Lov3 enfrenta o desafio de falar para o público jovem de igual para igual. Série estreia nesta sexta no Amazon Prime Video
O Amazon Prime Video estreia nesta sexta-feira (18/2) a série nacional Lov3, com roteiro de Felipe Braga e Rita Moraes e direção de Mariana Youssef, Gustavo Bonafé e Felipe Braga. Tendo as relações e a comunicação como principais bandeiras, o drama (com várias e deliciosas pitadas de comédia) dialoga diretamente e de igual para igual com o público jovem.
Em cena, os irmãos Ana (Elen Clarice) e os gêmeos Sofia (Bella Camero) e Beto (João Oliveira) passam por dificuldades de comunicação e tentam resolver se afastando uns dos outros e meio que declarando a independência dos pais, Baby (Cris Couto) e Fausto (Donizeti Mazonas). Logo eles percebem que a questão está longe de ser externa. O que eles têm que ajustar é interno e particular de cada um.
Felipe Braga conta ao Próximo Capítulo que fazer isso numa linguagem jovem foi um grande desafio, vencido com a colaboração do próprio elenco: “Até a véspera das gravações a gente estava ouvindo os atores. Até o último momento estávamos corrigindo o texto, debatendo. Era uma dinâmica muito horizontal no sentido de criar uma sala de roteiro que fosse representativa de uma nova linguagem sexual, de relacionamento, de olhar para o mundo. A gente estava muito preocupado com que a história não parecesse de fora para dentro. Queríamos que a série fosse um vetor para essas questões, com a voz deles, que, mesmo de forma não resolvida, colocasse em pauta esses problemas.”
“A gente está num lugar hoje em que tudo é questionado. E isso é bom! Tem que ter um cuidado e tem que ter um lugar de escuta muito grande, é menos de imposição. Eles (os jovens) são donos dos corpos deles, com tudo que isso pode significar”, completa Mariana Youssef.
Lov3 tem várias cenas sensuais, já que Sofia procura um trisal para fazer parte de Beto tem como objetivo sair dos aplicativos de pegação e encontrar um grande amor. Isso foi outro desafio, driblado com muito bom senso, conversa e com a ajuda de um profissional novo no mercado: o coordenador de intimidades. “É uma pessoa que está no set justamente para fazer uma ponte mais suave entre os atores e o diretor e para ter a segurança que está todo mundo à vontade com o que a gente está filmando. Ele trabalha para que o ator não se sinta coagido para fazer uma cena só porque o diretor está pedindo e ele não pode negar. A relação passa por um intermediário e isso ajuda no processo de construção da cena”, explica Gustavo Bonafé.
A intimidade vista na tela tem explicação na entrega do elenco, mas também nas circunstâncias em que Lov3 foi rodada. Em meio à covid-19, a produção ficou confinada no Uruguai, onde, por causa de uma pandemia menos agressiva, a série foi gravada. Gustavo e Mariana ressaltam que essa convivência reflete diretamente no resultado que vemos na tela. A diretora lembra, ainda, de uma curiosidade proporcionada por isso: “Uma cena da Baby e da Ana na casa de campo é a tradução disso. Foi um dia em que elas filmaram o dia inteiro: a Cris Couto fora de casa, longe da filha dela; a Helen fora de casa, longe do filho e do marido; eu longe do meu filho e era Dia das Mães. Eu tenho certeza que a força daquela cena está nesse lugar de ausência. Tem tudo a ver com esse mergulho de você não voltar para casa, de você estar 100% mergulhado naquele universo.”