Clássico O bem amado entra no catálogo de novelas do Globoplay

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Primeira novela totalmente a cores da televisão brasileira, O bem amado tem personagens marcantes e virou série e filme

Mesmo antes de estrear, em 1973, O bem amado já marcava época e entrava na história como a primeira novela completamente a cores da televisão brasileira. Mas não foi só isso. A obra-prima de Dias Gomes é lembrada até hoje pela forte crítica social e por personagens antológicos como o prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), o matador Zeca Diabo (Lima Duarte, em sua primeira novela como ator na emissora), Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) e as irmãs Cajazeiras Doroteia (Ida Gomes), Dulcineia (Dorinha Duval) e Judiceia (Dirce Migliaccio).

Agora, as novas gerações (e as antigas também) poderão se deliciar com esse clássico no Globoplay. A partir desta segunda-feira (15/2), O bem amado entra no catálogo do serviço de streaming da Globo na íntegra e em versão original.

A trama de O bem amado começa quando o demagogo Odorico Paraguaçu se elege prefeito de Sucupira (cidade fictícia da Bahia) com a promessa de inaugurar um cemitério no local. Os discursos inflamados e recheados de termos como “os cachacistas juramentados” e “vamos botar de lado os entretanto e partir pros finalmente” são alvo de aplausos de Dirceu e das Cajazeiras (amantes de Odorico) e de oposição feroz da delegada Donana Medrado (Zilka Salaberry), do dentista Lulu Gouveia (Lutero Luiz) e do jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella).

O plano de inaugurar o cemitério acaba servindo como pano de fundo para que a política brasileira fosse alvo de críticas. Sem um morto para ser enterrado, Odorico Paraguaçu não mede esforços. Vale convencer o depressivo farmacêutico Libório (Arnaldo Weiss) a se matar, incentivar o desejo de Zelão (Milton Gonçalves) de voar como um pássaro, investigar se há mortos em cidades vizinhas. Mas as tentativas são sempre frustradas.

É aí que entra o matador Zeca Diabo, contratado para matar quem quer que fosse, sem importar a vítima. A questão é que Zeca estava aposentado e sem muita prática. O Brasil de hoje merece a volta de O bem amado para se divertir e, quem sabe, refletir sobre as escolhas de 2022.

Curiosidades sobre O bem amado

  • Primeira novela brasileira a cores
  • Inspirada na peça Odorico, O bem amado, e os mistérios do amor e da morte
  • Apresentou uma espécie de versão brasileira do escândalo de Watergate
  • Odorico Paraguaçu teria sido inspirado em Carlos Lacerda
  • Em 1980, a novela virou série, na Globo
  • Em 1994, Dirceu Borboleta entrou para a Escolinha do Professor Raimundo
  • Em 2010, a história virou filme, com Marco Nanini e José Wilker como Odorico Paraguaçu e Zeca Diabo, respectivamente

Relembre personagens de O bem amado

Lima Duarte como Zeca Diabo
As irmãs Cajazeiras
Zilka Salaberry como Donana
Milton Gonçalves como Zelão

Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) – Dono de uma fazenda produtora de azeite de dendê, neto de Firmino Paraguaçu e filho do coronel Eleutério Paraguaçu. Candidata-se a prefeito da cidade de Sucupira e se elege com uma promessa excêntrica: a construção do cemitério da cidade. Apesar de corrupto e demagogo, é adorado pelos eleitores e exerce fascínio sobre as mulheres. É pai de Telma (Sandra Bréa) e Cecéu (João Paulo Adour). Odorico abusava de uma retórica vazia, repleta de palavras pomposas e neologismos malucos para fazer suas promessas. Também gostava de citar filósofos e políticos, como Platão e Rui Barbosa. Ou inventava frases que atribuía a personalidades. O jeito como abreviava conversas e raciocínios, os eufemismos que usava e os peculiares advérbios que despejava em cada frase caíram no gosto popular e entraram para o folclore nacional. Foi o próprio Paulo Gracindo que inventou muitas das expressões que o personagem proferia, sempre em tom de discurso.

