Diretora Gail Lerner fala sobre como foi refazer Doze é demais

Publicado em Entrevista

Em entrevista ao Próximo Capítulo, a diretora Gail Lerner deu detalhes de bastidores da comédia Doze é demais, popularmente conhecida pela interpretação de Steve Martin em 2003

Por Pedro Ibarra

Uma estreia específica desta semana teve gostinho de passado. A plataforma Disney disponibilizou na última sexta (18/3) o remake do longa Doze é demais. O filme, que ficou conhecido pela versão de 2003 protagonizada por Steve Martin e Bonnie Hunt, ganha uma visão repaginada e mais atual, protagonizada por Zach Braff e Gabrielle Union.

O Próximo Capítulo conversou com a diretora, Gail Lerner, sobre como é assumir uma história marcante da comédia e adaptar para os tempos atuais, trazendo ainda o lado cômico que fez Doze é demais um filme emblemático para gerações.

Três perguntas para Gail Lerner

Como foi o processo de adaptação para fazer um Doze é demais atualizado, com a cara dos dias de hoje?

Eu realmente recebi um lindo presente, que foi o roteiro de Kenya e Jeni. Eles enfaticamente colocaram o filme no ano de 2022 e se debruçaram no fato de que as noções atuais de família são maiores, mais abrangentes e mais bonitas do que há anos atrás. Hoje em dia, existem famílias misturadas e diversas, os padrastos e as madrastas podem ser mais ativos e não apenas vilões, a adoção e os primos que se juntam em uma família estendida também são comuns. Nós esperamos que esse seja o Doze é demais para essa geração, queremos que crianças e pais assistam e se enxerguem na história.

O que a sua versão tem em comum com o Doze é demais de 2003?

A maior parte que compartilhamos com a versão do Steve Martin é que, no filme dele, um filho se sente excluído e acha que não faz parte, foge e faz com que o personagem de Martin pense que o que esse garoto gosta é uma dica para quem ele é. Só assim, toda a família vai a ele e faz com que ele se sinta parte. Nós adaptamos esse núcleo com um passo a mais, apresentando esse primo que vem de um passado muito diferente da família, que teve uma vida mais difícil que as crianças de Paul e Zoey. Há realmente uma grande diferença em como ele foi criado, a segurança que teve e da consistência de criação deste primo. Então, ele realmente se sente fora da família, que nunca fará parte. E, mesmo com todo o drama, o grupo também se junta para demonstrar amor a ele. Essa é a parte mais similar do nosso filme em relação ao original, claro que com a nossa cara. Porém eu acho que essa é a parte mais bonita e emocionante dos dois filmes.

Qual foi a parte mais desafiadora de fazer o longa?

Foi trabalhar com tantas crianças diferentes, com várias agendas diferentes, e o questionamento de se seríamos capazes de capturar a espontaneidade e a autenticidade de cada uma das crianças e ajudá-las a sentirem confortáveis com elas mesmas e com as falas. Contudo, uma das mais felizes surpresas com essas crianças é que elas chegaram para o jogo. Elas tiveram uma confiança instantânea uns com os outros, estavam abertas para direções, empolgadas para fazer o trabalho e levar toda alegria natural e afeto. Ninguém fazia corpo mole no set, todos queriam estar lá. Foram gravações desafiadoras, mas muito felizes.