Série sul-africana Sangue e água confirma bom momento “teen” da Netflix

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Trama com conceitos clássicos de séries juvenis, Sangue e água tem narrativa instigante, apesar de alguns erros

É preciso dizer que a Netflix vive um ótimo momento de séries teens. O serviço tem acertado nas mais recentes produções — vide a repercussão de Eu nunca…. Esse é o caso de Sangue e água (Blood and water, no título em inglês), outro novo hit do streaming. Sul-africana, a trama é curta, com apenas seis episódios, mas tem todos os elementos clássicos de uma série juvenil: se passa no ambiente escolar, explora os atritos entre os estudantes, tem romance e, claro, um mistério.

Assim que Sangue e água começa, o espectador é apresentado à família Khumalo, que, há 17 anos sofre com o desaparecimento da primogênita Phume. A perda da primeira filha nunca foi curada pela mãe Thandeka (Gail Mabalane), o que a fez deixar um pouco de lado os outros filhos, Puleng (Ama Qamata) e Siya (Odwa Gwanya), que, muitas vezes vivem à sombra da irmã desaparecida.

Logo no primeiro episódio, a série apresenta que há mais um drama no clã. O pai Julius (Getmore Sithole) saiu de casa e está com uma relação estremecida com Thandeka, o que Puleng descobre depois ter a ver com a investigação do desaparecimento de Phume, que teve novos desdobramentos e que colocam a culpa no pai dela.

Em meio a esse drama dentro de casa, Puleng conhece Fikile Bhele (Khosi Ngema), jovem que tem a mesma idade de Phume e que nasceu no mesmo dia que ela. Após ser comparada por Wade (Dillon Windvogel) fisicamente com a menina, Puleng começa a investigar o passado de Fikile e percebe que a nova colega pode ser a irmã perdida. A partir daí, a personagem faz de tudo para se aproximar de Fikile, inclusive, conseguir ser transferida para a escola da menina, o Colégio Parkhurst.

Crédito: Lindsey Appolis/Divulgação

A aventura de Puleng para descobrir se Fikile é ou não a Phume tem algumas falhas — como explorar uma disputa entre as personagens — e situações novelescas. Mesmo assim, é interessante e faz com que o espectador fique em dúvida em vários momentos.

Apesar de o enredo principal ser a investigação, há várias subtramas típicas de séries de teens muito legais, como as próprias inseguranças de Fikile, mesmo sendo a garota mais popular da escola; a paixão que Wade cria por Puleng; a relação de Puleng com KB (Thabang); o modo liberal de se relacionar de Chris (Arno Greef), melhor amigo de Fikile, com Zama (Cindy Mahlangu), melhor amiga de Puleng; e até as questões que envolvem Wendy (Natasha Thahane) e Tahira (Mekaila Mathys) que não se encaixam entre os populares.

Crédito: Neo Baepi/Divulgação

Com apenas seis episódios, Sangue e água não perde tempo, a cada capítulo novas informações são colocadas para que a narrativa sobre o misterioso desaparecimento de Phume possa seguir e ser cada vez mais explorada. O enredo vai se abrindo e colocando vários do personagens principais interligados nele.

É uma pena que primeira temporada seja tão pequena, porque impede que alguns aspectos sejam melhores explorados. Ou simplesmente o fato de ter mais tempo de tela para uma trama sul-africana com um elenco tão carismático.

No final, a série entrega uma informação preciosa, mas com um gancho ótimo para uma eventual segunda temporada, ainda não confirmada pela Netflix. Mas bastante aguardada pelo bom rendimento da produção na plataforma.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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