Uma DR do bem: Renata Castro Barbosa e Léo Castro fazem quadro em que brincam com o amor nos tempos de pandemia

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Namorados na vida real, Renata Castro Barbosa e Léo Castro estrelam quadro em que casal vive as dificuldades e as delícias da quarentena a dois

Quando um casal diz que vai ter uma DR logo vem à mente duas pessoas discutindo, provavelmente ferindo-se e pondo a relação em risco. Não se estiverem em questão os atores Renata Castro Barbosa e Léo Castro. Eles estrelam o quadro de humor DR – Diálogos risíveis, filmado durante a quarentena do apartamento dela para o Zorra, programa de humor que a Globo exibe aos sábados à noite.

Na tela, eles vivem Bia e Maurício, um casal que enfrenta a quarentena ficando juntos muito mais tempo do que estavam acostumados, como tem acontecido na vida fora das telas com vários casais. “Não temos tantas semelhanças com eles… Eles brigam bastante, se implicam e não curtem a quarentena em nada. Já nós, tirando toda a tragédia lá de fora, nos divertimos um com o outro dentro de casa”, compara Renata, em entrevista ao Correio.

Léo completa: “Acredito que a realidade dos casais confinados se assemelhem bastante com a do Maurício e Bia. Mas a nossa está muito tranquila como casal, até porque começamos a morar juntos por conta da quarentena. Até então tínhamos apenas cinco meses de namoro. Tudo eram flores e agora está virando jardim (risos).”

A ideia do DR – Diálogos risíveis veio, como diz Renata, para não pirar. “Nós só queríamos alimentar nossas redes sociais, nos divertir e divertir as pessoas. Era pra ser uma brincadeira. Postamos nas nossas redes e as pessoas curtiram. Quando o Zorra voltou, fazendo gravações remotas. Gabriela Amaral, chefe de redação, achou que seria interessante juntar tudo”, detalha a atriz.

Como as cenas são gravadas da casa de Renata, para onde Léo se mudou durante o período de isolamento social, um dos desafios era a parte técnica das esquetes. O improviso imperou e não é raro que a iluminação venha de um abajur, de lâmpadas penduradas com cordas pela casa inteira e a imagem seja captada por um celular.

“Quando eu falei pra Renata que eu ia passar cordas pelo teto todo do apartamento para servirem de suporte para a iluminação improvisada, tinha certeza que ela terminaria o relacionamento e me jogaria na rua mesmo com um vírus mortal lá fora. Para minha surpresa ela permitiu e se empolgou com a ideia. Eu tinha duas câmeras paradas em casa e a mágica é fazer tudo funcionar ao mesmo tempo. Com a equipe do Zorra orientando tudo ficou mais fácil. Eles sabem muito e estão tendo uma paciência de Jó com a gente”, conta Léo, aos risos.

O ator aproveita para deixar bem claro que a DR entre ele e Renata sempre significa Diálogos risíveis, deixando o famoso discutir a relação para depois. “A gente ri um do outro o dia inteiro. É muito fácil conviver porque somos muito parecidos e, como atores, somos muito observadores. Geralmente entendemos o que desagrada o outro por uma pequena reação ou olhar. Somos melhores juntos”, afirma, apaixonado.

Entrevista// Renata Castro Barbosa e Léo Castro

Foto: Sergio Santoian/ Divulgação. Renata Castro Barbosa e Léo Castro levam para a ficção as agruras de um casal que poderia ser real

Como separar as vidas de Maurício e Bia da de vocês? O quadro traz muita inspiração na realidade?

Renata: Não temos tantas semelhanças com eles… Eles brigam bastante, se implicam e não curtem a quarentena em nada. Já nós, tirando toda a tragédia lá de fora, nos divertimos um com o outro dentro de casa.

Léo: Acredito que a realidade dos casais confinados se assemelhem bastante com a do Maurício e Bia. Mas a nossa está muito tranquila como casal, até porque começamos a morar juntos por conta da quarentena. Até então tínhamos apenas cinco meses de namoro. Tudo eram flores e agora está virando jardim (risos).

A ideia de usar a pandemia para fazer o quadro partiu de vocês mesmos? Como foi?

Léo: Nasceu da vontade de trabalhar para não enlouquecer. Antes da pandemia já vínhamos conversando com o Nelito Fernandes e com a Martha Mendonça, dois dos redatores chefes do Zorra, sobre montar uma peça com um texto deles. Durante a pandemia descobrimos que ele tinha um livro que nunca foi publicado em que o assunto eram diálogos de casais. Aí, foi juntar a fome com a vontade de comer.

Renata: O Zorra não tinha previsão de volta e nós estávamos pirando. Nós só queríamos alimentar nossas redes sociais, nos divertir e divertir as pessoas. Era pra ser uma brincadeira. Postamos nas nossas redes e as pessoas curtiram. O Gshow se interessou e, quase ao mesmo tempo, o Zorra voltou, fazendo gravações remotas. Gabriela Amaral, chefe de redação do Zorra, achou que seria interessante juntar tudo. Para nós, foi uma decisão maravilhosa. Estamos nas nuvens.

