brasília ator Crédito: Globo/Raquel Cunha. Ator Jhona Burjack como Lúcio na novela Éramos seis.

Jhona Burjack, Rosanne Mulholland e Karin Roepke representam Brasília na telinha

Publicado em Novela

Atores saídos de Brasília brilham em novelas e em séries que estão no ar. Confira alguns nomes que levam a arte da capital federal para todo o país

Por Adriana Izel e Vinicius Nader

Brasília pode ser considerada um celeiro de exportação de atores para a televisão. Não é raro vermos nomes que saíram da capital federal direto para a telinha, sejam consagrados como Françoise Forton, sejam estreantes, como Jhona Burjack, que viverá Lúcio na segunda fase de Éramos seis. Além de Jhona, estão no ar, entre outros, Rosanne Mulholland, a vilã Lara em Malhação — Toda forma de amar; e Karin Roepke, a vigarista Flávia, da série Chuteira preta, do Prime Box Brasil, e que estreou em outubro no catálogo do serviço Amazon Prime Vídeo.

A moda e a atuação andam lado a lado na carreira de Jhona Burjack. O rapaz de 24 anos, nascido no Gama, é modelo internacionalmente reconhecido, tendo estrelado, por exemplo, a campanha de perfume de Jean Paul Gaultier ao lado da atriz Rossy di Palma, e aberto recentemente o desfile da grife Ellus na última São Paulo Fashion Week. Na televisão, Jhona está engatinhando e estreia com um papel importante: o Lúcio de Éramos seis, novela das 18h da Globo, é o melhor amigo de Alfredo (Nicolas Prattes).

“As coisas acontecem de uma forma orgânica na minha vida. Nunca imaginei nem ser modelo, imagina ator. Agora tento conciliar as duas carreiras”, conta Jhona em entrevista ao Correio. Ele adianta que o personagem vai dar o que falar em Éramos seis. “Lúcio foi tolhido pela mãe na infância e admira a liberdade de Alfredo. Ele tenta consertar Alfredo. Quando adulto, vai descobrir que o pai é um revolucionário e vai também discutir o lado político da época em que se passa a novela (anos 1930)”, completa.

Embora Jhona tenha nascido e sido criado na capital federal, a política entrou na gama de assuntos dele recentemente. “Antes, eu não ligava muito, mas percebi que todos nós temos que ter algum conhecimento de política até para entender esse momento de loucura que vivemos”, afirma o ator, que volta sempre que pode à cidade pela qual “tem paixão”.

Carreira consolidada

Crédito: Vinicius Mochizuki/Divulgação. Rosanne Mulholland, atriz brasiliense

Com 38 anos e mais de 20 de carreira, Rosanne Mulholland está atualmente em Malhação — Toda forma de amar. A brasiliense vive a advogada Lara Pinheiro, que está no centro do maior drama do folhetim: a briga pela guarda da bebê Nina entre Rita (Alanis Guillen) e Lígia (Paloma Duarte), irmã da personagem. “Acho muito importante conversarmos sobre o conceito de família e sobre adoção. Percebo uma tendência de as pessoas a considerarem a família adotiva menos família, quando, na verdade, se a biologia definisse relações familiares, não teríamos tantas crianças precisando de um lar”, analisa.

A personagem de Rosanne comete muitas maldades contra a mocinha Rita ao longo da narrativa. “No caso da novela, os pais biológicos foram enganados, o que traz um conflito muito grande para a história, visto que nenhum dos envolvidos tem culpa direta na situação em que se encontram. O que deve definir o caso é o que for considerado melhor para a criança”, avalia.

A candanga ganhou projeção nacional quando fez a novela Carrossel, em 2012. Na época, interpretou a professora Helena, personagem que é o oposto da atual vilã. Ela começou a atuar ainda na adolescência em Brasília, onde ficou conhecida como a “menina do comercial”. “Costumo dizer que saí de Brasília, mas ela não saiu de mim. Minha identidade se formou aí. Adoro voltar e olhar para esse céu que só Brasília tem. Tenho familiares e amigos na cidade, então volto com alguma frequência, conforme minha agenda permite. Me faz muito bem”, revela.

Início em Brasília

Crédito: Vinicius Mochizuki/Divulgação. Karin Roepke, atriz brasiliense

O começo da carreira de Karin Roepke foi toda em Brasília. Foi na capital federal que ela fez balé, aula de canto e deu os primeiros passos na dramaturgia. Querendo expandir o sonho foi para São Paulo, quando tinha 19 anos — mesmo após entrar na faculdade de arquitetura — para fazer um curso na Escola de Atores Wolf Maya, e nunca mais saiu do circuito Rio-São Paulo. “Com 5 anos entrei no balé e até os 19 anos eu vivia para cantar, dançar e ser feliz. Minha formação artística inteira foi em Brasília, tanto de dança quanto de canto e de teatro. Hoje Brasília me recarrega, por ser meu ninho e por ser uma cidade que me inspira”, afirma.

Neste ano, Karin estreou na série nacional Chuteira preta, que acompanha a história de um jogador de futebol em decadência. Ela interpreta a ex-mulher dele, a vigarista Flávia. “A personagem foi escrita para mim. Fiquei superanimada e lisonjeada. Ela é uma personagem divertidíssima, porque as vilãs são interessantes. Ela é uma maria chuteira que quer dar um golpe nele”, diz, entre risos. Na preparação, ela estudou a fundo o universo futebolístico. “Eu me preparei lendo reportagens, tinha uma imagem muito romantizada. Depois, descobri que não era assim. Tem muito jogador que vira um produto, que é o caso da série, ele perde a paixão pelo futebol e fica mais vulnerável”, conta.

Casada com Edson Celulari, Karin vive um momento ativo também no cinema. Junto, o casal está no curta Cinzas, que foi premiado na Índia, na Europa, no Equador e nos Estados Unidos, que está em fase de pós-produção. “Somos dois artistas, então tudo vira material de criação no dia a dia. É muito legal a gente poder compartilhar mais isso”, completa.

Outros nomes da cidade que estão no ar

Mariana Nunes A atriz, que esteve em Carcereiros, emplaca mais uma série na Globo. Ela vive a Gislaine de Segunda chamada. A personagem é forte e tem que enfrentar o preconceito porque se prostitui para poder criar o filho. Além disso, ajuda os colegas quando eles estão em apuros.

Gabrielle Joie — A brasiliense pode ser vista em duas produções: a novela das 19h da Globo, Bom Sucesso, como Michelly; e a série Toda forma de amor, do Canal Brasil, como a DJ Marcela, uma das protagonistas da trama. Em comum, as duas personagens são transexuais, assim como a atriz. “Claro que ninguém melhor que nós mesmos para contar os dilemas da nossa trajetória, mas a graça de ser ator é ser camaleão e poder viver histórias e pessoas diferentes. Espero, inclusive, fazer papéis cis no futuro”, afirmou Gabrielle ao Correio, à época da estreia da novela.