Uma série em que ganham vez ー e voz ー mulheres fortes e empoderadas. Assim é Rensga hits, série que o Globoplay estreia nesta quinta-feira (4/8). Sob a direção de Leandro Neri, Alice Wegmann vive Raíssa Medeiros, cantora em início de carreira que tem que enfrentar uma série de desafios para chegar ao sucesso.
Raissa descobre que está sendo traída no dia do casamento dela, desmancha o relacionamento e resolve ir para a capital Goiânia. No caminho, o carro dela, que ela chama de Bandida, atola e a deixa na mão. Ela transforma as dores e frustrações nos versos de Desatola a Bandida, sofrência que logo ela canta nos bares goianos. Para isso, ela conta com a ajuda de Carol (Maíra Azevedo). Lembrou de alguma trajetória?
Pois é! Raissa foi livremente inspirada em Marília Mendonça, a voz mais marcante do feminejo. “A série tem uma história, em linhas gerais, bem parecida com a da Marília. A história de cantar em troca de um espetinho é uma passagem real na vida de Marília e que também está na série, pois Raissa acaba conhecendo Carol exatamente dessa forma”, afirma Leandro Neri, em entrevista ao Próximo Capítulo.
“A ida para a capital abandonando a vida no interior em busca de seu lugar ao sol é a história de Raissa, mas também de Marília e de muitas mulheres que sonham um dia se tornarem estrelas do sertanejo. Percebo também em Raissa traços da independência, auto segurança e coragem de Marília. Espero que os fãs mais próximos a Marília consigam perceber essas nuances também”, completa o diretor.
Quando o empresário Isaías (Mouhamed Harfouch) ouve a música de Raissa, ele finge que a faixa foi composta por ele e a entrega para que Gláucia Figueira (Lorena Comparato) grave. Raissa fica arrasada e furiosa quando escuta a canção em outra voz e tenta tirar daí forças para compor outras faixas e ser reconhecida pelo trabalho dela.
Leandro adianta que “a trajetória de Raissa é a espinha dorsal” da série, mas “vários outros assuntos são tratados na trama, como autoaceitação, amizade, arrependimento, paixão, amor verdadeiro.” O diretor ainda ressalta que todos esses temas são levados ao ar tendo a música como condutora: “As músicas estão muito bem integradas à trama e extremamente bem produzidas. Todas parecem músicas saídas do rádio com aquele ritmo e refrões bem chiclete como são as músicas comerciais de hoje. É uma série para ver e ouvir.”
São 35 anos de carreira e 51 de idade. Começou cedo, não? Como foi esse seu começo no audiovisual?
Alguns dizem que aprendi a andar pulando cabos de câmera e luz dentro dos estúdios. Minha mãe era bailarina profissional do corpo de baile do Municipal do Rio de Janeiro e meu pai radialista, ator , produtor e apresentador de TV. Tive uma infância dentro de coxias e bastidores. Entrei como ator no teatro aos 12; aos 14 estive em cartaz como ator dividindo cena com Zezé Polessa e Guida Vianna; aos 17 fiz assistência de direção para uma propaganda dirigida pelo Carlos Manga Jr., que na época dirigia a novela Vamp. Pedi a ele para acompanhá-lo no set para ver como era e informalmente acabei virando assistente de direção na novela. Entrei na TV por intermédio do gênio Roberto Talma que acabou me ensinando meu ofício, as funções sociais do nosso trabalho bem como inúmeras lições de vida. Talma foi um pai profissional para mim. Se hoje pago minhas contas com meu trabalho devo a ele.
Antes de Rensga Hits você também trabalhou com o universo musical em outras produções, como Vamp e Sandy e Junior. Como é, para você, apostar nessa linguagem?
Sempre que pude me envolvi profissionalmente com música. Amo música. Música nos leva a lugares que já fomos, nos transporta no espaço e no tempo e, principalmente, tem capacidade enorme em emocionar. Sempre gostei de ter a música dentro de meus projetos. Ainda na TV, dirigi uma série infanto juvenil chamada Ger@l.com ainda nos primórdios da internet. Era uma banda formada por jovens em um condomínio. Para mim, a música tem tanta força quanto a imagem.
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