Pinguim é uma série de máfia tão boa que dá até para esquecer o Batman

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Novo seriado da Max, Pinguim estreia nesta quinta (19/9) e faz uma boa história de mafiosos dentro do universo sombrio de uma Gotham City realista

Por Pedro Ibarra

Um dos principais vilões do Batman ganha uma história própria na Max hoje. Pinguim é a nova aposta do streaming, mas está longe de tratar do mundo dos heróis dos quadrinhos da DC Comics. A série acompanha a escalada de Oz Cobb como um instrumento da máfia até o topo da vilania de Gotham City.

A narrativa começa pouco tempo depois do final do filme Batman (2022). O longa, que apresentou a nova versão do Pinguim interpretada por Colin Farrell, termina com Gotham alagada após explosões. O seriado, portanto, lida com as consequências diretas desses desastres e com a morte do chefão da máfia Carmine Falcone, deixando um vácuo de poder no submundo da cidade. No ponto em que a história inicia, Oz vê a oportunidade de crescer e se tornar um grande nome da criminalidade.

Por mais que se passe no universo do Batman, a série se propõe a contar uma história de disputa de poder e a máfia. Apesar de ter toda mitologia das histórias do homem-morcego, a ideia é usar essas personagens, esses locais e a situação para desenvolver uma história original da subida do Pinguim em direção ao topo de Gotham.

O Próximo Capítulo assistiu ao piloto da série que estreia hoje. As primeiras impressões são de que o seriado não tem vergonha de ser de um universo de heróis, mas não se esconde atrás disso para desenvolver a história. O tanto que os personagens famosos de Gotham são citados é diretamente proporcional às referências que a série faz a outras produções do universo da máfia.

Colin Farrell incorpora do andar característico de um pinguim a um jeito de falar que remete a famosos mafiosos italianos das telonas e telinhas como Tony Soprano ou Don Corleone. Ele tem um lado carismático já peculiar do personagem e que às vezes beira o cômico, mas é impetuoso e cheio de maldade como um bom vilão.

Por ser uma produção HBO, há uma potência maior na série, que está sendo feita por um estúdio que entende o que dá certo e o que não dá para televisão. É possível enxergar que toda narrativa foi muito bem delimitada para abarcar não só o público fã dos quadrinhos, mas para amantes das histórias policiais e bastidores do poder da criminalidade e contravenção.

Apesar de muito caricato nos quadrinhos, o Pinguim ganha uma seriedade digna dos criminosos mais importantes do audiovisual recente. Sem a muleta de um homem fantasiado o caçando e batendo, o personagem pode desenvolver uma trajetória própria e original, cheia de camadas e nuances que um vilão secundário jamais teria em um filme de pouco mais de duas horas de duração.

Ainda é cedo para cravar o acerto ou o erro do seriado, que será dividido em oito episódios lançados semanalmente no streaming. Porém é preciso dizer que a série agrada gregos e troianos. Os personagens que os fãs gostam estão lá, a dinâmica do submundo de Gotham também, assim como o ar de novidade e uma violência mais adulta e esperada em uma produção de máfia.

Em um período de saturação do público com os super-heróis, é bom destacar que Pinguim não é sobre esse universo colorido, fantasioso e cheio de efeitos visuais. Essa não é mais uma série de heróis. Na verdade, é tudo tão baseado na realidade que Gotham parece ser uma metrópole estadunidense que vemos no noticiário. Tudo é tão palpável que chega ser fácil esquecer o Batman.

Pedro Ibarra

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