Foto: Maurício Fidalgo/Globo
Parece que foi ontem a estreia do cantor Thiaguinho no reality Fama. O programa, gravado em 2002, alavancou a carreira do sambista, que deu voz ao grupo Exaltasamba e, posteriormente, saiu em uma frutífera carreira solo. O tempo passou como em um piscar de olhos e Thiaguinho, nome artístico de Thiago André, celebra 20 anos de trajetória. A Globo aproveita a data para lançar o especial Som Brasil apresenta: Meu nome é Thiago André, uma retrospectiva da caminhada do músico ao estrelato. O programa é regido pelo artista e pelo jornalista Pedro Bial. Vai ao ar na noite de quarta-feira, na Globo, e ficará disponível na Globoplay.
Com direção geral de Gian Carlo Bellotti e direção artística de Mônica Almeida, o especial marca o retorno do Som Brasil, eternizado por homenagear nomes como Tom Jobim, Djavan e Vinícius de Morais. A escolha de Thiaguinho se dá pelo fenômeno que o artista foi nestes 20 anos de estrada. “Thiaguinho representa diversidade. Podemos dizer que ele é um dos principais artistas de pagode atualmente, e com uma carreira bastante sólida, afinal, são 20 anos sempre em evidência. Isso é muito representativo”, afirma Bellotti.
Ao Próximo Capítulo, o diretor geral fala sobre o retorno do programa e a importância de Thiaguinho para a música brasileira.
Qual a importância do retorno do Som Brasil e de fazer um trabalho como este?
Acho que o Som Brasil é uma marca muito forte na TV Globo. A primeira exibição foi em 1981 e, de lá para cá, foi uma vitrine da nossa cultura e dos nossos artistas. Acho que quem curte música, e música brasileira, sempre viu o Som Brasil como uma grande vitrine do que estava sendo produzido. Para nós, da equipe do Conversa com Bial, que viemos preparando esses especiais musicais, é uma honra assumir esse título e ganhar esse “carimbo”. Temos falado muito que o Som Brasil é um carimbo nos projetos musicais que temos feito, é um atestado de qualidade. Realmente recebemos isso como uma grande honra.
O que mais chamou a atenção de vocês na trajetória do Thiaguinho?
Na verdade, o que mais me impressionou foi a constatação de que ele já tem 20 anos de carreira. A gente viu Thiaguinho na TV, nos shows, no Exaltasamba, depois com carreira solo, e é quase um susto saber que já tem 20 anos de história. E é uma história muito bonita, que, curiosamente, já começou aparecendo para o grande público, na TV, por meio do Fama. Ele não ganhou, e é engraçado isso, porque ele mesmo fala que passou tanto tempo indo para a berlinda, sendo criticado, que acabou começando a se identificar. Então a história dele também é de muita perseverança, porque ele tinha apenas 19 anos no Fama, e olhando para trás você vê a evolução que ele teve como artista, e assistimos a tudo isso através das mídias audiovisuais. Vimos um artista sendo formado, e hoje já sólido, com uma grande carreira. Acho que o mais legal, então, é poder ter nos dado conta de que acompanhamos Thiaguinho nessa trajetória.
Qual a relevância de falar sobre um músico que traz tanta alegria com as próprias canções em tempos como os que estamos vivendo?
A gente vem tentando trabalhar com formatos diferentes, ideias diferentes e artistas distintos, e diversos. Desde Arnaldo Antunes, Erasmo Carlos, Chitãozinho & Xororó e, agora, Thiaguinho, que está dentro do pagode, para representar todos os estilos musicais e o próprio Brasil. Estamos nessa busca por diversidade, e acredito que essa seja a missão do Som Brasil, olhar para os estilos musicais tão vastos que há no Brasil. Também viemos buscando uma diversidade não apenas de conteúdo, mas de formato. Este especial é absolutamente diferente de tudo o que já fizemos. Desejamos realizar esses conteúdos sem formato fixo e abraçar o estilo do artista, a história que queremos contar e fugir de fórmulas prontas.
Vocês fizeram outros especiais de sucesso recentemente, inclusive conversamos sobre o da dupla Chitãozinho e Xororó. O que vocês acham que puderam trazer de diferente neste novo especial?
A gente entende que a primeira aparição de Thiaguinho na TV foi a start para a sua carreira, e depois fomos acompanhando a evolução dele pela TV ao longo desses 20 anos. Então, para esse especial, trouxemos uma metalinguagem de entrar nos bastidores da TV como cenário; entrar dentro da TV mesmo; e tudo isso foi feito de um grande estúdio produzido especificamente para esse especial. É como se fosse um programa ao vivo acontecendo. Temos um palco de um lado, um pedaço de cenário de outro, um cenário de rádio, um camarim, onde as entrevistas e as apresentações musicais vão acontecendo. Então é essa a ideia, como se fosse um programa ao vivo acontecendo onde as coisas vão acontecendo. Vocês verão câmera, equipamento de luz, de som. Assumimos a ideia de bastidor mesmo. Um pouco como se fosse um filme da vida dele que estivesse vendo, e homenageando também a própria TV, que foi o meio pelo qual o conhecemos e acompanhamos sua carreira. Mais uma vez, é um formato completamente diferente, e é uma busca nossa que cada ‘Som Brasil’ tenha uma cara diferente, muito voltado para o artista.
Como a figura de Pedro Bial auxilia a entregar um trabalho mais completo para este tipo de produção?
Pedro Bial é realmente um genial. Primeiro que ele pega todo o material de pesquisa e roteiro, pré-produzido, e aquilo na mão dele toma um outro rumo, de aprofundamento, de escuta. Acho que ele tem algo muito bacana de escutar as pessoas, e isso veio para o ‘Som Brasil’. Acho que a grande diferença dessa novo fase do ‘Som Brasil’ é a inserção de conteúdo, ou seja, ele não é um programa estritamente musical, de shows e clipes, a gente entra com conteúdo, e entra com uma conversa, com um aprofundamento da história, e o Pedro é nosso MC, é a pessoa que conduz isso tudo. Outra coisa muito legal é que ele está aberto à experimentações de formatos.
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