CBNFOT101120202208 2020. Crédito: Des Willie/Netflix. Cultura. Cena da quarta temporada da série The Crown.

The crown, Gangs of London, Seduced e His dark materials estreiam na tevê e no streaming

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Entre domingo e segunda-feira, a televisão fechada e o streaming lançam produções que valem a maratona. De The crown, sobre a realeza britânica, a Seduced, série documental sobre seita sexual norte-americana, confira o que assistir

Por Adriana Izel e Vinicius Nader

Apesar de darem início à semana, domingo e segunda-feira nem sempre são os dias escolhidos para as estreias no mundo televisivo. No entanto, desta vez, os serviços de streaming e a tevê fechada escolheram as datas para lançar atrações aguardadas pelo público. O Correio, então, destaca a seguir os quatro lançamentos que valem a sua maratona. Aproveite!

Conflitos da monarquia

Logo no cartaz da quarta temporada de The crown, estreia de hoje (15) na Netflix, o público já tem ideia de quem são as donas da ação neste ano. Dividem a foto — e os holofotes — as atrizes Emma Corrin, Olivia Colman e Gillian Anderson, intérpretes da princesa Diana, da rainha Elizabeth II e da primeira-ministra Margareth Thatcher, respectivamente. Cada uma a seu modo, as três mulheres demonstram em várias passagens personalidade forte e marcante.

A temporada começa no fim da década de 1970, com Elizabeth preocupada porque, aos 30 anos de idade, o herdeiro do trono, príncipe Charles (Josh O’Connor), não se casou. Pior: não demonstra nenhum interesse em deixar para trás a vida de bon vivant, colecionando amantes, como a atual esposa dele, Camilla Parker-Bowles (Emerald Fennell), e casos fortuitos. Isso muda quando ele conhece Diana e se encanta por ela e, mais ainda, pela possibilidade de construir ali uma família, deixando a realeza bem mais sossegada.

Diana passa vários apuros na temporada, lutando contra problemas de saúde e sofrendo com o casamento infeliz, mas, ao mesmo tempo, encantando o mundo inteiro como a simplicidade de uma princesa tida como do povo. As rusgas entre Elizabeth e Diana não ficam de fora do roteiro, naturalmente.

2020. Crédito: Des Willie/Netflix. Cultura. Cena da quarta temporada da série The Crown.

O relacionamento entre a rainha e Margareth Thatcher também não é abordado na quarta temporada de The crown. Desconfiada desde o início de que não teria ali exatamente uma aliada, Elizabeth II acaba se envolvendo em difíceis embates políticos com a primeira-ministra, especialmente no que diz respeito à Guerra das Malvinas e ao combate ao Irã.

Como também é visto nas outras temporadas, The crown mescla as questões políticas e os conflitos familiares, como as traições de Charles, o desaparecimento de um filho de Thatcher ou a explosão de um barco da família real.

Fantasia

2020. Crédito: HBO/Divulgação. Cultura. Imagem de divulgação da segunda temporada de His Dark Materials.

Se The crown tem um pé na realidade, His dark materials flerta com a fantasia. A segunda temporada da série da HBO estreia amanhã (16), às 22h, trazendo de volta a história da órfã Lyra Belacqua (Dafne Keen) e de seu mundo mágico.

His dark materials é baseada na trilogia de livros Fronteiras do universo, de Philip Pullman. A segunda temporada leva à tela o volume A faca sutil. Tudo começa quando Lord Asriel (James McAvoy) dá à protagonista a oportunidade de viver num mundo novo. Lá, ela conhece Will (Amir Wilson) e os dois logo se identificam por ter um passado sofrido. Juntos, eles viverão a aventura de procurar a representação animal da alma de Lyra.

A mãe de Lyra, Senhorita Coulter (Ruth Wilson), vai fazer de tudo para trazer a menina de volta ao mundo delas. Além de uma história cativante, a temporada promete imagens caprichadas, mesclando a realidade com efeitos de computação e visuais.

Inspirado num jogo

Criado e dirigido por Gareth Evans, o seriado Gangs of London chega ao Brasil hoje (15), com estreia no catálogo do serviço Starzplay. A produção, que tem oito episódios, foi exibida em abril deste ano internacionalmente, e uma segunda temporada já está confirmada. A história é inspirada no jogo de videogame homônimo e tem início a partir do momento em que Finn Wallace (Colm Meaney), o criminoso mais poderoso de Londres, é assassinado.

