Sandra Bullock é mais uma grande estrela de Hollywood que se rendeu às produções da Netflix. Ela é a protagonista de Bird box, filme original do serviço de streaming que estreia na plataforma em 21 de dezembro e tem como inspiração o livro homônimo de Josh Malerman, que, no Brasil tem o título Caixa de pássaros. Para esquentar o público, a fita teve pré-estreia exclusiva durante a Comic Con Experience, em São Paulo, e o Próximo Capítulo estava lá.
Ambientado em um mundo pós-apocalíptico, Bird box acompanha a história de Malorie, mulher que precisa fazer uma travessia por um rio acompanhada apenas de duas crianças, vividas pelos atores mirins Julian Edwards e Vivien Lyra Blair, e de olhos vendados. O objetivo do trio é encontrar uma comunidade de sobreviventes após a morte de boa parte da humanidade causada por uma entidade sobrenatural que as levou a cometer suicídio.
Para retratar essa história, a produção vai e volta no tempo. Ela se inicia mostrando o início do trajeto do trio, mas para poder contextualizar o que aconteceu até lá, o filme volta para o momento em que uma criatura sobrenatural começou a afetar a Terra. No caso de Malorie, ela percebe toda essa situação quando vai ao médico para mais uma consulta sobre sua gravidez ao lado da irmã Jessica (Sarah Paulson). Lá, as duas entendem que a situação está se alastrando pelo planeta e não era apenas um caso exclusivo da Rússia, onde começaram os suicídios.
Como toda trama apocalíptica, o filme acompanha os personagens tentando sobreviver e entender a ameaça. Parte da história segue os sobreviventes Malorie, Tom (Trevante Rhodes), Doouglas (John Malkovich), Cheryl (Jacki Weaver), Lucy (Rosa Salazar), Olympia (Danielle Macdonald), Charlie (Lil Rel Howery), Greg (BD Wong) e Felix (Machine Gun Felix), pessoas completamente diferentes que acabam juntas em uma casa tentando enfrentar toda essa situação.
O maior mérito de Bird box é ser uma história que vai muito além da trama apocalíptica. A produção trata disso muito bem, explicando a criatura — que afeta as vítimas pelo contato visual –, mostrando como isso devastou o mundo e como os personagens lutaram pela sobrevivência sempre vendados. Mas é na entrelinha de retratar a força e os desafios da maternidade, que o filme cresce e se mostra de qualidade.
Esse, inclusive, foi o ponto que conquistou Sandra Bullock no roteiro. Em entrevista coletiva durante a passagem por São Paulo, ela admitiu que só se juntou ao projeto por reconhecer que é uma história de amor: “É um gênero que eu nunca fiz e que normalmente não tem uma história de amor. E eu amo histórias de amor e de família. Minha personagem é forte e você vê no final (do filme) o motivo. Acho que esse é um momento importante de contar histórias como essa, mesmo sendo um entretenimento”.
Num filme desafiador, Sandra Bullock reforça a qualidade de atriz que tem um Oscar no currículo encarando uma protagonista forte, cheia de contradições e que passa boa parte da trama de olhos vendados — ponto que ela destacou como um dos desafios da atuação na trama. Destaque também para os coadjuvantes de luxo Trevante Rhodes, John Malkovich, Sarah Paulson e Jacki Weaver, que, mesmo em cenas menores, acrescentam ao filme. A dupla de atores mirins também é outro ponto alto da produção.
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