Nos anos 1990, a história da bruxinha Sabrina foi contada em formato de sitcom na produção Sabrina, aprendiz de feiticeira. Quinze anos depois do fim da comédia na tevê, a narrativa, que também foi retratada nos quadrinhos pela Archie Comics, ganhou uma nova versão produzida pela Netflix em parceria com a Warner Bros., O mundo sombrio de Sabrina.
Lançado no mês passado, o seriado tem uma premissa parecida com a da sitcom, porém é realmente uma série completamente diferente da original quando se fala do desenrolar da história.
Em O mundo sombrio de Sabrina, o espectador acompanha Sabrina Spellman, agora vivida pela atriz Kieman Shipka, uma jovem que, no aniversário de 16 anos, precisa abraçar de vez a sua metade bruxa participando de uma cerimônia em que precisa assinar o livro do Senhor das Trevas e assim, por sua devoção, garantir seus poderes e uma educação voltada para o mundo das sombras.
O problema é que, para isso, Sabrina precisará abdicar de sua vida humana, deixando a escola de Baxter High, o namorado Harvey Kinkle (Ross Lynch) e as duas melhores amigas Rosalind Walker (Jaz Sinclair) e Susie Putnam (Lachlan Watson), podendo manter contato apenas com bruxos. Órfã, Sabrina é criada pelas tias Hilda (Lucy Davis) e Zelda (Miranda Otto) ao lado do primo Ambrose (Chance Perdomo). Como disfarce, a família mantém uma funerária na cidade de Greendale.
Logo no primeiro episódio, O mundo sombrio de Sabrina estabelece uma atmosfera que mistura drama, suspense, “terror” e comédia. Esse mix de gêneros é, inclusive, um dos aspectos positivos da produção e que a diferencia de Sabrina, aprendiz de feiticeira.
A cada episódio a série vai crescendo narrativamente e explorando cada vez mais de Sabrina, que é uma protagonista empática, totalmente atual e muito bem defendida pela jovem Kieman, e dos demais personagens, que também são muito bem construídos. As tias de Sabrina, por exemplo, tem o mesmo carisma do passado e são ótimas personagens. Também não há como não elogiar o acréscimo do primo Ambrose e das melhores amigas de Sabrina.
Apesar de ser uma série dedicada ao público jovem, o que normalmente quer dizer uma produção mais voltada para o puro entretenimento, O mundo sombrio de Sabrina vai além de uma série sobre uma adolescente tentando se entender na dinâmica de ser metade bruxa e metade humana — e é interessante que a série dá essa dica no primeiro episódio quando os personagens falam que um filme sobre zumbi é, na verdade, um longa sobre a guerra fria.
O seriado traz assuntos atuais. Sabrina é uma jovem decidida, feminista e que não abre mão de seu livre arbítrio. Então, todos os assuntos relacionados a vida de Sabrina são contextualizados com o mundo contemporâneo, outro grande acerto da produção, que também tem um papel de debate e reflexão.
E não é só pela história de Sabrina que a série retrata esses temas. Personagens como Ambrose, que é pansexual, Rosalind, que é negra, e Susie, que não se identifica necessariamente com um gênero, também trazem essa representatividade e uma série de questões interessantes.
A série se vendeu como um terror, mas pela qualidade um pouco baixa de seus efeitos visuais, não dá para assustar, apenas traz realmente essa atmosfera mais dark, já que aqui o mundo de bruxa de Sabrina é bem mais sombrio do que o mostrado em Aprendiz de feiticeira.
Falando em visual, a produção optou por um estilo um tanto estranho de gravação. A maioria das cenas é filmada em formato de “olho de peixe”, com foco no meio e desfocado ao redor. A escolha é um tanto estranha e o fato de se repetir ao longo da série também. Deveria ter sido usada apenas em algumas cenas para um objetivo específico.
Mesmo assim, nada disso tira os méritos de O mundo sombrio de Sabrina. A produção é um dos grandes acertos da Netflix, com personagens empáticos e muito bem feitos por seus intérpretes, uma história envolvente e atual e com uma segunda temporada já garantida.
A primeira temporada é formada por 10 episódios e, pelo seu estilo, foi feita para uma maratona. Comece já a sua!
Obs: Se você é fã de Riverdale, sem dúvidas vai amar o fato de O mundo sombrio de Sabrina fazer referência à produção da CW. Além da escola da série ser mencionada, um personagem ainda aparece na produção: Ben Button (Moses Thiessen).
Revelado aos 9 anos vivendo um menino escravo traficado, o carioca de 34 anos, nascido…
O Próximo Capítulo já assistiu o início da série e garante que embate geracional de…
Ator carioca de 46 anos retorna às produções bíblicas com Reis em ano que festeja…
Ator de 33 anos comentou sobre os trabalhos no audiovisual que vem emendando desde 2020…
Atriz que protagoniza No ano que vem e estará de volta com Rensga Hits celebra…
Protagonista das cinco temporadas de Star Trek: Discovery, Sonequa Martin-Green comenta o caminho trilhado pela série…