No início do mês, o Globoplay lançou no catálogo a minissérie The head: Mistério na Antártida, dos espanhóis David e Álex Pastor. A princípio a produção chamou atenção do público por conta de um nome conhecido no elenco: Álvaro Morte, o Professor do fenômeno La casa de papel. No entanto, a presença do ator é só mais um ponto a favor da trama.
A narrativa de The head se passa em três linhas temporais e tem o ponto de vista principal da jovem médica Maggie Mitchell (Katharine O’Donnelly) sobre os acontecimentos que envolvem a expedição enviada para a base de pesquisa internacional Polaris 6, localizada na Antártida. Ela é uma das sobreviventes do grupo que misteriosamente foi assassinado dentro da base.
Três semanas após a falta de comunicação com a equipe, o comandante Johan Berg (Alexandre Willaume) resolve ir até a Antártida para descobrir o que aconteceu. Quando chega lá, se depara com um cenário assustador. Praticamente todo o grupo está morto. Há duas pessoas desaparecidas, além de Maggie, a única sobrevivente encontrada por eles, que está confusa e sem memórias dos fatos.
Ao longo dos episódios, pressionada por Johan, Maggie vai contando, aos poucos, as lembranças que têm. Cabe ao comandante montar esse quebra-cabeça que envolve a presença de um assassino entre os integrantes da expedição.
História fechada em seis episódios, The head cumpre muito bem o papel de ser um thriller psicológico de sobrevivência. Tudo isso sem enrolação, mas com a fórmula conhecida do gênero: o vai e vêm da narrativa em apontar os suspeitos envolvidos no principal suspense da série. A cada episódio e às vezes até no mesmo episódio, a série vai dando motivos para o espectador apontar um culpado. Ou até mais de um.
The head consegue mergulhar em três linhas temporais diferentes sem causar confusão na audiência e ainda justificando muito bem a necessidade disso. Uma linha é o presente, outra linha é o passado que envolve o crime em si, a terceira se trata dos aspectos que levam a motivação.
O elenco é bastante interessante por ser multicultural. Mesmo que a série seja falada em inglês, tem diálogos em dinamarquês e até uma fala ou outra de Álvaro Morte, que interpreta o cozinheiro Rámon, em espanhol. Em quesito de atuação, o time está muito bem. Todos conseguem parecer ao mesmo tempo a atmosfera de que podem ser suspeitos e inocentes. Méritos de boas atuações, mas também de um bom roteiro.
A conclusão da série é muito bem armada, apesar de poder ser pescada antes mesmo do fim, já que ao longo da narrativa há pistas da verdadeira resolução e motivação dos crimes. O que em nada atrapalha o bom resultado final.
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