Rafael Sardão 1 Crédito: Rodrigo Vipych/Divulgação

No ar em Jezabel, Rafael Sardão explica fascínio por tramas bíblicas

Publicado em Entrevista, Novela

“Temos a oportunidade de ser guerreiros, sacerdotes, faraós, príncipes, escravos, toda uma gama de personagens que, creio eu, nenhum ator, antes das novelas bíblicas, acreditava ser possível fazer, falando de Brasil obviamente”, revela Rafael Sardão

Com passagem pelo teatro, o ator Rafael Sardão tem acumulado projetos na televisão. Desde 2013, o carioca pode ser visto em produções da Record, principalmente, as bíblicas. “Eu adoro. Temos oportunidades de, como atores, percorrer por personagens diferentes do habitual. As novelas contemporâneas caem no problema de já serem feitas há meio século, ou seja, não há mais o que inventar nesse contexto, são os mesmos tipos de personagens sempre. O vilão invejoso, o mocinho inocente, o núcleo cômico, mas todos dentro de uma estrutura contemporânea”, afirma.

Atualmente, Sardão está na macrossérie Jezabel interpretando o personagem Hannibal, que é o amante da protagonista vivida pela atriz Lidi Lisboa. Para dar vida ao personagem, ele conta que se inspirou em filmes e linhas de personagens similares. Porém, não teve muito tempo, já que emendou a novela Jesus, em que viveu Simão Fariseu, com o projeto. “Como estava em Jesus, tive pouco tempo para me preparar, mas acredito que, no caso, do Hannibal, eu fui tomado pela energia dele quase como se baixasse em mim o próprio Hannibal. Foi muito intenso e forte esse encontro”, conta.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, Rafael Sardão fala sobre a macrossérie Jezabel, a relação com as novelas bíblicas e a religião, além da vontade de voltar aos palcos. Confira!

Entrevista // Rafael Sardão

Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de Jezabel?
Eu estava terminando de gravar a novela Jesus e fui chamado para um teste. A princípio para outro produto da casa. Dias depois fui surpreendido pelo convite para fazer o general Hannibal de Jezabel. Foi algo inesperado para mim, mas desde o início vi que seria um presente fazer um vilão como Hannibal. Foi paixão à primeira vista.

Como você se preparou para viver Hannibal e qual é a importância dele dentro da história?
Minha preparação passa sempre por uma pesquisa de referências, do que já foi feito em termos de personagens do tipo. Então busquei alguns filmes, meus diretores me deram algumas indicações importantes de filmes e linhas de personagens que eu poderia me inspirar. Como estava em Jesus, tive pouco tempo para me preparar, mas acredito que, no caso, do Hannibal, eu fui tomado pela energia dele quase como se baixasse em mim o próprio Hannibal. Foi muito intenso e forte esse encontro.

Vocês gravaram no Marrocos. Como foi essa experiência?
Incrível! Um lugar que respira a história da humanidade, com paisagens estonteantes, o trabalho se transformou numa imersão total o que ajudou muito na composição dos personagens e na apropriação da história que estávamos contando.

Crédito: Rodrigo Vipych/Divulgação

Você tem se dedicado às novelas bíblicas nos últimos anos. Como é para você fazer esse tipo de trabalho?
Eu adoro. Temos oportunidades de, como atores, percorrer por personagens diferentes do habitual. As novelas contemporâneas caem no problema de já serem feitas há meio século, ou seja, não há mais o que inventar nesse contexto, são os mesmos tipos de personagens sempre. O vilão invejoso, o mocinho inocente, o núcleo cômico, mas todos dentro de uma estrutura contemporânea. Nas novelas bíblicas, temos a oportunidade de ser guerreiros, sacerdotes, faraós, príncipes, escravos, toda uma gama de personagens que, creio eu, nenhum ator, antes das novelas bíblicas, acreditava ser possível fazer, falando de Brasil obviamente. Então poder ser um general Fenício, lutar guerras com espadas, ou ser um joalheiro do faraó, como em Os Dez Mandamentos, ou um Fariseu enfrentando o próprio Jesus, são experiências magníficas para o ator. Então eu tenho muito orgulho do meu trabalho, e de estar tão presente na história das novelas bíblicas.

Você é uma pessoa religiosa?
A minha religião é o amor incondicional e o não julgamento. Essa é minha busca espiritual. Amar e respeitar o próximo, e encerrar o julgamento do outro. Não são coisas fáceis, mas é o processo ao qual me proponho em vida.

Você tem bastante experiência no teatro. Está com algum trabalho paralelos nos palcos?
Eu tenho trabalhado muito na tevê. Estive nas últimas três novelas da Record de forma continuada. Isso prejudica um pouco o meu percurso no teatro. O que me deixa um pouco entristecido. Sou do teatro e já sinto falta de estar no palco. Quem sabe nesse segundo semestre me sobra um tempinho para voltar a investir nos meus projetos.

Como você começou na vida de ator?
Comecei no teatro amador, fazendo pequenos cursos, montando pequenos projetos entre amigos, isso lá por volta de 1997. Depois de alguns anos resolvi ter uma formação mais sólida e fui ser bacharel em teatro pela universidade da cidade. Me formei em 2008. Fiz muitos trabalhos no teatro até chegar à tevê o que me deu bastante base para encarar o difícil trabalho de estar em frente às câmeras. Eu, inclusive, recomendo muito aos que me perguntam que vá buscar uma formação em teatro, uma vivência, para poder buscar a tevê depois já preparado para encarar o trabalho que se mostra a cada dia mais difícil, dada as novas formas de se fazer tevê, onde o tempo de preparação é muitas vezes nulo, e você é jogado num trem em movimento e tem que salvar sua pele em frente das câmeras.