Quem vê João Pedro Novaes como o vilão Adad de Jezabel, novela da Record, não imagina o quanto ele se diverte em cena. Aplicado, o rapaz aprendeu montaria e espada para dar mais veracidade ao personagem.
“Foi muito divertido. Aprendi muitas coisas novas e necessárias para meu personagem, além de um estudo profundo sobre a época”, afirma João Pedro, em entrevista ao Próximo Capítulo.
A trama da Record ainda está no início, mas o ator garante que Adad “vai causar grandes conflitos. Ele é um guerreiro sanguinário, tem gosto pela guerra e pelo sangue, muito leal e fiel ao general Hannibal e à princesa Jezabel.”
Além do fato de o Adad ser um vilão, o teor religioso de Jezabel foi um desafio para João Pedro Novaes. “Com certeza fazer uma novela dessas nos faz sair mais da nossa zona de conforto do que uma novela contemporânea, são outras mentalidades, a guerra era muito comum e eles não tinham um senso moral sobre a morte, matavam sem piedade”, explica.
Na entrevista ao Próximo Capítulo que você lê a seguir, João Pedro Novaes fala sobre a novela Jezabel, sobre teatro e sobre Marotos: Uma história, disponível no YouTube. Confira!
Como é seu papel em Jezabel? O que você pode adiantar sobre a trama?
Eu faço o guerreiro fenício que se chama Adad, ele faz parte da pequena guarda pessoal de Jezabel e é um jovem prodígio que não suporta a ideia de ter que conviver em Israel com os israelitas, desde o início Adad cria alguns conflitos por conta de sua intolerância religiosa. Sempre prepotente e se achando melhor do que o povo da cidade de Samaria. Ele é um guerreiro sanguinário, tem gosto pela guerra e pelo sangue, muito leal e fiel ao general Hannibal e à princesa Jezabel. Vai causar grandes conflitos na trama, isso eu garanto.
Jezabel é sua segunda novela bíblica. Como você avalia esse vilão? Para um ator, é diferente fazer uma trama bíblica e uma que se passa nos dias de hoje? Porque?
Adad é um vilão sem medo de morrer, apenas segue cegamente aquilo em que acredita, e o que mandam ele fazer, um personagem com uma carga muito densa. Sem dúvidas foi um grande desafio para mim. Por ser uma novela de época, foi necessário um estudo maior acerca dos costumes do povo fenício, da religião deles, do modo como se relacionavam. Com certeza fazer uma novela dessas nos faz sair mais da nossa zona de conforto do que uma novela contemporânea, são outras mentalidades, a guerra era muito comum e eles não tinham um senso moral sobre a morte, matavam sem piedade.
Você teve alguma preparação especial para o personagem?
Tive, sim. Foi necessário fazer workshops de montaria e espada. Foi muito divertido. Aprendi muitas coisas novas e necessárias para meu personagem, além de um estudo profundo sobre a época.
Você tem apenas 25 anos, mas muita experiência nos palcos. Já se considera um veterano?
Nos palcos talvez sim, mas na tevê com certeza não. Sempre sinto que posso ir mais, que preciso aprender mais, nossa profissão exige isso, sempre precisamos e podemos evoluir como artistas. Mas sem dúvidas eu devo muito ao teatro, jamais largarei os palcos, é a minha base.
Em quem você se espelha para seguir carreira?
Me espelho em vários artistas. Um deles é o Wagner Moura. Admiro muito ele como artista de forma geral, e quero poder um dia chegar onde ele chegou e ser reconhecido também pelo meu trabalho.
No seu currículo teatral há autores densos como Nelson Rodrigues e Jean Genet. Qual é a importância de levar esses textos para o público jovem?
São autores que fizeram história no teatro, pessoas de grandes complexidades e textos que nos atravessam, são catárticos, assim como eles existem outros que acredito que todos deveriam conhecer. Os jovens principalmente porque nos fazem pensar e refletir a respeito do mundo, da nossa sociedade, das nossas falhas humanas e da hipocrisia social.
Você está em Marotos: Uma história, série do YouTube. Como vê a chegada dessa plataforma ao mercado?
Essencial, pois nos dá uma liberdade para produzirmos conteúdos independentes e alcançarmos talvez uma notoriedade no mercado, é um estímulo para os jovens artistas, cineastas e produtores continuarem criando e mostrando ao mundo o seu trabalho.
Em séries virtuais, geralmente o processo de criação é mais perto do coletivo do que na TV, mais perto do teatro, imagino. A experiência em Marotos também foi assim?
Exatamente. Nos tornamos uma família, fiz amigos que tenho certeza que vou levar pra vida. Fazer uma série independente não é fácil, é necessário dinheiro, e quando não se tem apoiadores, patrocinadores tudo fica mais difícil de acontecer. Mesmo assim, fizemos na guerrilha, porque criamos um amor tão grande pelo projeto e pelas pessoas, que conseguimos enfrentar muitos obstáculos devido à falta de grana, mas ainda sim estamos correndo atrás disso, até para podermos melhorar a qualidade do conteúdo que eu acredito ser muito bom. Estamos falando de um universo que todos conhecem, que é da saga Harry Potter.
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