Entre o passado e o futuro. Assim está a carreira do ator José Henrique Ligabue. Ele pode ser visto como o Lino da novela Flor do Caribe, de 2013, que está sendo reprisada na Globo, às 18h. Ao mesmo tempo se prepara para viver o soldado Harshi em Gênesis, novela que a Record promete para janeiro.
“É muito bom poder rever um trabalho tão lindo como Flor do Caribe e sentir de novo o carinho do público. O Lino é um personagem muito carismático e fofo. O diretor da novela Jayme Monjardim já tinha me dito que ele era um personagem lindo que ia passar por muitas transformações, porém eu fui pego de surpresa com o sucesso do Lino. Ele é um personagem com muitas nuances, viradas e descobertas, o que enriquece toda dramaturgia escrita por Walther Negrão”, define José Henrique Ligabue em entrevista ao Próximo Capítulo.
As várias cenas sem camisa e o desenrolar da trama que alça Lino a modelo levaram o ator ao status de símbolo sexual à época da novela. O rótulo nunca o incomodou. Pelo contrário: “eu, como leonino, adoro ficar nesse lugar e nunca tive problemas com isso mesmo”.
Sobre o Harshi, de Gênesis, José Henrique adianta que ele “é um soldado da guarda do rei Ibbi-Sim (Felipe Roque). No momento só posso adiantar que a novela está incrível e vocês terão que ver com os próprios olhos essa grande história que também conta a história do berço da civilização.”
Um desafio para a equipe de Gênesis vem sendo gravar as cenas em meio a pandemia, tendo que respeitar protocolos de segurança devido a covid-19. “Voltar a gravar uma novela em meio a pandemia é muito bom e um privilégio, pois a Record está tendo muito cuidado e deixando a equipe e atores muito tranquilos para fazermos um trabalho lindo e grandioso”, garante.
Entre Lino e Harshi, terão se passado cerca de oito anos, tempo em que José Henrique manteve o “jeito brincalhão e divertido de viver a vida com minha família e amigos”, mas amadureceu bastante, especialmente com o nascimento do filho dele, um sonho antigo que “inaugurou uma nova fase na minha vida.”
Flor do Caribe, um de seus primeiros trabalhos, está sendo reprisado. Como é se rever?
É muito bom poder rever um trabalho tão lindo como Flor do Caribe e sentir de novo o carinho do público. O Lino é um personagem muito carismático e fofo. Eu amo esse personagem.
O que daquele José Henrique permanece e o que mudou?
Acho que o que permaneceu foi meu jeito brincalhão e divertido de viver a vida com minha família e amigos. E o que mais mudou com certeza foi que amadureci muito com o nascimento do meu filho e tenho curtido muito. Ter um filho sempre foi meu grande sonho e inaugurou uma nova fase na minha vida.
Você está no elenco de Gênesis. As gravações já voltaram? Como está sendo a volta ao trabalho em meio a essa pandemia?
As gravações de Gênesis já voltaram e estão a mil. A novela está ficando incrível! Voltar a gravar uma novela em meio a pandemia é muito bom e um privilégio, pois a Record está tendo muito cuidado e deixando a equipe e atores muito tranquilos para fazermos um trabalho lindo e grandioso. Se tornou um lugar pra fazer novos amigos também, além de reencontrar alguns que fiz em Flor do Caribe como a Maria Joana que faz uma rainha na mesma fase que eu na trama. A gente fica lá relembrando uma novela e gravando outra (risos). Estou muito feliz em voltar a fazer novelas e agradeço a Rede Record pela oportunidade.
O Lino era um personagem pequeno em Flor do Caribe que foi crescendo. A trama dele acabou conquistando o público. Foi uma surpresa para você?
O diretor da novela Jayme Monjardim já tinha me dito que ele era um personagem lindo que ia passar por muitas transformações, porém eu fui pego de surpresa, sim, com o sucesso do Lino. Ele é um personagem com muitas nuances, viradas e descobertas, o que enriquece toda dramaturgia escrita por Walther Negrão. Lembro que quando fui recebendo os roteiros e lendo a cada página me apaixonava mais pela história e me sentia mais seguro em atuar com paixão para dar vida a um personagem tão delicado e matuto como o Lino.
Como era para um jovem ator lidar com aquela exposição toda, especialmente num personagem que era tido como um símbolo sexual?
Eu sempre mantive a minha vida da mesma maneira que era antes. Lembro de dar muita atenção às pessoas no Faceboook, que era a rede social do momento na época (risos). Adoro conhecer pessoas e sempre dou muita atenção a todos, em algumas vezes até fico amigo de verdade dos fãs e telespectadores. Acho essa troca com o público de total importância, pois faço arte para o mundo e não para mim mesmo. Quanto ao título de símbolo sexual, eu como leonino adoro ficar nesse lugar e nunca tive problemas com isso mesmo quando era novo.
Em Gênesis você vai viver o Harshi. O que pode adiantar desse personagem?
Harshi é um soldado da guarda do rei Ibbi-Sim (Felipe Roque). No momento só posso adiantar que a novela está incrível e vocês terão que ver com os próprios olhos essa grande história que também conta a história do berço da civilização.
O Lino esconde das pessoas que faz renda por medo de preconceito. Acha que essa trama seria bem aceita no Brasil de hoje, quando as pessoas parecem menos tolerantes ainda?
Acho que sim. A arte transcende o tempo, e mesmo com a intolerância o personagem tem muito a dizer, além de revelar e expor as fragilidades dos homens em aceitar a si mesmos como seres mais sensíveis e afetivos e se tornarem quem querem ser de verdade com amor e carinho.
Você tem um filho pequeno. Que Brasil você espera pra ele?
Espero um Brasil onde as pessoas deem valor a vida dos outros tanto quanto a si mesmo. Um Brasil com menos opostos e mais iguais.
A pandemia interrompeu muitos projetos, mas acabou nos aproximando de algumas pessoas. Sua relação com sua família mudou? Você sai mais forte disso tudo?
Eu sempre tento estar o mais perto possível da minha família e, na pandemia, fiquei com muita vontade de ir ficar perto deles e voltar para o Sul por um tempo. Mas acabei me isolando na serra carioca por um tempo e, de lá, mantive contato com eles como sempre tivemos. Ainda estou com saudades e pretendo revê-los no Natal.
E para quando a pandemia passar? Você já tem planos no teatro ou no cinema?
Sim. A pandemia passando e as gravações de Gênesis terminando para mim já estou em pré-produção do meu novo monólogo no teatro baseado no texto do livro Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak e direção de Luiz Carlos Vasconcelos, que é meu grande amigo e mestre. Mas antes disso ainda pretendo fazer uma última apresentação do meu monólogo antigo TEDY – O amor não é para amadores e fazer um pouco mais de teatro on-line. No cinema estou aguardando novos convites e morrendo de saudades do set de gravação. Espero que logo tudo se normalize e o cinema nacional volte a brilhar.
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