Em entrevista ao Próximo Capítulo, Aline Prado falou da trajetória artística iniciada no samba que se desdobrou para o mundo da atuação
“A televisão brasileira não reflete nem de perto as pessoas que eu vejo quando ando na rua”. É assim que a atriz Aline Prado define a falta de representatividade negra na televisão. A carioca está atualmente no ar na macrossérie da Record, Jezabel. Na trama, ela dá vida a Batnoam, uma das servas da protagonista do folhetim, que estreou em 23 de abril na tevê aberta.
Aline Prado entrou para o elenco após fazer um teste. Esse é o primeiro grande trabalho da artista na tevê. Entre 2005 a 2013, ela podia ser vista na telinha de outro modo: como Globeleza. E foi exatamente essa oportunidade que a levou ao caminho da atuação. “Eu comecei a estudar teatro pra conseguir ser uma Globeleza melhor e me apaixonei”, lembra a atriz.
Ao Próximo Capítulo, Aline Prado falou sobre a transição de Globeleza para atriz, a oportunidade em Jezabel e criticou a falta de atores e atrizes negras no cenário audiovisual brasileiro.
Entrevista // Aline Prado
Sua inserção na vida artística aconteceu graças ao carnaval e ao samba. Qual é a importância desses dois aspectos na sua vida?
Eu cresci no samba. Descobri a arte através desse mundo. Então, além de todo meu amor o samba, vai ter sempre a minha gratidão por me mostrar a minha vocação na vida.
Depois de ter sido Globeleza, você investiu na carreira de atriz. O que te motivou a seguir esse caminho? Quais foram os maiores desafios?
Eu comecei a estudar teatro pra conseguir ser uma Globeleza melhor e me apaixonei. Desde que entrei no curso livre do teatro O Tablado nunca mais consegui imaginar minha vida sem minha arte. Não foi fácil fazer a transição, principalmente porque eu passei muito tempo sendo Globeleza, que é uma personagem muito marcante no imaginário coletivo, mas está dando certo.
Você já havia feito algumas participações na tevê e agora estará na macrossérie Jezabel. Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco da produção?
Eu fiz o teste para a produção. Tinha o perfil e felizmente consegui o papel.
O que você pode contar sobre a sua personagem e o enredo dela na trama?
Jezabel é uma princesa idolatra que se casa com o rei de Israel com o objetivo de comandar um grande reino. Para conseguir se infiltrar entre os israelitas e obter informações sobre eles ela traz da Fenícia suas servas pessoais que atuam como suas espiãs. Batnoam é muito leal a Jezabel e está disposta a fazer tudo por ela.
Como você se preparou para vivê-la?
Eu me preparei com a ajuda da coach Marina Rigueira que me ajudou a encontrar as nuances dessa personagem.
A novela teve filmagens no Marrocos. Como foi essa experiência para você?
Foi muito intensa. Passamos quase um mês vivendo lá por conta das gravações. A cultura, os costumes, a comida é tudo muito diferente. Mas é um lindo lugar. Que eu gostei muito de conhecer.
Como mulher negra, como você vê hoje a representatividade na tevê?
A televisão brasileira não reflete nem de perto as pessoas que eu vejo quando ando na rua. É muito importante mudar esse quadro o quanto antes com oportunidades iguais para todos os atores.