Mesmo não sendo tão famosa no Brasil quanto nos Estados Unidos, é seguro afirmar que a relação entre Pamela Anderson e Tommy Lee ainda chama bastante a atenção. Sendo pioneiros na já saturada fama pelo sex-tape vazado, os dois acabaram por redefinir uma referência pop de Hollywood.
A minissérie acabou de chegar ao streaming do Star+ Brasil, com três episódios apresentados — em um total de oito. Robert Siegel foi o responsável pela criação da série. Na experiência com biografias, o cineasta esteve à frente de Fome de poder, que contou a história de Ray Kroc e a ascensão da rede de fast-food McDonald ‘s.
A história de Pamela Anderson e Tommy Lee (interpretados, respectivamente por Lily James e Sebastian Stan) parece, antes de tudo, inventada da mente das mais criativas. Tudo nesse relacionamento é cheio de “uau”, e não por menos, muita especulação e fake news sempre fizeram parte das notícias da dupla. O surpreendente, contudo, é que grande parte do que parece inventado é real.
No auge da carreira de baterista em uma banda de metal, Tommy encontra a atriz em ascensão, Pamela Anderson, em uma descontraída festa. A paixão à primeira vista leva o músico a seguir Pam até o México. Tudo isso ainda em meados da década de 1990.
A “aventura” (ou stalker, nos dias de hoje) acaba em um casamento nas terras paradisíacas do país latino-americano e a vida de aventuras seguiu a dupla de volta para Hollywood. Pam e Tommy se tornaram a maior referência do que é a “fama” nas revistas de fofoca do país. Jovens, bonitos e ricos, eles tinham poder e usavam deste poder, mesmo não tendo as melhores personalidades.
A série apresenta uma Pam insegura e, de certa forma, mesquinha. Tommy tem dez vezes mais problemas. O homem é arrogante, insensitivo, machista, solitário e tira prazer de praticar bullying com os que estão ao redor dele.
O “amor” do casal é especialmente sexual, mas os dois são tão carentes (apesar de serem “queridos” por todos), que não conseguem enxergar as limitações de uma relação como aquela, e insistem.
A terceira grande peça da minissérie é Rand (Seth Rogen), um carpinteiro que toma um golpe de Tommy durante uma reforma na mansão do artista. Rand é movido por uma grande frustração e desejo de vingança e, ao roubar Tommy, acaba encontrando a sex-tape do ex-chefe e Pam. O resto é história.
Pam & Tommy não é ruim, mas erra ao exagerar — pelo menos nos primeiros episódios. Nesse quesito se destaca a vertente cômica e sexual da produção. Vamos a cada uma.
Praticamente toda a série gira em torno da sexualização dos dois protagonistas. Isso vai tão longe que nem são necessárias as cenas de sexo em si. Seja com closes na cueca de Tommy (ou na conversa do homem com o próprio pênis, no segundo episódio), seja nos gritos e pulinhos de Pam. As vezes, a grande impressão é que o sexo dos dois é mais importante do que qualquer outra coisa.
Nesse exagero também é importante notar o tom cômico procurado — mas não encontrado — pela produção. Chega a ser constrangedor o quanto certas piadinhas tentam ser emplacadas, mas que falham de forma significativa. Um grande exemplo é a vida de Rand. O homem é profundamente infeliz, profundamente magoado, entretanto, é usado como o escape cômico da história. É uma conta que simplesmente não fecha. Não tem graça.
Em síntese, Pam & Tommy foge de uma importante seriedade ao se jogar ao exagero. Não é um crime. A produção não merece ser “cancelada” por isso. É apenas uma escolha de como contar a história, e definitivamente deve agradar a uma grande parcela de público.
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