Segundo ano do especial Falas negras comemora o Dia da Consciência Negra na Globo

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Especial Falas negras deste ano terá como foco os desafios de negros na vida profissional e no empreendedorismo e ainda mostrará as dificuldades de divulgar talentos negros no país

Ano passado, o belíssimo especial Falas negras deu início a uma série de programas na Globo sobre os desafios sociais enfrentados no país por grupos como os indígenas, as mulheres e a comunidade LGBTQIA+, além dos negros. Este ano, o Falas negras vai ao ar neste sábado (20/11), após Um lugar ao sol, com uma pegada mais documental. Na segunda-feira, o programa será reexibido no GNT depois do Papo de segunda; e no dia 26, às 19h10, será atração no Canal Brasil.

O Falas negras de 2021 contará a história de cinco negros que se destacaram de alguma forma na luta contra o preconceito racial na vida profissional. São relatos de empreendedorismo vitorioso que podem servir de estímulo para muita gente. Outro lado que será mostrado será o da divulgação cultural de talentos.

A professora Ana Fernandes, de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), é especializada em educação quilombola. Ligada na ancestralidade, Ana comemora o fato de estar na mesma região onde um dia viveu Tereza de Benguela, líder de um dos mais importantes quilombos do país no século 18. “A minha vida é dedicada à educação que, para mim, é primordial e essencial e devia ser vista com mais atenção e amor. Fico feliz de compartilhar um pouco da minha jornada”, destaca Ana, em material de divulgação do Falas negras.

Aos 21 anos, o gaúcho de Porto Alegre Crystom Rodrigues se divide entre o trabalho como motoboy numa hamburgueria e o projeto Justiça poética, por meio do qual divulga artistas negros da periferia da capital gaúcha. “Participar do Falas negras foi uma experiência inovadora e revolucionária. Eu trabalho com produção audiovisual também e foi a primeira vez que vi de perto um equipamento profissional. Espero que a minha história e o meu projeto inspirem muitos jovens, para que eles acreditem na luz no fim do túnel e não se distraiam dos seus sonhos”, destaca Crystom, em material de divulgação do programa.

Filha de um médico nigeriano com uma assistente social brasileira, a médica Fátima Oladejo, 38 anos, sabe o quanto foi fundamental o acesso às oportunidades e, portanto, sabe a importância da luta para que essa oportunidade venha para todos. “Poder contar no especial um pouco da minha história e da minha família é algo que me dá um orgulho indescritível. Me ver nessa posição de representatividade é muito significativo para mim, como mulher preta, profissional e como mãe. O público pode esperar uma narrativa de positividade e esperança, entendendo que, através de oportunidades, podemos ser o que quisermos, desde que o ponto de partida seja o mesmo para todos”, afirma Fátima.

Geomar Rabelo tem 32 anos, nasceu na cidade de Paripiranga, na Bahia, mas mora, desde criança, em São Paulo. Na maior cidade do país, Geomar é pedreiro e missionário. A grande inspiração de Geomar é o ativista americano Martin Luther King Jr. “Nunca imaginei participar de um projeto como esse. Sou um migrante nordestino, operário, pedreiro, uma pessoa na multidão. Apesar de sermos a maioria, nós estamos menos representados nos espaços de poder. Então, é uma grande oportunidade de conhecerem não só a mim, mas também o que eu faço. E eu gostaria muito que as pessoas que vão assistir ao programa entendam a importância do respeito pelo outro. Precisamos praticar o amor com ações para que a gente tenha uma sociedade melhor, uma sociedade de respeito e não de exclusão”, afirma.

A Ilha de Deus (PE) é palco para que a chef Negralinda, de 33 anos, desfile seu talento gastronômico. Ela comanda um bistrô comunitário em que faz questão de dar oportunidade a outras mulheres. “A minha história de vida, minha trajetória de luta, resistência e conquistas são compartilhadas (no programa). Espero que as pessoas se identifiquem e possam se inspirar para ser o que quiserem”, ressalta Negralinda.

Música especial embala Falas negras

Alcione e Caio Prado

Além das histórias, a trilha sonora vai chamar a atenção e promete emocionar em Falas negras. Não sou teu negro é o nome da canção composta por Caio Padro, que dividirá o microfone com Alcione na abertura do programa. A letra é um grito contra contra o racismo, um clamor por liberdade e a exaltação da ancestralidade.

“É uma alegria enorme poder contribuir com um especial de tanta representatividade ao lado de uma cantora como Alcione que, para mim, é a voz do povo, a voz da rua, aquela que nunca deixa o samba morrer. As músicas de protesto sempre foram as que mais se destacaram na minha carreira e Não sou teu negro representa toda uma construção da identidade do que é ser preto e, ao mesmo tempo, é uma forma de produzir orgulho para nós”, diz Caio Prado.

“Fiquei muito feliz de ver o que se passa no interior desse projeto. É muito lindo! Fiquei muito honrada e agradecida. Com certeza vai ser uma oportunidade muito grande de vocês assistirem a todo esse trabalho, onde a cultura negra vai estar representada. Fico muito feliz de estar aqui também dando a minha contribuição”, completa Alcione.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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