Conversa com Bial Globo/ Divulgação

Ícone da televisão brasileira, Tarcísio Meira superou o rótulo de galã

Publicado em Novela

Um dos maiores atores da televisão brasileira, Tarcísio Meira quebrou o rótulo de galã e passeou por vários tipos nas nossas novelas

A história de Tarcísio Meira e a da teledramaturgia brasileira se confundem. Um lindo capítulo da nossa televisão se encerra nesta quinta-feira (12/8), com a morte de Tarcísio, aos 85 anos, devido a complicações da covid-19. O ator morreu um dia depois de outra grande perda, a de Paulo José.

A primeira grande novela de Tarcísio foi também a primeira diária da história da televisão brasileira: 2-5499 Ocupado, escrita por Dulce Santucci em 1963 e exibida na TV Excelsior. Tarcísio de cara conquistou o país das telenovelas e o rótulo de galã que o acompanhou a vida inteira. Existiram outros galãs na nossa telinha, sim, mas Tarcísio era O galã. Com ele era assim. As coisas eram maiúsculas: o sorriso, os olhos expressivos, o talento descomunal.

O rótulo de galã não o abandonou, mas não o prendeu. Tarcísio era muito maior do que esse nome. E provou isso passeando por muitos tipos. Do mocinho clássico João Coragem em Irmãos Coragem (1970), já na Globo, à leveza do Felipe de Guerra dos sexos (1983), passando pelo rígido Dom Jerônimo de A Muralha (2000) e pela comédia rasgada de em Araponga (1990), como Aristênio. Isso sem falar em momentos épicos, como o capitão Rodrigo de O tempo e o vento (1985), Hermógenes de Grande Sertão: Veredas (1985) e Euclides da Cunha (1990) em Desejo.

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Em um dos seus últimos trabalhos na telinha, Tibério Vilar do remake de Saramandaia (2013), Tarcísio fez par romântico com Fernanda Montenegro pela primeira vez na carreira. E como foi lindo ver eles dois juntos! A emoção transbordava.

Tarcísio se despediu das novelas em grande estilo, como Lorde Williamson de Orgulho e paixão (2018). Mas a despedida é das novelas. Um ator como ele não sai nunca de cena. Fica gravado em nossa memória.