Zeca Diabo (Lima Duarte) – José Tranquilino da Anunciação é seu nome de batismo. Matador temido pelo povo de Sucupira, ingênuo e sem instrução, mas um homem de impulsos generosos. É temente a Padre Cícero, a quem se refere como “Santo Padim Pade Ciço Romão Batista”. Tem uma relação de subordinação e carinho com a mãe, a quem chama de Santa Mãezinha. É irmão de Mestre Ambrósio (Angelito Mello) e Jaciara (Valéria Amar), e pai de Eustórgio (João Carlos Barroso). Ama seu cavalo, Aladim.

Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) – Tímido, gago, desastrado, com um modo estranho de andar e um jeito nervoso de retorcer as mãos e mexer os joelhos, alterna ataques de ira com momentos de mansidão. Secretário particular de Odorico, a quem é fiel e ama como a um pai, embora seja tratado como um capacho. Caça e coleciona borboletas.

Dorotéia Cajazeira (Ida Gomes) – Recalcada e geniosa, irmã de Dulcinéia (Dorinha Duval) e Judicéia (Dirce Migliaccio). Chefe do comitê de campanha de Odorico (Paulo Gracindo), além de vereadora e diretora de escola.

Dulcinéia Cajazeira (Dorinha Duval) – Irmã romântica e submissa.

Judicéia Cajazeira (Dirce Migliaccio) – Irmã caçula de Dorotéia e Dulcinéia.

Ernesto Cajazeira (André Valli) – Primo desenganado das irmãs Cajazeira, é levado para Sucupira por Odorico, de olho em sua morte iminente.

Coronel Hilário Cajazeira (Álvaro Águiar) – Tio das irmãs Cajazeira, inimigo dos Medrados.

Dona Florzinha (Suzy Arruda) – Mãe de Dirceu Borboleta. Tem o rosto sempre aberto num sorriso permanente, refletindo bondade e tranquilidade. Parece viver nas nuvens. Traz sempre um galho de arruda atrás da orelha e os cabelos encaracolados com papelotes.

Telma (Sandra Bréa) – Filha de Odorico Paraguaçu e irmã de Cecéu, apaixonada por Juarez (Jardel Filho).

Cecéu (João Paulo Adour) – Filho de Odorico e irmão de Telma, playboy irresponsável, inconsequente e agressivo, que só arruma confusão.

Zora paraguaçu(Ana Ariel) – Irmã de Odorico.

Lúcia Leão (Analy Alvarez) – Mulher de Juarez (Jardel Filho). Morre durante uma cirurgia.

Juarez Leão (Jardel Filho) – Médico do posto de saúde da cidade, um dos inimigos de Odorico. Mudou-se para Sucupira após a morte prematura da esposa em uma cirurgia. Amargurado, bebe muito e tem raiva da vida. Acusado de ter matado o médico Cinésio Frota.

Donana Medrado (Zilka Sallaberry) – Mulher do delegado Joca Medrado (Ferreira Leite) e avó de Anita (Dilma Lóes) e Carlito (D’Artagnan Mello). Assume extraoficialmente a função de delegada de Sucupira depois que o marido fica paraplégico, mas ele continua a responder pelas decisões.

Joca Medrado (Ferreira Leite) – Delegado de Sucupira, marido de Donana e avô de Anita e Carlito. Leva um tiro durante um confronto entre as famílias Medrado e Cajazeira e fica paraplégico.

Anita Medrado (Dilma Lóes) – Funcionária do posto dos Correios da cidade, neta de Donana e Joca, irmã de Carlito. Teve o pai assassinado a mando de Odorico Paraguaçu. Envolve-se com Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella).

Carlito Medrado (D’Artagnan Mello) – Irmão de Anita, neto de Donana e Joca (Ferreira Leite).

Nadinho (Jorge Botelho) – Hippie, contra a sociedade de consumo, melhor amigo de Cecéu. Apaixonado por Telma, envolve-se com Anita.

Cabo Ananias (Augusto Olímpio) – Ajudante de Donana Medrado na delegacia.

Jairo (Gracindo Júnior) – Vigarista casado com Adalgisa (Maria Cláudia), aplica golpes na população de Sucupira.

Adalgisa Portela (Maria Cláudia) – Mulher de Jairo, jovem, bonita e charmosa. Atrai a atenção de Odorico.

