2021. Crédito: Laura Campanella/Netflix. Cultura. Cenas do filme Confissões Crédito: Laura Campanella/Netflix

Filmes como Confissões de uma garota excluída podem gerar diálogo entre pais e filhos

Publicado em Filmes

Séries e filmes abordam a temática adolescente e despertam o diálogo entre as famílias

A sala de televisão — ou o cômodo onde se costuma assistir a filmes e séries — pode ser ponto de encontro para pais e filhos adolescentes trocarem ideias e experiências. Ainda mais se a série ou filme abordarem assuntos referentes ao universo do jovem, que, muitas vezes, tem vergonha de puxar assunto ou de tirar algumas dúvidas.

“Quero aproximar famílias, abordando temas que são tabus ou estavam fora dos papos”, afirma a escritora Thalita Rebouças. Um dos livros dela, Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática, deu origem ao filme Confissões de uma garota excluída, que chega ao catálogo da Netflix na próxima quarta-feira (22/9).

O longa tem roteiro da própria Thalita e de Bruno Garotti, também diretor do filme, e traz à tona assuntos inerentes aos adolescentes. “São temas da juventude, que é um momento complexo da vida, quando você vive várias primeiras vezes e toma decisões pela primeira vez. Tudo parece ser mais difícil. Mas a gente passa isso de forma leve e positiva”, afirma Bruno.

Confissões de uma garota excluída trata, sobretudo, da necessidade de aceitação do jovem. A protagonista Tetê (Klara Castanho) tem que se mudar de casa e atravessar o Rio de Janeiro para passar a morar com os avós, interpretados por Rosane Gofman e Alcemar Vieira, após os pais perderem o emprego. Com isso, ela tem que mudar de escola e se adaptar a novas amizades, o que é um desafio para ela, conhecida no colégio antigo como a Tetê do Cecê.

“São questões que podem gerar identificação. Acaba tendo uma troca na família da Tetê, apesar do bullying familiar. Ela interage com os avós, com os pais”, comenta Bruno sobre a identificação do jovem espectador com Tetê.

“O mais forte no filme é a identificação. É um filme que eu queria ter visto com 15 anos. Coloquei muito da Klara na Tetê, como o sorriso sincero de quando ela se encontra com os amigos. Idealizei as vezes que me encontro com duas grandes amigas minhas. Eu tenho muito dela, desse jeito de deixar a minha felicidade de lado pela dos outros”, afirma a protagonista Klara Castanho.

Crédito: Laura Campanella/Netflix

No filme, Tetê conta com o apoio de dois novos amigos, Davi (Gabriel Lima) e Zeca (Marcus Bessa). “Todo mundo quer ser aceito. Cada um da sua forma. Os três amigos são opostos complementares”, define Gabriel.

A diversidade entre os três amigos chama a atenção para a complexidade do adolescente e aparece em personagens que conseguem não apresentar os mesmos tons sempre. “A Tetê tem muitas nuances. Com ela, a gente é capaz de rir, de chorar, ela canta”, descreve a atriz.

Marcus Bessa comemora a possibilidade de viver Zeca, menino gay bem resolvido com os amigos, mas nem tanto com a família. “É o papel mais difícil da minha carreira. Conversei com muita gente LGBTQIA+ para me atentar aos detalhes. A gente construiu o Zeca de forma que fugimos do estereótipo. Ele é muito mais que isso. Ele é sincero, tem o coração maravilhoso e é um personagem complexo, que me desafiou bastante”, afirma o rapaz.

Triângulo amoroso

Crédito: Cartoon Network/Divulgação

Thalita Rebouças acabou se tornando uma grande especialista no mundo jovem e, provavelmente, os adolescentes têm que apresentar os personagens criados por ela aos pais. É o contrário do que acontece com A turma da Mônica. Pois, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e companhia cresceram e, no Cartoon Network, podem ser vistos adolescentes na primeira temporada de A Turma da Mônica jovem, que terá episódios semanais reprisados a partir de terça-feira.

Os personagens cresceram, e temas como relacionamento com os pais, alimentação e, claro, conquistas amorosas entram em cena — com direito a um triângulo entre Mônica, Cebolinha e Do Contra.

“A Turma da Mônica jovem atrai também os pais, justamente, pelo histórico de eles terem crescido com a turma e de ter ficado no imaginário o que teria acontecido com os personagens. Todo momento compartilhado entre pais e filhos gera vínculo e gera conversas necessárias. Acaba sendo um conteúdo que é interessante para ambos. Isso facilita muito essa conversa”, afirma Marina Filipe, gerente sênior da Cartoon Network.