A morte do homem responsável por uma organização que lucra bilhões de libras por ano mexe com as estruturas da cidade. A família de Wallace quer descobrir quem mandou matar o patriarca, em meio ao embate de quem ocupará o lugar deixado pelo mafioso. O herdeiro Sean Wallace (Joe Cole) assume a vaga com apoio da família Dumani, chefiada por Ed (Lucian Msamati) e Alexander (Paapa Essiedu). Porém, a ascensão do jovem impulsivo cria ainda mais intenção no crime organizado e ele precisa da ajuda de Elliot Finch (Sope Dirsu), um aliado misterioso.

2020. Crédito: Starzplay/Divulgação. Cultura. Cenas da série Gangs of London.

Em entrevista ao Correio, a atriz Pippa Bennet-Warner, que vive Shannon Dumani esposa de Alexander Dumani, conta que o contexto é um dos pontos que chamam a atenção da série. “Não é algo específico de Londres. Acho que representa perfeitamente bem algo que acontece em outros lugares”, define. Para Sope Dirsu, são os temas universais que fazem o público se identificar com a trama. “Gangues têm similaridades em qualquer lugar do mundo. É uma narrativa bem ativa e isso é empolgante. Mas, também acho que há temas universais sobre amor, família, gerações, que podem fazer as pessoas se sentirem conectadas”, completa.

Dirsu vive um dos personagens de maior dualidade de narrativa. Com distúrbio de personalidade, Elliot não transparece e nem revela as verdadeiras intenções ao se aproximar da família Wallace. “Tive que aprender, precisei ficar atento porque ele não revela para as pessoas suas intenções. Li muito e assisti a documentários para entender como se comportam as pessoas com transtornos de personalidade como ele”, explica.

Duas perguntas // Pippa Bennet-Warner e Sope Dirsu

O que podemos esperar da sua personagem?
Pippa Bennet-Warner: Durante a temporada a gente vê como ela é. É engraçado porque a série mostra os lados diferentes dela. Ela começa num espaço e termina num outro bem diferente.

Como você se preparou para viver seu personagem?
Sope Dirsu: Um dos maiores desafios de fazer Elliot foi que ele é quase dois personagens em um. Tendo um problema de personalidade ele mostra coisas diferentes para diferentes pessoas. Foi muito divertido e também desafiador. Em termos de preparação física, há muito coreografia, que ficamos ensaiando um mês, íamos a uma academia fazer as coreografias. Eu gostei, não foi difícil para mim.

História real

Crédito: Starzplay/Divulgação. Cultura. Cenas da série documental Seduced: Inside the NXIVM cult.

Em setembro, a HBO trouxe para as telinhas um assunto dos noticiários em formato de série: as denúncias contra o projeto Executive Success Program (ESP), da NXIVM, comandado por Keith Raniere, que abusava e manipulava os integrantes, principalmente, mulheres. A trama, intitulada The vow, fez sucesso e garantiu uma segunda temporada, ainda sem previsão de lançamento.

Enquanto o público aguarda a sequência, o Starzplay lança, hoje (15), no catálogo, uma série documental sobre o mesmo tema. Seduced: Inside the NXIVM cult (Seduzido: Por dentro do culto NXIVM, em tradução livre), de Cecilia Peck e Inbal B. Lessner, parte do ponto de vista uma das personagens citadas em The vow, a jovem Índia Oxenberg, filha da atriz hollywoodiana Catherine Oxenberg, que resistiu mesmo após as primeiras denúncias antes de sair do culto.

Na produção, que tem quatro episódios, o espectador acompanha o depoimento de Índia depois de finalmente deixar o NXIVM. A personagem conta como foi manipulada e como conseguiu abrir os olhos. “Esta é a primeira vez que Índia Oxenberg falará publicamente sobre a experiência com os abusos do culto enquanto refaz os passos, levando os espectadores para dentro da seita, encontrando-se com ex-membros, advogados, terapeutas e analistas do culto”, explica Christina Davis, presidente da programação original do Starz, em nota.

Também há relatos de outras vítimas de Keith Raniere, que, com ajuda de Allison Mack, marcava e tratava mulheres como escravas sexuais sob a justificativa de que as ajudava no desenvolvimento pessoal num sociedade secreta chamada DOS. A trama ainda se destrincha na luta de Catherine Oxenberg para derrubar a seita.