O Próximo Capítulo preparou uma lista com capítulos que deram um show em 2017. Confira!
O ano de 2017 definitivamente não foi fácil. Entre extremos de ódio e líderes cada vez mais fora de controle, o mundo viu quase todo dia uma nova tragédia na tevê. A produção cultural reagiu a tudo isso. Na música, criações que entraram na história foram aclamadas, no cinema, o poder da bilheteria frente à pirataria se mostrou mais forte do que nunca, e, na tevê, grandes produções apresentaram uma qualidade acima da média.
O Próximo Capítulo fez um levantamento dos melhores episódios do ano. Naturalmente, toda a qualidade das produções não cabem em apenas 10 capítulos, por isso, não se chateie se sua produção favorita não estiver na lista. Se for esse o caso, conta para gente o que você prefere. Aproveite a oportunidade para conhecer novas as histórias e encher seus planos para o que vem em 2018.
Atenção, a lista pode conter spoilers para quem não acompanha as tramas
Melhores episódios de 2017
10 – Tape 7, side A (décimo terceiro episódio) – 13 reasons why, 1ª temporada
A série da Netflix não é nenhuma excelência em qualidade técnica: mergulha em clichês e é banhada em hype. O que geralmente seria a receita certa para um desastre televiso conseguiu contornar suas “dificuldades”. A grande razão de 13RW (Leia mais) entrar na nossa lista está na ousadia em abordar o suicídio de uma forma extremamente detalhada (e romantizada também, seremos honestos) e trazer o tema ao contexto popular. Diversas polêmicas cercaram a produção, como o fato de a transmissão de um enredo que apresenta uma cena de suicídio ser positiva ou não para a saúde mental dos jovens. Todavia, independentemente de tais polêmicas, o mais importante a série conseguiu: levantar a discussão.
O episódio Tape 7, side A é o grande responsável pela grande popularidade de 13RW, já que é aquele que apresenta o suicídio da jovem Hannah. Após uma temporada sofrendo bullying, sendo exposta e até mesmo estuprada, a garota tira a própria vida. A cena, muito bem executada tecnicamente, sintetizou 13 capítulos de forma eficaz, se libertando de um possível cliffhanger para prender superficialmente a atenção do público e mostrando uma ousadia capitular no universo das séries teens.
9 – Leverage (primeiro episódio) – The girlfriend experience, 2ª temporada
A produção do canal Starz (Leia mais) ainda não é tão conhecida no mundo das séries, mas guarda grande qualidade. A história apresenta o complexo cotidiano de prostitutas de luxo. No primeiro ano da produção, acompanhamos a vida de Christine Reade (Riley Keough, neta de Elvis Presley), jovem universitária que se rende ao mundo da prostituição.
Já neste ano o público embarca no arco de Anna, Erica e Bria, sendo que um episódio é dedicado às duas primeiras e, no capítulo seguinte, acompanhamos a história de Bria. Este episódio, em particular, chegou à nossa lista pela capacidade de sintetizar a intrigante personalidade de Anna (a prostituta) e Erica (uma espécie de lobista), que entram em um relacionamento misturando poder, sexo e intriga. Com ritmo intenso, mas sem apelar para uma excessiva dramatização, o primeiro capítulo desta segunda temporada fez o coração do telespectador bater forte (a cena da gravação no final é brilhante) e deixou claro: a produção está no rol das melhores da tevê atualmente.
8 – Dig dug (quinto episódio) – Stranger Things, 2ª temporada
Que a produção tem qualidade, algumas indicações ao Emmy e Globo de Ouro, já deixaram claro (Leia mais), mas o que Dig dug traz de especial é uma espécie de ápice, em que o elenco adulto ganha espaço (sem excluir os menores, que claramente, são o ponto alto da trama) e a história se move exponencialmente. O episódio – nomeado pelo jogo arcade – entra nesta lista por dica de Adriana Izel. O encontro de Eleven e sua mãe, a entrada de Hopper nos túneis e o Will na plantação no fim à la A colheita maldita foram os pontos altos do episódio. Stranger things mostrou com a sua segunda temporada que o elenco – especialmente o infantil – é uma de suas cartas na manga, e que o lugar marcado no tapete vermelho já está garantido.
7 – Offred (piloto) – The handmaid’s tale, 1ª temporada
A assustadora distopia da Amazon em que o futuro é liderado por um grupo e valores religiosos, The handmaid’s tale (Leia mais) não apresenta uma grande potência técnica, porém compensa – e muito – com uma narrativa que beira a excelência. A história não é dada de mão beijada e funciona como se o público estivesse colaborando com história. A presença e protagonismo de Elisabeth Moss também é um plus, mas o que conta mais para a qualidade de THT é a mensagem: o mundo vai de fato chegar a este ponto eventualmente?
6 – The spoils of war (quarto episódio) – Game of Thrones, 7ª temporada
Game of thrones (Leia mais) tem várias falhas e problemas – em minha percepção, porém, nada, nem ninguém é capaz de minimizar a grandiosidade da sétima temporada, especialmente, deste quarto episódio. Foi quase uma hora em que a história andou consistentemente, e a produção técnica da HBO deu um show de qualidade.
