ao conceder os 6,33% nas contas de seus colaboradores. “Somos um setor que mantém o poder de compra dos seus colaboradores”, afirma o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.   É importante lembrar que o setor aéreo tem sido afetado por crises mundiais, com volatilidade da cotação do dólar em relação ao real e do preço do barril de petróleo, entre outros fatores alheios à operação aérea. Consequentemente, os resultados financeiros das companhias aéreas têm registrado forte impacto negativo.   “Cerca de 70% das cláusulas colocadas na mesa de negociação por aeronautas e aeroviários foram aceitas. Além do reajuste salarial de 6,5%, foi proposto um aumento no valor do vale alimentação de 7% e um reajuste na apólice do seguro de vida de 11%”, destaca a entidade patronal. 

Brasília, 19h50min