Curitibano Alexandre Nero tira o sotaque nordestino de letra em Onde nascem os fortes
nero Curitibano Alexandre Nero tira o sotaque nordestino de letra em Onde nascem os fortes Curitibano Alexandre Nero tira o sotaque nordestino de letra em Onde nascem os fortes

Naturalidade de sotaques é destaque em novelas atuais

Publicado em Novela

A prosódia apresentada em Onde nascem os fortes e em Segundo sol soa natural, o que é raro de acontecer. Sotaque sempre é uma armadilha em novelas

A série Onde nascem os fortes estava há uma semana no ar, quando uma colega da redação, pernambucana, me chamou a atenção para um fato, segundo ela, raro. O sotaque de personagens recifenses soava natural até para uma nordestina. Ponto para a brasiliense Patrícia Pillar (Cássia), para o curitibano Alexandre Nero (Pedro) e para a carioca Alice Wegmann (Maria — leia entrevista com a atriz), entre outros. Todos estão longe do sotaque natural deles e se destacam por se aproximar, com naturalidade, do pedido pelo papel.

Sempre que uma novela que se passa no nordeste brasileiro estreia, essa discussão vem à tona antes mesmo da exibição do primeiro capítulo. Foi assim também com Segundo sol, a atual das 21h. Mas, mais uma vez, os atores que não nasceram na Bahia (estado onde se passa a trama de João Emanuel Carneiro) estão longe de fazer feio. Tanto que nem nas movimentadas, atentas e cri-cris redes sociais eles são alvo de crítica por isso. Pelo contrário: já li elogios à prosódia de nomes como Deborah Secco (Karola), Emílio Dantas (Beto), Chay Suede (Ícaro) e Adriana Esteves (Laureta).

A intérprete da cafetina Laureta afirmou às vésperas da estreia, ao Próximo Capítulo: “Na novela, vou ter um sotaque que consegui ter, mas isso é só uma brincadeira, o principal é poder passar a delícia do povo baiano, o lado solar, a dança, a cara. Não precisa ser fiel porque ninguém será fiel a um sotaque que não é o seu”. (leia aqui a entrevista completa)

Também acho isso, Adriana! Estou longe de fazer parte de quem patrulha o sotaque dos personagens dos nossos folhetins. Mais vale um texto bem escrito e interpretado com verdade, mesmo com um “r” puxado na hora errada, do que palavras mal ditas por um canastrão que coloca todos os “s” no lugar correto.

O problema é quando um sotaque mal feito atrapalha o entendimento do que está sendo dito. É… às vezes até veteranos caem nessa armadilha. O que era o sotaque inglês de Lorde Williamson (Tarcísio Meira) em Orgulho e paixão? Não deixava os diálogos fluírem. Se bem que o problema das cenas com Darcy (Thiago Lacerda) não era exatamente esse… Mas aí já é outra coluna!