Françoise Forton era daquelas atrizes que nos cativam de primeira

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Françoise Forton parte deixando sempre a impressão de que entraria na nossa sala e tomaria um café. A visita vai fazer falta

As novelas nos acostumam a achar que personagens e atores são nossos íntimos. Os textos e interpretações naturalistas nos levam a isso. Mas não é todo ator que o público recebe assim. Françoise Forton, atriz que nos deixa neste triste domingo (16/11), é uma delas. A gente tinha sempre a certeza de que ela ia tocar a campainha e nos convidar para um café para comentar a novela que ela estava fazendo. Françoise tinha 64 anos de idade e tinha câncer.

Foram muitas durante 53 anos, desde a Luna de A última valsa (1969), de Glória Magadan. O primeiro sucesso veio com a Tetê, de Estúpido cupido (1976), de Mário Prata, personagem ao qual Françoise sempre voltava em entrevistas, com muito prazer e simpatia.

A simpatia de Françoise transbordava para os personagens. Mesmo as poucas vilãs não eram daquelas frias e calculistas. A gente até torcia pelos mocinhos, mas odiar Françoise. Aí, era impossível.

O carisma e talento da atriz foram emprestados a vários personagens de destaque. Quem disse que precisa ser protagonista para brilhar? Françoise provou que não é e brilhou em Tieta (1989), de Aguinaldo Silva como Helena; em Quatro por quatro (1994), de Carlos Lombardi, como Clarisse; e como a socialite Meg em Por amor (1997), de Manoel Carlos. Atualmente, a atriz pode ser vista nas reprises de O clone (2001), no Vale a pena ver de novo, e em Sonho meu (1993), no Viva.

Foto: Globo/Marília Cabral. Ao lado de Andréa Horta em Tempo de amar (2017)

Françoise fez muitas novelas e ia atrás de bons personagens, independentemente de eles estarem na Globo ou não. Quando não tinha contrato com a emissora, não se fez de rogada e emprestou seu brilho a produções como Os ricos também choram (2005), de Gustavo Reiz e Aimar Labaki no SBT; e Cidadão brasileiro (2006), de Lauro César Muniz, na Record. A atriz se despediu do gênero em 2019, em Amor sem igual, de Cristianne Fridman, também na Record.

Além da televisão, Françoise brilhava também nos palcos. Inclusive nos de Brasília, onde ela começou a carreira, o que nos faz ter ainda mais orgulho dessa atriz que ainda virá muito a nossas casas. Agora apenas em reprises, infelizmente.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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