Top of the lake: 5 motivos para ver a série que chega ao Crackle

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Produção da BBC terá os episódios divulgados às sextas no serviço de streaming Crackle. Confira 5 razões para acompanhar o drama policial

Top of the lake chegou à televisão ainda em 2013, e agora chega ao Crackle com episódios inéditos toda sexta. Sob o comando de Jane Campion e Gerard Lee, a premissa da produção é relativamente simples: mostrar o trabalho da detetive Robin Griffin (Elisabeth Moss) em seu cotidiano de investigações.

Robin é uma mulher com uma personalidade única, que por conta de anos de tragédias e problemas pessoais se transformou em alguém pouco social. Ela tem a vida voltada ao trabalho com a ânsia de tentar reverter os próprios problemas buscando justiça às vítimas de assassinatos cruéis.

Diferentemente de outras produções que mostram o trabalho da polícia, Top of the lake opta por uma abordagem mais reflexiva e contemplativa, em que a realidade e a verossimilhança de uma investigação é mais importante do que os cliffhangers. A produção, que tem características de antologia, é dividida em duas temporadas.

No primeiro ano – produzido pelo canal norte-americano Sundance –, o público acompanhou os trabalhos de Robin ao investigar o desaparecimento de uma garota de 12 anos na Nova Zelândia. Já na segunda temporada – produzido pelo canal britânico BBC –, o enredo mostra as investigações de um corpo achado dentro de uma mala nas praias da Austrália.

Crédito: Divulgação/Crackle – A atriz Nicole Kidman faz parte do elenco de Top of the Lake – China Girl.

Confira 5 motivos para acompanhar Top of the lake:

1. Bons mistérios

O “gênero” de drama policial não é algo inédito na televisão. Pelo contrário, o nascimento do estilo data de muito tempo atrás. Porém, desde o começo dos anos 2000, tais produções ganharam uma espécie de respiro, e Top of the lake, entrou nessa onda.

Entretanto, diferentemente de outras produções, que às vezes apostam em mistérios simplórios em busca de um hit rápido, a série guiada por Elisabeth Moss se apresenta solidificada em um mistério que não é a finalidade da produção, mas seu meio. Os casos que o público acompanha são uma forma da série entregar a mensagem que aborda e não uma simples base para manter audiência.

As mortes têm uma ligação íntima com o que o enredo pretende abordar, entregando uma história com início, meio, e fim bem construídos.

Crédito: Divulgação/Crackle – A praia australiana é o cenário dos mistérios de Top of the Lake.

2. A presença de Elisabeth Moss

A jovem atriz não é desconhecida do público e dos críticos. Já premiada por outros trabalhos que vão da veterana Mad men até a novata The handmaid’s tale, Elisabeth Moss já deixou claro que entra em projetos que não estão para brincadeira.

Com Top of the lake não foi diferente. A britânica entrega uma personagem densa, desequilibrada e ao mesmo tempo forte e decidida. São camadas que Elisabeth apresenta ao público delicadamente, tornando Robin uma atração a parte na série.

3. Elenco de qualidade

Como se não bastasse a importância de uma protagonista do peso de Elisabeth Moss, Top of the lake também tira uma carta da manga: o elenco de apoio. Diferentemente de outras produções, que constroem esse núcleo sem grandes ambições, a série aposta em nomes que são referências na indústria.

A australiana Nicole Kidman aparece na segunda temporada para compor um elenco definitivamente estrelado. Já na primeira fase da história, o telespectador pode acompanhar um pouco o trabalho de nomes como Holly Hunter e Peter Mullan.

4. Girl power

Além do já feminista local de fala de uma mulher à frente de uma equipe de investigação, Top of the lake também desponta em outros elementos quando o assunto é apresentar mulheres fortes em sua produção – o que pode ser refletido pela presença de uma showrunner no comando da série.

No primeiro ano, acompanhamos um pouco do funcionamento de uma comunidade formada apenas por mulheres. Apesar da relação entre a líder e as seguidoras não serem perfeitamente harmônica, o núcleo já aponta para o valor moral de tal plot.

Na segunda temporada, a força feminina aparece mais ainda. A chegada de Miranda (Gwendoline Christie), a nova parceira de Robin, que tem um aspecto mais masculino e enfrenta vários obstáculos dentro da corporação por conta disto, acentua o tom antimachista da produção.

5. Fotografia cinematográfica

Poucas pessoas entendem a importância da fotografia, mas ela tem papel-chave dentro de uma produção. A fotografia é responsável por dar identidade ao filme ou a série. Por exemplo, Sin city foi uma produção marcada pela fotografia. Mesmo com astros “classe A” e grandes cenas de ação, quem foi assistir ao filme, provavelmente, se lembrará mais de a identidade em preto, branco e vermelho do qualquer outra coisa.

Essa personalidade também faz a diferença em Top of the lake. O cenário e a composição de identidade visual (diferenciada na primeira e na segunda temporada) formam uma espécie de vínculo com o enredo que ajuda a história a ser contada de uma forma única, e mais próxima do público.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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