Malhação: Toda forma de amar mostra a força dos personagens femininos

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Tramas femininas e atrizes promissoras marcam a primeira semana da nova temporada de Malhação. Leia a crítica!

A força de tramas e personagens femininos deram o tom da nova temporada de Malhação, intitulada Toda forma de amar. O brilho de atrizes veteranas e novatas chamou muito mais a atenção do que o dos rapazes e isso acabou gerando um desequilíbrio no produto final. Como a maioria do elenco é jovem, isso pode ser revertido durante a jornada.

A ação da temporada gira em torno das meninas Rita (Alanis Guillen), Jaqueline (Gabz) e Anjinha (Caroline Dallarosa) e, com bem menos força, dos meninos Felipe (Pedro Novaes) e Guga (Pedro Alves).

Leia a crítica de Malhação – Toda a forma de amar!

Malhação – Toda forma de amar começa com Rita descobrindo que a filha que achava estar morta foi dada pelo pai dela (dela, Rita) para a adoção. O casal Joaquim (Joaquim Lopes, engessado como de costume) e Lígia (Paloma Duarte, de volta à Globo em alto estilo) se prepara para batizar Carolina, a filha de Rita, pois a Justiça acaba de conceder a eles a guarda definitiva da criança. Numa cena em que Alanis Guillen mostrou que é nome a ser anotado, Rita invade o batizado da menina e grita que é a mãe biológica dela. O natural era que a cerimônia prosseguisse sem que Lígia e Joaquim dessem importância a isso, mas ela se sensibiliza com a história da menina e, mesmo com medo de perder a guarda da bebê, cancela o batizado. Esse embate entre as duas promete!

Os laços familiares de Jaqueline também são frágeis. Prestes a completar 18 anos, ela quer conhecer o pai, que não a assumiu afetivamente, mas dá dinheiro à mãe dela. Como presente de aniversário, ela convence a mãe a mediar o encontro. Mas ela se decepciona com o pai, o médico César (Tato Gabus Mendes), e o autor Emanuel Jacobina brinda a atriz e o público com bons diálogos sobre paternidade. Sem ser excessivamente didático, ele e os atores emocionaram.

Jaqueline se decepciona ao conhecer o pai na primeira semana de Malhação – Toda forma de amar

A ponta de destaques se completa com Anjinha (Caroline Dallarosa), apelido de Ângela. Apaixonada por futebol, ela enfrenta o preconceito dos meninos e do pai, o militar Marco Rodrigo (Julio Machado), que treme nas bases quando a menina revela que quer arranjar um namorado. A trama de Anjinha deve se basear nas discussões sobre machismo e, mais uma vez, sobre paternidade. Amoroso, Marco tem dificuldade em criar sozinho uma menina.

A história de Malhação – Toda forma de amar deve engrenar nesta semana, com a formação do grupo “deu ruim”, de Anjinha, Rita, Jaqueline, Guga, Raíssa (Dora de Assis, outro bom nome do elenco) e Thiago (Danilo Maia). Depois de presenciar um abuso violento contra um rapaz dentro de uma van, o sexteto vai se unir na luta por justiça. É o engajamento social voltando à Malhação!

Machismo é um dos temas levantados por Anjinha na trama

Outros pontos positivos desta primeira semana da temporada foram as atuações de Pedro Novaes e, especialmente, de Pedro Alves. O personagem dele, Guga, deverá viver um romance homossexual na trama. A música de abertura, com Iza e Milton Nascimento dividindo os vocais de Paula e Bebeto, também é imperdível.

Entre os pontos baixos, é no mínimo estranho que a escola não seja cenário para uma temporada de Malhação. Não precisava ser o principal cenário, como nas duas últimas temporadas, mas fazem falta no universo juvenil questões relacionadas ao mundo estudantil. Apenas Guga apareceu na escola, mas sem que isso seja uma questão do menino. O roteiro também apresentou algumas fragilidades ー como assim Rita se “esconde” em pé ao lado de um carro e não é vista pelo segurança de um orfanato? E o porteiro dizer à menina onde estava sendo realizado o batizado de Carolina? São falhas que comprometem a verossimilhança da trama.

Entre altos e baixos, falta um pouco de cuidado a Toda forma de amar. As tramas são contemporâneas, o que é muito positivo, há algumas atuações boas. Com início irregular, a temporada tem para onde crescer.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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