“Sempre foi um sonho meu trabalhar como atriz”, conta Gkay

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Das redes sociais para a dramaturgia, Gkay tem recebido oportunidades nos formatos audiovisual. Ela está em Os Roni e também em um filme da Netflix

Gessica Kayane Rocha de Vasconcelos, a Gkay, deu os primeiros passos no humor, gênero pelo qual tem reconhecimento, no ambiente da internet, principalmente, das redes sociais. O início foi em 2015 no YouTube, inspirada no, agora amigo, Whindersson Nunes. Atualmente, a principal plataforma é o Instagram, onde tem quase 10 milhões de seguidores. No espaço, ela compartilha, em geral, vídeos de humor que brincam com situações cotidianas à realidade dela.

“As pessoas viviam falando que eu deveria investir em uma carreira como blogueira, por exemplo, porque sempre fui muito extrovertida, mas na minha realidade na Paraíba (ela é natural do município de Solânea) não tinha como realizar isso, não era algo próximo a mim. O humor sempre esteve presente na minha vida e iniciei o canal com essa vertente. As pessoas foram se identificando com o que eu estava produzindo e comecei a ter um engajamento nas redes sociais, mas foi após uma das edições do Farofa da Gkay (evento que reúne famosos) que realmente teve a guinada. Sou muito grata por tudo o que venho conquistando”, lembra.

Esse sucesso na web levou Gkay para outros espaços, como a televisão e o streaming. A estreia foi no elenco da série de comédia Os Roni, do Multishow. Há três temporadas, ela vive Jennyfer, que começa a história como uma vendedora e, na mais recente temporada, que estreou neste ano no canal, ganha mais tempo de tela ao se tornar sócia dos protagonistas, os irmãos Clayson (Whindersson Nunes) e Vadinho (Tirullipa), numa bodega em Itaquera. “Jennyfer está repaginada, virou empresária, está com o relacionamento mais estável, mas não deixa de ser doidinha”, explica.

A experiência na atração tem sido interessante para a paraibana que sempre sonhou em seguir a carreira de atriz: “É uma série que eu tenho muita liberdade para colocar o meu tom, então isso deixa o processo de criação da personagem mais fácil. Eu estudei artes cênicas, até porque sempre foi um sonho meu trabalhar como atriz”.

Atualmente, Gkay tem um projeto em parceria com a Netflix em andamento, um filme de Leandro Nery, que deve estrear no serviço em 2021. Na produção, ela interpreta mais uma personagem “doidinha”, Michele. “O filme será uma comédia. Não posso revelar muito a respeito da trama ainda, mas tenho certeza que as pessoas vão gostar muito. Foi mais um trabalho onde o diretor me deixou muito livre para criar, para colocar o meu tom na personagem e acho que vocês vão gostar do resultado”, acrescenta.

Entrevista // Gkay

Crédito: Melina Tavares Assessoria/Divulgação

Você sempre foi engraçada? Como faz para fazer humor?
Eu sempre fui extrovertida, a amiga engraçada da roda (risos). Eu acho que o humor tem que ser verdadeiro, só assim para atingir o público. Não é adianta forçar, porque isso transparece. Não sei se existe um modo básico para fazer humor, é ser você mesma.

O que te inspira na hora de produzir conteúdos?
Acho que tudo um pouco, mas principalmente de situações que já passei ou pessoas próximas a mim passaram, assim como as notícias e tendências que surgem no momento. O bom da internet é isso, você fica muito livre para criar o que quer e qualquer situação pode ser transformada em um vídeo, tem espaço para todo o tipo de assunto. O ponto é como você o produz para chamar a atenção do público, como você edita e tudo o mais.

Como percebe a presença feminina no humor?
Eu acho que de uns tempos para cá a presença das mulheres tem crescido, mas o que precisa mudar mesmo é a leitura que o público tem da mulher na comédia. Ainda é um ambiente muito machista. Eu sei que existem conteúdos que não posso produzir porque, por ser mulher, isso vai ter toda uma outra conotação que não existe quando o homem faz. Além disso, é preciso tirar o estereótipo da loira gostosona, mas burra, ou da mulher tida como desleixada, quase masculinizada. O humor não tem a ver com região, raça, gênero ou cor. Tem a ver com o seu talento e o que você faz com ele não deveria ser limitado por você ser homem ou mulher, branco ou negro, gordo ou magro.

Na pandemia, o humor tem sido aliado do público. Você tem produzidos conteúdos nesse período pensando nisso, em ser um contraponto?
É um dos pensamentos, com certeza. O aumento de engajamento nas redes sociais tem sido absurdo por conta do isolamento, o que é natural porque as pessoas estão com mais tempo. E é nesse lugar que fico maravilhada com o que o humor e entretenimento pode fornecer para as pessoas, aliviar um pouco a pressão que uma quarentena traz.

Como tem sido a quarentena para você?
Acho que é um período complicado para muitas pessoas, mas eu reconheço o privilégio que tenho de poder estar cumprindo o isolamento, saio apenas quando é essencial, por ter dois amigos morando comigo e que me ajudam no dia a dia a estar bem, ter uma rede de apoio como a minha família… Mas mesmo assim tem dias que são bons e ruins. O que procuro fazer é não me pressionar tanto, não exigir um nível de produção e tarefas que eu tinha antes, porque isso só prejudica.

Durante a pandemia, você tem se destacado nas lives. Como tem sido essa experiência de apresentar?
Olha, tem sido uma experiência muito rica. Sempre quis a carreira como apresentadora e nesse período de isolamento, onde assim como muitas pessoas tive que adaptar os meus planos, surgiram as oportunidades de apresentar as lives de shows. É uma responsabilidade que fiquei feliz em realizar, principalmente, porque sempre admirei os artistas que me convidaram. Acho que uma das que mais me surpreendi foi quando apresentei a da Anitta. A produção foi algo feito pelos amigos dela mesmo, que estavam morando lá e todo o processo de construção do tema ao formato de como seria me surpreendeu bastante, ela pensa em tudo.

Isso te estimulou a pensar nesse formato em projetos futuros?
Com certeza essas experiências me estimulam a pensar em projetos voltados para a carreira como apresentadora. Espero um dia poder ter o meu próprio programa, quem sabe!

Quais são seus próximos projetos?
Bom, eu ainda tenho que terminar de gravar o filme da Netflix e, dependendo de como serão os próximos meses, iniciar os preparativos da Farofa da Gkay, que geralmente acontece ao final do ano. Como não temos ideia de como serão os próximos meses, ainda está tudo muito incerto, mas eu sigo produzindo bastante conteúdo para as redes sociais e esquematizando novos projetos.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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