Após ter sido lançada com exclusividade no Globoplay, minissérie Assédio estreia com exibição às sextas depois do Globo repórter
No ano passado, a Globo disponibilizou no Globoplay a minissérie Assédio e até divulgou o primeiro episódio na Tela quente no período (na época, publicamos a crítica, confira aqui), porém, só a partir desta sexta-feira (3/5), a produção será exibida oficialmente na televisão, sempre depois do Globo repórter.
Com roteiro de Maria Camargo e direção de Amora Mautner, a minissérie é inspirada num caso real que ganhou bastante proporção no Brasil: a investigação e o julgamento do médico especialista em reprodução Roger Abdelmassih, que foi condenado por estupro de mais de 40 mulheres.
Motivos para assistir Assédio, da Globo
1. A história em si
Retratada em 10 episódios, a história é focada nas vítimas do médico, que, na produção, ganha o nome de Roger Sadala (Antonio Calloni). A narrativa começa pelo ponto de vista de Stela (Adriana Esteves), uma mulher que sonha em engravidar. Mas vê o desejo se tornar pesadelo quando é abusada, durante o processo, pelo médico. O estupro faz a vida da personagem desmoronar. Ela vê o casamento terminar, perde o prazer no trabalho, entra em depressão, tudo isso sem falar com ninguém do estupro.
Só que não é apenas Stela que está passando por isso. Então, a minissérie vai mostrando outras mulheres que foram vítimas do especialista. A cada episódio, Assédio foca em uma personagem diferente e vai mostrando os dramas de Eugênia (Paula Possani), Maria José (Hermila Guedes), Vera (Fernanda D’umbra) e Daiane (Jéssica Ellen), mulheres que ajudam a construir a acusação contra Roger.
Em meio a essa história, a produção ainda aborda a relação abusiva do médico com a mulher dele, Glória (Mariana Lima), a quem ele trai constantemente; e o começo da investigação do caso iniciada com a repórter Mira (Elisa Volpatto), que foi quem recebeu a primeira denúncia contra Sadala, até seguir para os desdobramentos, como o julgamento do caso.
2. O tema
Assédio é uma produção difícil de assistir. As cenas são fortes, chocantes e causam impacto — e não serão cortadas para a exibição na tevê. Mas esse é um dos maiores motivos porque a minissérie deve ser vista e exibida na televisão aberta. Os casos de abuso sexual no Brasil são uma dura realidade no contexto do país. Sem falar no número de estupros que não são denunciados. Então a minissérie tem também um papel de alerta.
3. As atuações
Além de ter um papel importante socialmente falando, Assédio faz um ótimo trabalho no aspecto de produção televisiva, com um visual ótimo e atuações de tirar o chapéu.
Antonio Calloni entrega um personagem que dá nojo ao espectador, o que mostra a tão boa atuação do ator. Adriana Esteves, mais uma vez, é um dos destaques. É possível sentir do outro lado da tela a dor de Stela. Também é preciso destacar os trabalhos de Paula Possani, Mariana Lima e Elisa Volpatto. Mas o elenco, em geral, faz um ótimo trabalho, digno de prêmio.