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Atores da série Lov3 comentam a estreia do Amazon Prime Video

Publicado em Entrevista

Bella Camero, João Oliveira e Elen Clarice falam ao Próximo Capítulo sobre os desafios do set de Lov3. A série do Amazon Prime Video trata de comunicação jovem com coragem. Leia as entrevistas!

Bella Camero, João Oliveira e Elen Clarice tiveram um desafio e tanto pela frente: dar vida aos irmãos Sofia, Beto e Ana, os protagonistas da série Lov3, que a Amazon Prime Video estreou nesta sexta-feira (18/2). Perdidos e procurando encontrar-se a si mesmos, os personagens passam por um delicado momento em que Sofia procura a solução em se juntar a um trisal, Beto procura o primeiro grande amor e Ana quer salvar o casamento falido.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, Bella, João e Elen falam sobre como foi dar vida a esse trio tão real e que aborda uma questão tão crucial de hoje em dia: o autoconhecimento (Leia a crítica de Lov3). Confira os principais pontos desse bate papo!

Leia a entrevista!

Em que ponto a vida dos personagens se encontra com a de vocês?

Bella Camero – Os personagens da série vão fazendo esse caminho de olhar para dentro, de entender uma necessidade minha que tem ser suprida por mim e não pelo outro, que eu tenho que olhar para minhas raízes para entender que defesas são essas que eu criei. Eu me identifico muito com essa busca de não jogar para o externo as soluções para inseguranças reais.

Bella Camero: “A gente está muito na nossa cabeça e querendo olhar para todas as questões ao mesmo tempo e esquece que o outro às vezes também tem suas questões”

João Oliveira ー Além da discussão geracional, eu me vejo muito próximo do Beto quando eu tomo noção das minhas inseguranças. Eu vejo que elas são construídas e regidas por defesas muito guiadas pelos padrões familiares, pelo como a gente vem de ciclos e de aprendizados. E o trabalho é esse: para que a gente não repita os padrões danosos que quem esteve acima de nós nos impôs e reproduziu.

Elen Clarice – A Ana tenta o tempo todo buscar uma identidade. Eu sinto que ela está presa por essa tensão psicológica imposta pela mãe de alguma forma e as tentativas dela são sempre de tentar controlar tudo e pouco olhar para o que ela está fazendo ou para o que ela necessita de verdade. O que me aproxima dela é o momento que ela começa a ter um pouco mais de coragem e tenta se colocar.

As séries atuais, principalmente no streaming, estão tratando os jovens de uma maneira mais profunda, de modo que eles se vejam mais na tela. Vocês sentem isso?

Bella – O streaming permite que a gente possa fazer e conhecer narrativas de diversos pontos de vista e isso cria essa atmosfera de pluralidade que a gente tenta mostrar em Lov3.

João – A liberdade de poder descentralizar certas discussões e legitimar histórias e verdades que estão à margem de certas percepções. Nós, como jovens, precisamos ter essas representações. Representatividade importa em diversas instâncias. É muito bom poder descentralizar essas discussões.

João Oliveira: “Representatividade importa em diversas instâncias”

Elen – É muito importante quando a gente revela as mil formas de se comunicar, de amar e de ser. A gente abre um debate quando a gente pode falar sobre esses temas. Isso é muito importante principalmente nesse momento que a gente está vivendo. Todas essas pessoas existem e dar voz a elas, dar forma a elas, dar algum tipo de representação, mesmo que seja na esquizofrenia que é essa família, é maravilhoso.

A gente vê na série uma busca constante pela comunicação. Essa busca é a tônica do nosso tempo atual?

Bella – Sem dúvida. A escuta hoje é muito difícil. A gente está muito na nossa cabeça e querendo olhar para todas as questões ao mesmo tempo e esquece que o outro às vezes também tem suas questões. A comunicação fica muito difícil. Ainda mais hoje que na comunicação entra o virtual, a gente ressignifica muito. A gente ainda está entendo como lidar com tudo isso. Com as novas maneiras de se relacionar, surgem as novas maneiras de se comunicar, de entender as coisas juntos. Quando você abre espaço para a subjetividade também vai entrar a subjetividade do outro e dar conta de tudo isso é uma loucura.

Elen Clarice: “É muito importante quando a gente revela as mil formas de se comunicar, de amar e de ser”

Elen – Com a velocidade que a gente vive de tudo, de todo mundo querer ter opinião muito rápido em todos os assuntos, a gente acaba fugindo das relações mais profundas, de entender de fato de onde vem aquela dor. Para isso acontecer, precisa de tempo. A série tem essa dinâmica acelerada que fala muito sobre esse momento que a gente está vivendo, mas tem por trás disso, latente, o desejo de comunicação.

João – A comunicação precisa algumas vezes tirar algumas coisas da frente. Para que a gente se comunique claramente e verdadeiramente, a gente precisa baixar algumas defesas e tomar consciência de como elas operam.