Seja pela crueza das cenas e da temática, seja pelas atuações inspiradas, a primeira temporada da série Bom dia, Verônica fez sucesso na Netflix. Só isso já explicaria a expectativa pela estreia da segunda leva de episódios. Mas o drama consegue um feito raro no mundo das séries: uma segunda temporada tão boa quanto a primeira. A estreia é na quarta-feira (2/8), mas o Próximo Capítulo já viu e tem conta o que esperar!
Dada como morta no final da primeira temporada, a detetive Verônica Torres (Tainá Müller) está vivíssima, mas às escondidas. Ela pinta o cabelo e assume a identidade de Janete ー numa clara referência à personagem de Camila Morgado da primeira temporada ー para continuar a combater a violência contra a mulher.
Desta vez, o foco é em mulheres abusadas sexualmente e vendidas para o exterior, para onde vão atrás da falsa promessa de uma vida melhor. No comando de tudo está Matias, espécie de líder religioso interpretado com vivacidade por um inspirado Reynaldo Gianecchini. Extremamente sedutor, ele convence as fiéis que tem um poder de cura para o mal dela. O método, completamente execrável, inclui o abuso sexual das “pacientes”.
É importante ressaltar a delicadeza da direção de José Henrique Fonseca em cada take. Sem pesar a mão, ele não deixa a tensão escapulir. As cenas são fortes, mas não são explícitas.
Em casa, a esposa de Matias, Gisele (Camila Márdila), é uma das vítimas. E a filha adolescente, Ângela (Klara Castanho), também. Mas a menina começa a questionar o que vê dentro de casa. Impossível não lembrar que a atriz Klara Castanho revelou recentemente ter engravidado de um abusador. Mais impossível ainda não tentar imaginar a força que essa menina ー que a gente insiste em ver como atriz-mirim ー deve ter tido para rodar tais cenas. Klara entrega, de longe, a melhor composição da carreira.
Verônica mostrou na primeira temporada que é daquelas que se entregam ao caso que investiga. E ela acaba se arriscando bastante para desmascarar Matias. O que pode parecer bobo falado assim, ganha muito devido à forma com que o roteiro se desenrola e às surpresas que, claro, não serão reveladas por aqui.
É interessante que, em meio à investigação, a vida pessoal de Verônica não é deixada de lado. No tempo em que se passou como morta, a policial deixou de participar ativamente do crescimento dos dois filhos. Além disso, ela deixou amores mal resolvidos. Como será que a destemida policial reagirá diante dos desafios impostos pela própria emoção?
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