A série espanhola Express mistura ação, drama e thriller envolvendo sequestros relâmpagos. Estreia é neste domingo (16/1), no Starzplay
por Pedro Ibarra
Devido ao turbilhão de informações que as pessoas são submetidas todos os dias, a vida está cada vez mais rápida, tudo tem que ser instantâneo, quase em tempo real. A partir desse raciocínio, o criador Ivan Escobar, conhecido pela produção do seriado Vis a Vis, na Netflix, pensou Express. Um seriado que mascarado de trama de ação apresenta uma crítica a velocidade e cobrança que os tempos atuais tem com as pessoas.
A série acompanha Bárbara, uma mulher que, após sofrer um sequestro relâmpago decide criar uma equipe independente focada em salvar pessoas que estão passando pela mesma situação que a traumatizou. “Conversando com a polícia, eles nos disseram que era um dos tipos de crime que havia crescido mais de 200%, sobretudo depois do advento da pandemia, porque as pessoas estão desesperadas, sem dinheiro”, explica Ivan Escobar.
Entretanto, não foi só o aumento neste tipo de crime que inspirou a criação da série. “Mais do que os sequestros express, nos interessava a vida express. Porque tudo está sendo tão rápido na nossa vida, os divórcios, a comida, as reuniões, o sexo. Realmente quando pensamos em Express, não estávamos focando em um delito, mas sim na forma como queríamos definir as nossas próprias vidas”, afirma o criador.
“É uma série que tem ação, romance, drama, mas o mais importante para mim é que estamos falando de caráter, de pessoas reais e o relacionamento entre essas pessoas é muito importante”, acredita Maggie Civantos, atriz responsável por Bárbara no seriado que também trabalhou com Escobar em Vis a Vis. “A série é um entretenimento, mas trata de um tema muito relevante a se falar, que é o medo dessa loucura que é a velocidade como vivemos a nossa vida atualmente”, complementa a artista.
Ela conta que a personagem abriu os olhos dela para como o mundo trata as mulheres. “A Bárbara é uma mulher real e uma mulher só, mas representa tantas outras mulheres que estão em todo o mundo. Nós sempre temos que ser a melhor mãe, a melhor trabalhadora, a melhor amante, a melhor esposa. A gente sempre tem que ser a melhor, mas não há tempo para nada disso”, fala Civantos, que também afirma que apesar de amar a personagem não queria estar na pele dela na vida real. “Bárbara mostrou o que eu não posso fazer na minha vida, ela está sempre correndo, sempre bagunçada”, acrescenta.
“Era a nossa obsessão, nós não queríamos fazer uma série norte-americana em que só há ação, perseguições carros, tiros e imagens espetaculares”, aponta Ivan, afirmando que o foco principal sempre foi no lado humano dos personagens. “Para nós, era de igual importância, ou até quase mais importante, o desenvolvimento de Bárbara como mãe, do que como personagem de ação”, exemplifica o showrunner.
Língua espanhola
Fugir do molde norte-americano de gravação e cinema não é só uma busca, como uma realidade das produções de língua espanhola na atualidade. Títulos como La Casa de Papel, O poço e Vis a Vis romperam a barreira da língua e conquistaram o mundo, por exemplo. “As séries que estão fazendo sucesso a nível global, são as que ainda tem respeito pelo local. Seria um erro se as produções brasileiras ou espanholas tentassem ser produções norte-americanas”, apresenta Escobar que ainda crê que uma boa história é o que faz sucesso no audiovisual. “Uma boa história bem contada não tem fronteiras de idiomas”, completa.
Maggie ainda dá outro ponto que impulsionou as produções de língua espanhola a atingirem relevância mundial. “A plataforma tem sido importante porque elas estão tornando isso tudo possível”, aponta a atriz que exalta a importância de uma marca como Starzplay estar por trás da série que está fazendo. “A forma como contamos a história é tão importante quanto a capacidade que a plataforma tem de espalhá-la”, conclui.