Por ser gravado na casa da Renata, a produção do quadro deve ser mais “caseira”, sem acesso a muitas câmeras ou figurinos e maquiagem. Como fazer para o caseiro não se confundir com o amador?

Renata: Começamos gravando com o celular e um abajur de casa mesmo, mas quando soubemos que iria pro Zorra, investimos em luz, que no nosso caso quer dizer: luminárias chinesas, lâmpadas fortes, muitas cordas, bocais e fios… Todos pedidos pela internet e pendurados por toda minha casa (risos).

Léo: Quando eu falei pra Renata que eu ia passar cordas pelo teto todo do apartamento para servirem de suporte para a iluminação improvisada, tinha certeza que ela terminaria o relacionamento e me jogaria na rua mesmo com um vírus mortal lá fora. Para minha surpresa ela permitiu e se empolgou com a ideia. Eu tinha duas câmeras paradas em casa e a mágica é fazer tudo funcionar ao mesmo tempo. Com a equipe do Zorra orientando tudo ficou mais fácil. Eles sabem muito e estão tendo uma paciência de Jó com a gente (risos).

No quadro DR é Diálogos risíveis. Na vida, há muita discussão de relação num período em que vocês têm que conviver 24 horas, sem sair de casa a não ser para serviços essenciais? Ou está mais para diálogos risíveis mesmo?

Léo: Com certeza Diálogos risíveis! A gente ri um do outro o dia inteiro. É muito fácil conviver porque somos muito parecidos e, como atores, somos muito observadores. Geralmente entendemos o que desagrada o outro por uma pequena reação ou olhar. Somos melhores juntos.

Renata, você atuou em Tieta no início da carreira. A novela entrou em 8 de junho no catálogo do GloboPlay. Que recordações tem dessa época? A novela foi importante de alguma forma na sua carreira?

Renata: Essa novela é um dos meus quindins! Amo!! Tenho recordações maravilhosas! Era uma época tão boa… Aprendi tanto. Ainda não existia o Projac e viramos uma família mesmo. Chamo a Bete Mendes até hoje de mainha! Com certeza foi um divisor de águas. Foi onde aprendi a parte técnica da coisa, onde comecei a entender como aquilo funcionava, onde dei meu primeiro beijo cênico… Enfim… Leticia, minha personagem, é meu xodó! Eu tinha 13 anos e ela foi minha primeira personagem maior, cheia de conflitos e nuances… Me ensinou tanto! Fora que a equipe era sensacional!

Vocês fazem teatro num país que vive um momento em que os palcos não são muito valorizados pelos governos. Como se reinventar nas dificuldades e não desistir?

Renata: Só com muito amor, dedicação, persistência e muita fé. Espero que a pandemia sirva pelo menos pra entenderem, de uma vez por todas, a importância da cultura para um país. Não vejo a hora de voltar pros palcos.

Léo: Nunca contei com o apoio de governo algum. Desde de que o Brasil é o Brasil a cultura nunca foi uma prioridade governamental. Confesso que esse atual governo, além de não ajudar, faz questão de atrapalhar. Mas sejamos sinceros, eles entregam a piada pronta na mão da gente, trabalho fácil… Sofrido, pelo vasto leque de absurdos, mas fácil.

A situação política do país e do mundo sempre foram matéria prima para humoristas. O Brasil de hoje rende mais graça do que o de alguns anos atrás? Porque?

Renata: Acho que a política no nosso país sempre rendeu graça, mas acho que agora ela passou a fazer o gênero teatral do absurdo. Porque? Nossa… tantas coisas, ou melhor, por qualquer coisa vinda do governo, pode escolher.

Léo: A arte é um espelho da sociedade. Logo, a política sempre será assunto, sempre será matéria-prima dos comediantes. Na verdade, este governo gera menos graça porque traz consigo a desvalorização humana. Mas como piada eles são os melhores do ramo. Qualquer discurso, eu disse qualquer ー pode ser uma fala do presidente ou de qualquer ministro que ele escolheu ー é um sem fim de piadas prontas. O mais engraçado é que seus seguidores, na tentativa de defendê-los, geram novas piadas. É piada de sobra.

As últimas temporadas do Zorra foram baseadas em piadas vindo da realidade. Até que certo ponto o humor se aproxima de uma crônica social?

Renata e Léo: Caminham juntos sempre.O humor é uma crônica social.

Qual é a importância do humor num momento de pandemia e isolamento social?

Renata: Acho que tão importante quanto o ar.

Léo: O humor tem importância em todos os momentos, a pandemia só nos coloca de frente para a possibilidade de enxergar essa importância melhor. Na pandemia rir é buscar manter a sanidade mental. Cada meme, cada filme, série, ou outros conteúdos de humor é um alívio.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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