Naturalmente, é impossível ignorar o ponto alto, e o que colocou este episódio nesta lista: a grande batalha com os dragões – na verdade foi só um dragão, mas tudo bem, porque a emoção é a mesma. Milhares de atores em cena, explosões e atos heroicos (mesmo que segundo, Tyrion, isso foi só um “fuga, idiota”). Neste episódio, Game of thrones colocou em jogo todo seu hype de grande série, e não deixou o público a desejar, foi um dos grandes momentos do ano para os fãs de séries.
5 – Somebody’s dead (piloto) – Big little lies, 1ª temporada
Quem diria que donas de casa ricas poderiam ser tão perigosas, não é mesmo? Pois é, elas podem, e renderam uma ótima produção televisiva da HBO (Leia mais). O piloto foi o grande responsável por montar a história que, por sua vez, é simplesmente brilhante. Foi um capítulo sem grandes apelos à técnica, mas que conseguiu atingir um nível de sensibilidade gigantesco – em contrapartida ao terror e violência que fazem parte do clímax. Desde os flashbacks, até os comentários dos moradores à polícia. Big little lies é uma produção como poucas, que conseguiu produzir um dos melhores episódios do ano.
4 – “Piloto” – Liar, minissérie
Muitas produções já apostaram em um enrendo que pode ser abordado por diferentes perspectivas em relação a personagens (vide The affair), porém, é seguro afirmar que a história de Laura e Andrew, no canal britânico ITV, vai um pouco além. Ao apresentar um caso de estupro, em que a mulher denuncia e o homem nega, o mote de Liar é a complicada questão: cada história tem dois lados (Leia mais).
Por mais que logo o grande mentiroso seja de fato revelado, o piloto faz um trabalho ímpar ao mostrar essa história que simplesmente prende o público num canto onde não se sabe qual narrativa é a correta. Por um momento ficamos a favor de Andrew, no outro a Laura é a verdadeira vítima. É quase uma hora que redefine a qualidade de enredo para o mundo da televisão.
3 – The toll (décimo episódio) – Ozark, 1ª temporada
A produção passou em silêncio por parte do grande público e quase não foi repercutida. Entretanto, a série da Netflix pode ser considerada como uma das melhores séries do ano. O enredo apresenta Martin Byrde, um homem de meia idade, meio bobão e acima de qualquer suspeita, mas que, na verdade, é o contador de um grande cartel de drogas (Leia mais). Superando toda aquela historinha de semelhança com Breaking bad, a aposta do streaming tem um roteiro rápido, em que as coisas acontecem de forma ágil, sem enrolação, e em poucos episódios, tudo pode mudar.
O episódio final é a máxima dessa abordagem de Ozark. Um dos personagens principais sai de cena e além de concluir uma temporada de acontecimentos (o que é muito difícil), a season finale abre espaço para uma segunda temporada. Em resumo, o capítulo foi um exemplo de excelência, e a série um exemplo a ser seguido em Hollywood.
2 – Takk for alt (décimo episódio) – Skam, 4ª temporada
Das longínquas terras norueguesas, Skam se tornou uma das grandes surpresas do gênero nesta década (Leia mais). Com um roteiro que se foca em assuntos contemporâneos, como problemas psicológicos, homossexualidade e cyberbullying, a série foi um furacão de emoções que arrebatou um público mundial.
Com protagonistas diferentes, o fim da série na quarta temporada apresentou o cotidiano de Sana e o amor proibido por um garoto que não segue o islã. Em segundo plano, o público teve a chance de assistir a um grupo de jovens que tem de lidar com problemas bem adultos. A série é real e sensível, apostando em um roteiro que vai direto ao ponto e esbanja qualidade.
Em sua conclusão, a produção fez um verdadeiro ode à modernidade, mostrando que nem Trump, nem a mídia conseguirão destruir o melhor das pessoas. A saudade que ficou é grande, mas já estamos preparados para os vários spin-offs que vão surgir em 2018 em diversos países do mundo.
1 – Eps3.4_runtime-err0r,r00 (quinto episódio) – Mr. Robot, 3ª temporada
Tam, tam, tam: nossa concorrida posição de melhor episódio do ano fica para a quinta parte (mesmo o nome do episódio apontando para um “4”) da terceira temporada de Mr. Robot. Eps3.4_runtime-err0r,r00 entrega uma conclusão prometida desde o final da primeira temporada: a “segunda fase” de ataques do Dark Army.
Mais do que conclusões, o episódio apresentou surpresas, novas tramas e, ao longo de pouco mais de 40 minutos, ficou difícil para o público respirar em uma rara demonstração de um capítulo inteiro filmado em plano-sequência. Diferentemente da maioria dos outros representantes deste lista, tudo isso ocorreu com uma produção madura, literalmente, no meio de uma temporada
Além do quinto episódio, é muito importante chamar atenção para o quanto Mr. Robot seque firme em uma posição de excelência na tevê. Vindo de uma emissora pequena, a USA Network, com um orçamento mínimo e sem grandes estrelas, a série conseguiu driblar todos os obstáculos, e entregou, a cada semana desta terceira temporada episódios brilhantes, que representaram o melhor da tevê em 2017 (Leia mais).
