Thelma Assis, a Thelminha, fala ao Próximo Capítulo sobre racismo e medicina. De quebra, dá dicas para o vencedor do BBB21 aproveitar bem o prêmio. Confira!
Por Roberta Pinheiro
Esta semana marcará o fim da 21ª edição do BBB, cuja final deverá ser transmitida ao vivo na terça-feira. Estão no páreo pelo prêmio de R$ 1,5 milhão Juliette, Gilberto, Fiuk e Camilla. O Próximo Capítulo bateu um papo com Thelma Assis, campeã do BBB20. Médica, Thelma tem um quadro sobre saúde no programa Bem-estar, na Globo, comanda o talk show Triangulando, no YouTube, e largou tudo para atuar na linha de frente do combate à covid-19 em Manaus, ano passado. Ao próximo milionário, Thelma deseja serenidade para exercer a influência de um campeão para o bem.
Entrevista// Thelma Assis
O BBB21 está na reta final. O que você diria aos brothers que ainda estão na casa e qual conselho você daria para o brother vencedor?
O conselho que eu daria é para eles aproveitarem ao máximo essa experiência, porque depois ficam as saudades dos momentos vividos. Para o vencedor, desejo sabedoria para usufruir do prêmio e que use sua voz para influenciar positivamente as pessoas aqui fora.
Depois de um ano da final do BBB20, como você avalia as mudanças na sua vida?
Minha vida mudou bastante. Colhi muitos frutos, inúmeras portas foram abertas. Muito além do prêmio financeiro, a minha participação no reality foi muito positiva na minha vida. Eu me vi em capas de revistas, concedendo entrevistas para veículos renomados, fazendo campanhas para marcas que sempre admirei, contando a minha história, sendo inspiração para milhares de meninas e mulheres pretas, que agora se veem representadas não só em mim, mas em outras profissionais incríveis que também vêm ganhando notoriedade em suas carreiras.
Assim como no seu BBB, este ano, o reality tocou no ponto do racismo. O que acha que ainda falta para termos uma sociedade sem preconceitos?
Conscientização, sensibilidade e empatia. A informação está acessível para todos, mas falta conscientização das pessoas em buscar mais informações, sensibilidade e empatia com a dor dos outros e pensar no coletivo. Nossa luta para conquistar todos os espaços é histórica, vai muito além de questões estéticas, são feridas muito mais profundas. Ela mexe com quem somos, com o que passamos diariamente, com o ódio contra nós simplesmente por sermos quem somos.
Desde que saiu do BBB, você assinou e estrelou campanhas para várias marcas. Acha que existe uma mudança de paradigma no mercado?
Sim. O cenário está pouco a pouco mudando. Hoje, consigo enxergar mais representatividade nas campanhas publicitárias, no mercado de trabalho em geral. Isso é muito importante e reforça a importância de continuarmos lutando pela igualdade de uma maneira em geral, mas essa luta ainda está longe de terminar.
Como colaboradora médica fixa do programa Bem estar, na TV Globo, qual a importância que você enxerga no combate a fake news, sobretudo, em tempos de pandemia?
O combate a fake news é extremamente importante nesse momento. Muitas informações falsas acerca de tratamentos precoces e curas milagrosas têm sido espalhadas por aí. Reforço para sempre acreditarem apenas nas recomendações de fontes confiáveis, como os órgãos científicos que estão atuando na linha de frente das pesquisas sobre o covid-19.
Antes do BBB, você também tinha um canal no YouTube sobre medicina. Como vê o papel da comunicação na medicina?
O papel do médico também é o de levar informação a pacientes. Sempre achei importante levar essa comunicação de uma forma menos técnica, em uma linguagem que seja de fácil compreensão para as pessoas. Poder aliar isso com os meios digitais, por meio da minha imagem e do alcance que recebi com a minha participação no reality show, é uma maneira de poder agregar com a transmissão de informações importantes e relevantes com embasamento. Ainda mais em um momento como o que estamos passando, em que fake news estão cada vez mais frequentes e confundem as pessoas.
Como foi atuar no combate à covid-19 em Manaus? O que mais chamou a atenção?
Foi uma experiência impactante. Já vivi muitas coisas na medicina e esse cenário de pouco investimento e valorização no sistema público sempre foi comum, infelizmente. O que mais me chamou a atenção era a quantidade de pessoas jovens, de 30, 40 anos, em situação grave. Deixo aqui minha solidariedade a todas as famílias que perderam parentes e amigos e, sobretudo, para meus colegas da área da saúde, que estão sendo verdadeiros heróis.
O que podemos esperar da segunda temporada do Triangulando?
A segunda temporada do Triangulando virá com ainda mais reflexões e temas relevantes e atuais. Além disso, os convidados são pessoas cheias de atitude, posicionamentos importantes e que têm muito conteúdo para enriquecer nossos diálogos. Tem muitas pessoas incríveis com quem gostaria de conversar!
