Sintonia continua calcada na amizade dos três jovens protagonistas, mas não deixa temas como política e tráfico de drogas para trás. Terceira temporada estreia nesta quarta-feira (13/7), no catálogo da Netflix
Uma das melhores séries nacionais da Netflix está de volta. A terceira temporada de Sintonia estreia nesta quarta-feira (13/7), com seis episódios que poderiam muito bem ser definidos numa frase de Rita no terceiro episódio: “Nem o céu é o limite”.
Sintonia volta redondinha, com boas interpretações, roteiro que prende a gente e sendo uma série juvenil sem ter nada de boba. Aqui, jovem é tratado como deveria sempre ser, como gente grande. O que muda ー e para melhor ー é que temáticas mais pungentes, como eleição, tráfico de drogas e violência aparecem de modo ainda mais cru e de maneira mais interligada uma na outra. Os universos de Rita (Bruna Mascarenhas), Nando (Christian Malheiros) e Doni (Jottapê) parecem cada vez mais distantes, mas estão é mais próximos e amarrados um no outro.
Em entrevista ao Próximo Capítulo, Jottapê ressalta que a relação deles vai além da amizade, ela é uma “irmandade”. “Todo mundo tem problema. É normal que às vezes eles se afastem, mas essa irmandade, essa amizade é muito difícil de se quebrar”, completa. Na temporada, Doni luta para se manter em evidência na música, depois de ter alcançado o topo das paradas de funk. O jovem ganhou o mundo pela música, fazendo carreira até internacional, mas ele sempre volta para as raízes e para o porto seguro dele.
Assim como na temporada anterior, Rita parece mais madura do que os amigos. Agora, a menina se prepara para concorrer nas eleições a uma vaga de vereadora. A plataforma dela, como não poderia deixar de ser, é a religiosa.
“A gente está em ano de eleição e falar sobre política, obviamente sem levantar nenhuma bandeira, é muito importante”, afirma a atriz. Bruna conta que o grande dilema da Rita vai ser que ela está representando a igreja e alguns valores, mas vai chegar um momento que ela quer ter as próprias ideias também. “Ela vai se perguntar: ‘qual é o meu limite como pessoa para entrar na política?’ É uma discussão muito importante para se mostrar para a garotada”, adianta.
Já Nando passa a ser um dos criminosos mais procurados do Brasil e ganha uma missão internacional. Ao mesmo tempo que ele sabe que o que faz não é certo e que, mais uma vez, se promete que será a última vez, ele não consegue negar as propostas que chegam.
Para Christian Malheiros, viver esse papel vai além de falar sobre o certo e o errado, sobre o moral e o amoral. “A gente mostra a realidade, pois é isso que acontece na periferia. Os jovens de lá se organizam assim. A série traz essa reflexão para as pessoas entenderem e não julgarem. Eu sou da periferia e tive muito contato com o crime, violência e outras coisas. Mas o teatro me salvou. Só que tem pessoas que vão por outros caminhos. Estamos falando de desigualdade social”, defende o ator.
A realidade de Sintonia não está apenas nos perrengues que os personagens vivem. Christian conta que a amizade e a parceria entre Doni, Rita e Nando se repete entre Jottapê, Bruna e ele. “Costumamos dizer que a série acontece fora das câmeras. Toda essa amizade entre os três a gente criou antes entre a gente e aconteceu naturalmente. Quando estamos em cena, somos três amigos se divertindo de verdade. O mais puro da nossa relação está ali”, afirma Christian. Talvez essa sintonia seja mais do que o nome da série, seja realmente o segredo do sucesso e do carisma da produção.