O humorístico Zorra chega à quinta temporada neste sábado (13/4), quando exibe o primeiro episódio da nova leva de capítulos às 22h12, na Globo. Essa temporada marca a entrada de quatro novos atores para o elenco: Paulo Vieira, que se tornou conhecido após participar do quadro Quem chega lá, do Domingão do Faustão; Luisa Perissé, filha de Heloísa Perissé que esteve na peça Alice no país da internet; Castorine, que estará no longa Paulinho Gogó — O filme; e Evaldo Macarrão, que atuou no filme Tungstênio.
A chegada do quarteto promete renovar ainda mais a atração, que tem supervisão artística de Marcius Melhem e Daniela Ocampo, direção geral de Mauro Farias, e redação final de Gabriela Amaral e Celso Taddei. “Cada vez mais a gente tem tido mais noção da importância da comédia e do que se diz na comédia. É uma evolução natural. E também é natural que surja um contraponto diante disso. Acho que o Zorra cumpre um papel muito importante de não só representar a sociedade que a gente está, como também de fazer esse papel educacional. O Zorra é um programa que não ri de minorias, acho muito legal estar nele. É um programa com uma qualidade de roteiro absurda, com um elenco luxuoso. Tomara que as pessoas possam assistir cada vez mais”, avalia Paulo Vieira.
Nesta temporada, o humorista entra para participar de esquetes que representam as pessoas do interior do Brasil. “Eu entro com Norte, Nordeste, pretidão. O Zorra fala para o Brasil inteiro, é um programa que pretende ser cronista da realidade do povo na tela, quanto mais diverso e plural for esse elenco, melhor. Acho que entro para dar essa cor. Estou muito feliz. Não vejo a hora de estrear”, afirma.
Os novatos se unem ao time já fixo do Zorra composto por nomes como Dani Calabresa, Maria Clara Gueiros, Rodrigo Sant’Anna, Welder Rodrigues, Otávio Muller, Fernando Caruso, George Sauma e Flavia Reis. Essa mistura de gerações é vista pelos novatos como uma ótima oportunidade de troca. “Tem sido uma experiência incrível! Adoro me caracterizar, fazer vários personagens! Fora o elenco que é supermaneiro. Eles receberam os novatos com muito acolhimento, carinho! Acaba que nesse meio todo mundo acaba se conhecendo e eu já conhecia algumas pessoas também! A Castorine que entrou agora, eu já tinha visto fazendo outras coisas e já achava ela hilária! A verdade é que eu sou muito fã de todo mundo ali! Vai ser pra mim uma grande escola”, define Luisa.
Entrevista // Paulo Vieira
Sua primeira passagem pela Globo foi durante o Quem chega lá, do Domingão do Faustão. Como foi essa experiência para você?
Foi uma experiência incrível. Aprendi muito, foi lá que eu tive uma ideia de como é fazer humor num veículo de comunicação tão grande como a Globo e a importância a necessidade de me comunicar dentro de um repertório que seja comum ao país inteiro. Foi lá que comecei a aprender o que é fazer tevê e estou longe de saber ainda. Fora que o Faustão é um gênio da comunicação.
Agora você está de volta à emissora para a nova temporada do Zorra. Como veio o convite e como tem sido a experiência de integrar o humorístico?
O convite veio do Marcius Melhem, que me chamou para integrar esse núcleo de humor da casa. Eu aceitei logo porque amo o elenco do Zorra. Gosto muito do programa, tenho muitos amigos. Acho os atores muito talentosos e as pessoas da redação também. Me sinto mimado na televisão porque só tenho feito projetos incríveis, com pessoas que eu amo, é muito bom.
Você está entrando numa temporada com vários nomes de uma nova geração no humor…
Estou entrando com uma nova geração. Mas acho que é um programa bem diverso de gerações. A gente tem desde a geração do Anselmo Vasconcelos, que tem uma história longa no humor, como o Antonio Fragoso, o Otavio Müller, tem uma outra geração com Maria Clara Gueiros, Flavia Reis, Patricia Pinho, uma outra com Dani Calabresa, Paulo Mathias Jr., Magda Gomes, agora com o George Sauma, a Valentina Bandeira, que eu amo e é maravilhosa… Agora é a gente: eu, Evaldo Macarrão, a Luisa Perissé e a Castorine. O programa é todo diverso em gerações de comédia e isso é muito válido.
