Por Pedro Ibarra
Um dos personagens mais longevos, queridos e carismáticos do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), Loki está chegando ao fim da segunda temporada do seriado que protagoniza. O Deus da Mentira, contudo, agora é um agente do tempo e precisa salvar o futuro do multiverso no último episódio que está disponível na plataforma Disney+ .
A série é uma das mais aclamadas produções dos últimos tempos na Marvel e dá uma nova vida a Loki, antes um dos vilões mais importantes do cânone. O personagem ganha novas nuances emocionais e as viagens no tempo se tornaram uma oportunidade para humanizar o deus. “É um sonho, o Loki é um personagem muito rico, com uma história longa dentro do Universo Cinematográfico Marvel. Temos ainda um grande ator vivendo na pele do personagem. Tem muito território para trabalhar. É um presente para qualquer roteirista”, afirma Eric Martin, roteirista da série em todos os episódios, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Apesar de tratar de um personagem super heroico, Loki se destaca por ser uma série séria e pessoal. “O desafio é encontrar as nossas congruências para poder colocar essa ideia no mundo. Sem se sentir intimidado por esse processo de fazer algo mais pessoal que outras produções que têm sido feitas. É um risco, mas acredito que temos um bom espaço com grandes colaboradores e fãs muito acolhedores”, explica o roteirista.
Para o público, a crítica e para as próprias pessoas que fizeram parte da produção essa é uma série única. “Fazer algo único é confiar nas qualidades únicas que temos no nosso material humano. Nós estamos nos unindo para criar um pedaço de nós mesmos”, exalta.
Para Eric, eles estão fazendo jus ao personagem e tudo que foi criado nos últimos anos pelo MCU. “Eu sempre quis ser respeitoso com o trabalho que as outras pessoas fizeram até aqui. Eu não quero mudar nada que foi feito, apenas contar a história que temos e seguir a progressão natural destes personagens e emoções que estamos trabalhando”, diz.
A série tem acompanhado os esforços do Deus da Mentira para salvar as pessoas que vivem nos universos paralelos, afinal, sem controle, o tear do tempo está entrando em colapso e as várias ramificações podem acabar junto com todas as pessoas que nelas vivem. Essa premissa não necessariamente é sobre super heróis e diz muito mais respeito a outro gênero: a ficção científica.
As referências em grandes histórias envolvendo espaço e tempo são claras. A principal delas, ou pelo menos mais visível, é do livro O fim da eternidade do escritor e bioquímico Isaac Asimov, uma narrativa que também trata de uma agência que cuida das várias ramificações do tempo.
Porém, segundo o autor da série, as referências não são intencionais. “Eu amo ficção científica e consumi muito disso durante a minha vida. Por isso, quando entrei no projeto, eu não quis fazer uma referência clara a nenhuma história em específico”, afirma Eric Martin. “Eu comecei a trabalhar com os personagens e emoções e aí tudo o que eu amava do gênero foi entrando como referência organicamente”, lembra. “As pessoas me perguntam muito sobre influências, mas não há nada muito específico diretamente, ao mesmo tempo que há um pouco de tudo que eu amo”, conclui.
A série, portanto, entra no último episódio completamente aberta, mas com a sensação de dever cumprido em relação ao que se propôs: ser uma produção que muda o futuro, presente e passado de Loki, enquanto encontra uma forma da Marvel estar à frente na criação de um multiverso bom e organizado.
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