História real da música country com atriz vencedora de Oscar, filme da produtora Kondzilla e adaptação de best-seller são destaques na Paramount+ este ano
Por Pedro Ibarra
Mesmo não estando entre os streamings mais populares do Brasil atualmente, a Paramount+ conta com algumas séries muito interessantes no catálogo e tem investido pesado para atrair mais telespectadores para a plataforma. O mês de março de 2023 foi uma virada de chave para o serviço, visto que algumas das maiores estreias ficam disponíveis neste período e são uma boa pedida para os mais diversos públicos.
Uma das mais chamativas estreias do mês, George & Tammy é a pedida para os amantes de música country e de um drama real. A série acompanha a história de amor e vida dos cantores George Jones e Tammy Wynette, que tocavam juntos e tiveram um conturbado casamento entre os anos de 1969 e 1975. O casal agora volta aos holofotes, anos após o término. “Eu acho que é importante porque introduz esses músicos a uma nova geração de pessoas. Eles são incríveis, escreveram e cantavam algumas das minhas canções favoritas, algumas que eu só fui conhecer quando comecei a estudar para o papel”, explica a atriz Jessica Chastain, que faz a protagonista, em entrevista à Revista.
Os artistas são equiparados em tamanho aos atores que os interpretam. Michael Shannon faz George Jones e ficou impressionado como essa dupla do country ainda é popular na atualidade. “Eu amo música country, mas não era familiarizado com o George Jones. Gostava de outros artistas, como o Hank Williams e o Johnny Cash. Porém, descobri que tinha muitos amigos que gostavam do George, quando eu contava que estava fazendo o papel. Não tinha ideia que tinham tantos grandes fãs dele entre as pessoas que conheço”, conta o ator, que aproveita para elogiar o agora personagem. “Ele tinha uma voz incrível, obviamente muito difícil de imitar. As músicas que eles cantavam tinham muito poder”, avalia.
A ideia é relembrar esses artistas e trazer outra perspectiva para história deles. Um lado mais pessoal e menos musical da carreira deles, principalmente de Tammy. “Mostro a Tammy de uma forma que as pessoas talvez entendam o motivo de ela cantar as músicas que cantava. Mostro-a de forma complexa. Grupos de mulheres tinham problemas com a Tammy por conta das músicas que ela cantava. Eu tenho interesse de mostrar para as pessoas o porquê de ela fazer o que fazia”, diz Jessica Chastain, que, até esta noite, é a detentora do Oscar de Melhor atriz.
Ela diz ter entregado o melhor de si para Tammy Wynette, o que até rendeu o SAG, prêmio do sindicato dos atores norte-americano, de Melhor atriz em minissérie deste ano. “É extremamente importante para mim, especialmente se eu estiver contando uma história verdadeira de alguém, que eu trate com o maior cuidado e proteção possível aquela pessoa. Eu pauso a mim mesma e entrego tudo para pessoas como a Tammy”, afirma.
George & Tammy chegou no último dia 3 de março na plataforma, mesmo dia que mais uma produção original nacional estreou no streaming. Escola de quebrada é um longa sobre a vida de jovens que têm de se adaptar ao mundo selvagem do ensino médio. Nele, Luan (Maurício Sasi) faz de tudo para conquistar Camila (Laura Castro), porém, põe tudo a perder e precisa da ajuda dos amigos Rayane (Bea Oliveira) e David (Lucas Righi) para resolver os problemas.
A história mostra um outro lado da quebrada, uma visão mais humana e cômica das situações, sem romantizar o sofrimento de quem vive diariamente marginalizado. “A quebrada brasileira é a maior parte do Brasil. É importante trazer essa realidade para a tela, principalmente do ponto de vista que Escola de quebrada mostra, fugindo só do drama, violência, sangue, famílias mal estruturadas e sofrimento, mas também mostrar o outro lado”, reflete Laura Castro. “Apresentar que pessoas pretas não vivem só racismo e violência, mas estão envolvidas em situações que qualquer jovem vive. Dificuldade de conquistar quem quer conquistar, ser excluído na escola, ser popular, ser o palhaço da turma. As crianças pretas de quebrada precisam se sentir representadas para poderem ver um outro lado que a vida delas tem”, acrescenta a atriz.
Para o elenco, é o início do caminho, mas um passo importante. “Ainda não dá para dizer que a quebrada venceu, mas está vencendo. O caminho ainda é longo. Talvez a quebrada empatou, mas a gente vai vencer”, acredita Mauricio Sasi.
Vem mais por aí
Na próxima sexta, a comédia é em inglês com o seriado The Flatshare. Nele, Leon (Anthony Welsh) e Tiffany (Jessica Brown Findlay) dividem o mesmo apartamento, com um porém, eles não se encontram. Enquanto Tiffany tem direito às noites e aos fins de semana, Leon fica por lá nas manhãs e tardes.
A ideia da série só funcionou porque a direção fez um excelente trabalho vindo do livro homônimo e bem sucedido com o público de Beth O’Leary. “Tudo funcionou por conta da direção. Nós precisamos nos concentrar nos nossos personagens e no que era melhor para eles, e confiar nos editores e diretores fazerem o movimento entre o Leon e a Tiffany”, conta Welsh. “Boa parte da comédia está no contraste entre os personagens. Enquanto um está tendo o pior momento da vida, o outro está pulando de alegria. Há muitas formas de trazer o riso em uma história como essa”, completa Jessica Brown Findlay.
A série é uma bonita e engraçada comédia romântica que mostra que o amor pode estar onde menos se espera. “Essa série é um lembrete para que as pessoas percebam melhor o que está em volta, às vezes você está buscando algo perfeito e está diante dos seus olhos. Às vezes é simples, você pode dar uma grande volta e chegar na primeira coisa que você viu”, propõe Jessica, que aproveita o espaço para um conselho: “Não tenham medo de chegar em alguém e dizer ‘oi’. De se colocar. Parece que ficou estranho pedir o telefone de alguém. Faça! Pode ser que o resultado seja legal”.