Lulu Gouveia (Lutero Luiz) – Dentista de Sucupira, disputa a eleição para prefeito com Odorico e perde por 79 votos de diferença, apurados na última urna, embora tenha ficado à frente por um bom tempo durante a apuração, tendo até recebido os parabéns por antecipação. Apesar da derrota, não desiste de combater seu adversário político.

Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella) – Manoel Pedreira é dono do jornal A Trombeta e ferrenho opositor da administração de Odorico. Vive noticiando as falcatruas do político, a quem se refere como demagogo e esbanjador de dinheiro público. Ironicamente, fica noivo de Telma, a filha do prefeito.

Zelão das Asas (Milton Gonçalves) – Pescador, casado com Chiquinha do Parto (Ruth de Souza). Desde que escapou com vida de um temporal, tenta cumprir uma promessa feita a Bom Jesus dos Navegantes: voar até as alturas para provar que tem fé. Constrói pares de asas feitas com pano, metal e madeira e faz várias tentativas de alçar voo, sem sucesso.

Chiquinha do Parto (Ruth de Souza) – Mulher do pescador Zelão das Asas, parteira e enfermeira do posto de Higiene, onde o Dr. Juarez (Jardel Filho) é o único médico.

Libório (Arnaldo Weiss) – Farmacêutico da cidade, vive tentando o suicídio mas nunca tem êxito. A razão do desapego à vida é a aversão que sua mulher, Odete (Isolda Cresta), tem por ele. Os dois vivem brigando e ele chega a bater nela durante uma discussão. Ela sai de casa e volta a pedido do marido, mas parte para viver com um amante. Em uma ocasião, o farmacêutico se embrenhou no mato e se pendurou no alto de uma árvore, mas Odorico impediu o suicídio. Em outra passagem, Libório deu um tiro na cabeça e caiu desmaiado, levando todos a crer que estava morto. Chegou a ser colocado no caixão, mas logo se levantou, para espanto geral. As balas eram de festim.

Odete (Isolda Cresta) – Mulher de Libório (Arnaldo Weiss), tipo vulgar. Não gosta do marido, nem finge qualquer afeição. Sai de casa e só o procura quando precisa de dinheiro.

Mestre Ambrósio (Angelito Mello) – Irmão de Zeca Diabo e Jaciara.

Mariana (Teresa Cristina Arnaud) – Filha de Mestre Ambrósio, sobrinha de Zeca Diabo (Lima Duarte) e Jaciara (Valéria Amar).

Jaciara (Valéria Amar) – Irmã caçula de Zeca Diabo e Mestre Ambrósio. Foi para lavar sua honra que Zeca cometeu seu primeiro assassinato.

Eustórgio (João Carlos Barroso) – Filho de Zeca Diabo com Penha. Orgulha-se de ser filho de matador e sonha ir para o cangaço.

Maria da Penha (Guiomar Gonçalves) – Mãe de Eustórgio.

Vigário (Rogério Fróes) – Ex-aliado de Odorico. Vira opositor de sua administração corrupta no decorrer da trama, entrando para a lista de inimigos do político. Quando jovem, relacionou-se com Zora (Ana Ariel), irmã do prefeito.

Tião Moleza (Antônio Carlos Ganzarolli) – Coveiro de Sucupira. Prepara uma cova todo dia. Como não morre ninguém, usa o local como dormitório.

Nezinho do Jegue (Wilson Aguiar) – Mendigo, tem como único amigo o jegue Rodrigues. Quando sóbrio, é defensor de Odorico (Paulo Gracindo). Bêbado, o ataca, gritando: “Morra, coronel Odorico! Esse filho do Cão, ladrão de cavalo, assassino, explorador, desencaminhador descarado!”

Maestro Sabiá (Apolo Correia) – Maestro da banda de música de Sucupira.

Demerval (Nanai) – Barbeiro de Sucupira, morto durante confronto entre as famílias Medrado e Cajazeira.

Jerusa (Marta Anderson) – Cantora contratada para se apresentar na inauguração da boate do hotel de Sucupira. Envolve-se com Jairo (Gracindo Júnior).

* Fonte: Memíoria Globo

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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