Enquanto a novela Amor de mãe, da Globo, está em hiato por conta da pandemia do novo coronavírus, MC Cabelinho, que interpreta o personagem Farula no folhetim, se dedica à carreira na música, iniciada quando ele morava na favela Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro.
Desde o início da quarentena o MC lançou os singles Química, Something for you, em parceria com Juliette Ashby, e Maré, com o Dj Juninho da Espanh. Além disso, o artista está focado no lançamento do segundo CD, sucessor de Minha raiz, de 2018, em que investe em canções do chamado funk consciente.
“O funk consciente é uma necessidade das favelas de mostrar o que a gente vive, como nos sentimos e a realidade triste que boa parte da sociedade ignora constantemente: a violência policial, a falta de saneamento básico, a falta de oportunidade. É a nossa forma de transformar em música, em cultura, todo esse preconceito que as pessoas que moram em comunidade ainda sofrem hoje em dia”, explica o cantor.
A participação na novela veio após um papo com Maria Andrade, que interpreta Verena. A dupla já se conhecia por conta da música e a atriz comentou com Cabelinho sobre o personagem. “Ela ficou sabendo que tinha um papel vago na novela que seria a minha cara (um moleque “cria” de favela, como eu sempre fui e sou até hoje) e topei sentar e avaliar o papel. Quando fiquei sabendo da história do Farula, mesmo que resumidamente, um moleque que era do crime, mas que busca uma oportunidade pra sair e seguir o seu sonho — a história de vida de muitas pessoas da comunidade, abordando todas as dificuldades, a complexidade e o preconceito que existem nessa ressocialização —, topei na hora!”, lembra.
Ele conta que a composição para o personagem foi bem natural, já que Farula vive uma realidade bastante parecida com a dele mesmo. “Não precisei me preparar muito. Morei minha vida toda no Pavão-Pavãozinho, comunidade da Zona Sul carioca que é a minha casa do coração até hoje. E sempre fiz questão de manter meu pé no chão, minhas amizades e meu jeito de ser, e era exatamente isso que eles queriam, alguém que fosse a cara de um ‘menor’ de comunidade do Rio de Janeiro”, explica.
Para a segunda fase da trama, MC Cabelinho evita dar detalhes, mas revela que o personagem terá mais desdobramentos na trama. “Não posso falar muito porque se não perde a graça, mas vocês podem esperar muita força de vontade de um moleque que vai correr muito atrás dos seus sonhos! Espero muito que ele consiga largar a vida do crime para dar o exemplo para toda essa “menorzada’”, completa.
A novela entrou em pausa, mas vinha de uma sequência de muitas críticas positivas. Como você avalia a trajetória da trama?
Acho que está sendo sensacional, mas também, com o time que eles reuniram, não tinha como ser diferente. A Manuela Dias é genial, todos os diretores também são incríveis, estou me sentindo muito honrado em estar com uma equipe dessas no meu primeiro trabalho como ator. Acho que a trama, daqui para frente, só tem a evoluir. E esperem muitas surpresas, porque o Farula ainda vai longe!
Paralelamente ao trabalho na tevê, você continua com a sua carreira de cantor. Como tudo começou para você no funk?
Como eu tinha falado, sempre fui “cria” de comunidade. Nasci, cresci e frequento quase todos os dias a minha favela, o Pavão-Pavãozinho. E, em comunidade aqui no Rio de Janeiro, o funk vem no sangue, é a nossa voz, é a nossa cultura. Uma das poucas formas de lazer que a gente tem são os bailes. Então, eu sempre via os MCs cantando e tinha o sonho de um dia ser eu ali. Quando fui crescendo, comecei a cantar um pouco da realidade que eu via no dia a dia do morro e, daí em diante, tudo fluiu da melhor maneira na minha vida. Fiz uma coletânea dessas músicas do início da minha carreira e lancei ano retrasado junto com algumas inéditas. Foi o meu primeiro CD, chamado Minha raiz, e quem quiser procurar e conhecer um pouco mais de como o Cabelinho começou, é só ir nas plataformas de streaming que está lá!
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