Tão antiga quanto as próprias séries, o gênero das produções policiais é um dos mais populares no mundo inteiro. Dentro desta seara, várias vertentes se desenvolveram e ganharam mais público. Os clássicos enredos com “bom policial” e o “mau policial” em um cotidiano cheio de ação e algumas fugas cômicas é um belo exemplo.
E se desde 1987, com o primeiro filme de Máquina mortífera, até as incontáveis franquias de NCIS, uma verdade foi provada: o público ama as duplinhas policiais. É mais ou menos nesse “quadrado” que entra L.A.’s finest, mas com uma grande diferença — inédita até então: o protagonismo (completo) feminino.
Famosas pela carreira no cinema, Gabrielle Union e Jessica Alba dão a vida as agentes Syd e McKenna, respectivamente. A primeira é mais “durona”, sem papas na língua; já a segunda é mais mãe de família (mas nem por isso menos forte, ou corajosa) e calma. De qualquer forma, as duas “se completam”.
No agitado cotidiano do departamento policial de Los Angeles, a dupla é conhecida como as “L.A.s finest” (ou “as melhores de L.A.”). Na prática, a razão é clara: juntas, as mulheres conseguem os melhores resultados, derrubando grandes organizações criminosas e se destacando em sucesso.
Nos Estados Unidos, toda a primeira temporada — com 13 episódios — já foi exibida. Mas na noite desta terça-feira (10/9), às 22h55, a série chegará ao Brasil com o canal AXN.
Se prepare para uma produção procedual (com os “casos” da semana em foco principal e uma linha narrativa secundária para cada temporada), que aposta em muita ação, um drama mais superficial e algumas pinceladas de comédia — muito eficiente, tendo em vista outras séries da mesma categoria.
O caso do piloto é tenso e se refere o sequestro de um garotinho de 11 anos, que tem de pagar pela boa índole da mãe que bloqueou as contas de lavagem de dinheiro de um quartel de drogas que age em Los Angeles.
É ao longo desta história que o público entra em contato com a vida de Syd (e os problemas com o pai) e McKenna (e relação complicada com a enteada e as preocupações com a futuro da carreira do marido). Entretanto, o que gera mais interesse é saber como o passado das duas se liga. Um bom cliffhanger aponta que McKenna foi uma das responsáveis por um dos episódios mais traumáticos na vida de Syd, mas esta não sabe disso (ainda).
Entre falhas e qualidades, a série é boa. De negativo, a qualidade técnica da série. Entre erros de continuidade e direção, as cenas de ação (tão importantes para o gênero), muitas vezes são afetas, com erros bobinhos, como transição de dublês lentas e efeitos especiais de baixo orçamento.
Entretanto, três pontos positivos se destacam em L.A.’s Finest. O primeiro deles é a honestidade de se posicionar como nada mais do que a série é. Não existem tentativas de reflexões, ou propostas filosóficas sobre temas vazios. A série não tenta passar essa áurea sem sentido de ser muito inteligente, nem nada do gênero. A proposta é clara: muita ação. Quem não gostar, não será iludido.
A segunda grande qualidade da produção é a Gabrielle Union. Extremamente confortável na pele de Syd, a atriz é uma das melhores partes da série. Nos tons de comédia, suspense e ação, a mulher consegue um transição muito bem calibrada entre as “emoções” e não deixa a bola cair em relação a atenção do público — bem diferente de Alba, que parece estar travada como McKenna, e não consegue se desenvolver muito bem.
Por fim, mas não menos importante, o tripé de qualidade de L.A.’s finest se conclui com o tom bem “girl power” da produção. Se antes, Riggs e Murtaugh de Máquina mortífera eram a grande referência masculina de série de ação, hoje, mulheres também são representadas como fortes, inteligentes e capazes de destruir o mundo do crime. E o melhor, de forma divertida e que de fato entretém.
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