O efeito da segunda tela é cada vez mais frequente. Quem nunca assistiu ao MasterChef tuitando?
O que você faz enquanto assiste ao capítulo da sua série preferida ou durante o episódio daquele reality show imperdível? Ora, vejo tevê e ponto final seria a resposta natural há alguns anos. Mas hoje é diferente. O fenômeno chamado segunda tela chegou há alguns anos com força total. Arrisco-me a dizer que hoje temos terceiras, quartas e inúmeras telas simultâneas.
E as emissoras ー tanto da tevê aberta como da fechada e do serviço de streaming ー já perceberam isso. E não lutam contra o que não pode ser vencido. Espertas, adotam estratégias para que os espectadores não desliguem a tevê enquanto tuítam ou conferem o feed do Facebook, o que inclui conteúdo exclusivo para telas alternativas, as chamadas on demand (ou sob demanda).
Já virou piada entre os jurados do MasterChef Brasil o momento em que a apresentadora Ana Paula Padrão pede que o público participe do programa por meio do Twitter. A interação entre público e apresentadores do programa não vem de hoje ー que o digam as companheiras de trabalho que compravam carnês do Baú. A diferença é que nas atrações contemporâneas, o pedido leva o espectador para outras telas. Ana Paula e o jurado Henrique Fogaça confundem a cabeça do colega dele, Erick Jacquin, quando pedem que o público tuíte usando a hashtag do programa.
Ela não está pedindo votos ー o programa nem ao vivo é. O que Ana Paula quer é que as pessoas comentem nas redes sociais o que aconteceu no ar e que o debate continue mesmo quando o eliminado da semana for anunciado e o reality show sair do ar. A nova conversa de bar se dá nas redes sociais. A estratégia dá certo e é rara a terça-feira em que o MasterChef não figure nos trending topics do país e, às vezes, até do mundo.
O Facebook é a ferramenta escolhida pela Netflix para se manter em contato com o usuário da plataforma de streaming. Por meio da rede social, a empresa ouve sugestões, faz promoções, incentiva debates ー o público de séries como OA e Sense8 adora um teoria da conspiração!
Mais recentemente, a Globo entrou na tendência do on demand. Em meio à perda de audiência e, por meio da Globo Play, a emissora disponibiliza episódios de atrações como ADnight Show. Além disso, produções como as minisséries Carcereiros e A cara do pai, por exemplo, ficaram disponíveis apenas na internet (para assinantes, que se pontue) por um bom tempo. A cara do pai estreou na tevê há poucas semanas. Por outro lado, a excelente Carcereiros é sempre adiada. A última previsão foi para janeiro do ano que vem. Valerá a pena esperar. Enquanto isso, comenta no blog o que você acha da nossa tevê!