São Paulo — Canadá e Uruguai são atualmente os dois únicos países em que a maconha é legalizada para produção, distribuição e consumo — há casos de locais que descriminalizaram o uso pessoal ou até que liberaram para casos de uso terapêutico. Porém, no mundo pensado pelo cineasta Quico Meirelles para a série Pico da neblina, o Brasil integra essa lista.
Previsto para ser lançado ainda este ano na programação da HBO, o seriado foi pensando em 2013. “Quando a gente viu que pelo mundo estava começando a acontecer (a legalização da maconha), tentamos trazer isso para a sociedade brasileira e pensar no que aconteceria com um cara que era traficante de maconha se a droga fosse legalizada, em tudo que ele ia enfrentar, como seria sair do mundo do crime e ir para a legalidade, entender esses mundos. Os mundos são de fato diferentes? Qual é a perversidade de cada um?”, questiona Quico em entrevista ao Correio.
Para isso, a história, que terá 10 episódios de até uma hora na primeira temporada, acompanha o protagonista Biriba, vivido pelo ator Luís Navarro, jovem traficante paulistano que, quando a maconha é permitida, vai atrás de um sócio para vender a erva de forma legal. Em contrapartida, o melhor amigo de Biriba, Salim (Henrique Santana), resolve continuar agindo como traficante à moda antiga. Isso vai gerar muitos embates e ganchos na trama.
“O que é muito interessante e raro é você ter uma família negra que tenha tramas, porque a série é sobre eles (a família do Biriba). É sobre essa família negra brasileira paulistana”, afirma Navarro. Para se preparar para o personagem, ele conta que resgatou gírias da época em que viveu na Zona Leste de São Paulo. “Tem várias prosódias, o que é muito interessante e específico de São Paulo”, completa.
Desafios
Ao integrar a programação da HBO, casa de produções como Game of thrones e Big little lies, a série tem um grande desafio: derrubar a barreira do grande público, que ainda tem resistência às produções brasileiras. “O principal desafio é construir especialmente o começo da história de um jeito que a gente consiga gerar um interesse inicial de um público que não assistiria a uma série brasileira ser fisgado e querer ver. Porque a gente sabe que tem um público que tem resistência de ser uma série brasileira, gravada aqui no Brasil”, analisa Quico Meirelles.
Para Luís Navarro, o público tem mudado seus hábitos e, até por isso, pode receber a produção de uma forma mais receptiva. “O mundo está começando a mudar e cansar da linguagem americana, da língua mesmo. Vemos outras séries latinas que estão dando certo. Acho que o português é uma língua que pode ser muito explora e benquista pelo mundo. E que venham mais temporadas”, diz o protagonista da trama.
No ano passado, a HBO divulgou uma leva de produções nacionais que devem estrear no canal ao longo dos próximos anos. A lista tem desde Pico na neblina e conta também com O hóspede americano, de Bruno Barreto, sobre o encontro entre o ex-presidente norte-americano Theodore Rooselvet e o Marechal Rondon na descida do Rio da Dúvida; Hard, de Rodrigo Meirelles, inspirada em produção francesa sobre uma mulher que assume a liderança de uma produtora pornográfica; e Santos Dumont, de Fernando Acquarone e Estevão Ciavatta, que tem a história de Santos Dummont como ponto de partida.
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