Como você enxerga a comédia nos dias de hoje?
Sobre a comédia nos dias de hoje, acho que a gente está passando por um momento de terapia. Sabe quando você vai se resolver e às vezes você nem se resolve, mas só entende. Tem uma frase boa que é: “Brasil – Estamos em construção”. A gente está indo entender tudo, política, economia. Nunca se falou tanto de política. Hoje as pessoas estão entendendo e se conscientizando. Isso também no humor, do politicamente correto ou incorreto. As pessoas estão entendendo o que são essa coisas e se posicionando. Tanto os artistas quanto o público. A gente não está desses lados para brigar, mas são escolhas de vida e de visão. Eu tento sempre pensar naquilo que estou falando e entendo o humor como ferramenta de comunicação, sei que aquilo que eu digo chega até o público com humor, tento sempre vigiar aquilo que eu digo, pensar de que lado, o meu posicionamento da piada. Mas isso porque eu escolhi viver assim. Tento viver assim, tento e às vezes vacilo. Assim como outro amigo meu pode ter escolhido outro caminho e a gente não vai brigar por causa disso.
Acha que o humor feito hoje é diferente?
Essa evolução da consciência é o maior diferencial. Cada vez mais a gente tem tido mais noção da importância da comedia e do que se diz na comedia. É uma evolução natural. E também é natural que surja um contraponto diante disso. Acho que o Zorra cumpre um papel muito importante de não só representar a sociedade que a gente tá, como também de fazer esse papel educacional. O Zorra é um programa que não ri de minorias, acho muito legal estar nele. É um programa com uma qualidade de roteiro absurda, com um elenco luxuoso. Tomara que as pessoas possam assistir cada vez mais.
Entrevista // Luisa Perissé
Como surgiu a oportunidade de entrar para o elenco do Zorra?
Eu já tinha feito teste para outro produto, mas como não consegui fazer o workshop porque estava fazendo um filme, não pude pegar o papel. Meu teste era de humor, e nessa época estavam fazendo testes pro Zorra. O Marcius tinha me visto em cena na peça que eu fiz Alice no país da internet, que era num papel engraçado de uma rainha de copas muito louca! Aí meu nome foi falado, e eles viram meu teste. Daí surgiu o convite, o que me deixou muito feliz!
Você é filha de uma humorista consagrada. Foi a sua mãe que a inspirou a seguir a carreira de atriz e, agora, com foco no humor?
Claro que a mãe da gente tem sempre um peso considerável nas nossas vidas! Com minha mãe não é diferente! Mas tive outras fontes inspiradoras muito importantes também! Vim de uma família de comediantes. Minha mãe conta que um dia eu cheguei da escola meio triste, aí ela perguntou o que era e eu disse: “Na escola todo mundo ri de mim!” Aí ela disse: “Todo mundo ri da mamãe, do papai, do titio, do vovô!” Aí eu vi que tava tudo certo! Fora que eu viajava com ela e tia Gru (Ingrid Guimarães) pelo Brasil inteiro fazendo Cócegas! Chegou uma hora que eu entrava vestida de pintinho! Então tudo isso foi se juntando a algo que já havia no meu coração e que hoje vejo concretizado!
Sua mãe é uma das mulheres pioneiras no humor na tevê brasileira. Como foi para você entrar nesse mercado que até pouco tempo atrás era considerado machista?
Esse mercado, pra mim, ainda é bem machista. Aliás, o mercado e a sociedade em geral são, a gente tenta, mas é muito difícil mudar uma cultura de séculos em alguns anos, porque já está tudo enraizado na mente, mesmo já tendo algum progresso. Nunca tivemos as mulheres comediantes tão reconhecidas como os homens, ainda bem que isso vem mudando de uns tempos pra cá!
Entrando numa temporada com vários nomes de uma nova geração no humor, como você enxerga a comédia nos dias de hoje? Acha que o humor feito hoje é diferente?
O humor se modifica a cada dia, inclusive vou escrever meu TCC (Trabalho de conclusão de curso) sobre a evolução do humor! Ainda bem que estão surgindo novas formas mais ricas de fazer rir! Há um tempo podia até ser engraçado fazer piadas com as minorias, mas hoje em dia a graça é sacanear o opressor, porque já está velha essa história. Como diz a Tati, personagem que minha mãe fazia: “Alooou!!!!! Se liga sociedade, a gente tá pisando em vocês com glamour!”
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