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Hacks Crédito: Reprodução/HBO/HBO Max - Hacks Hacks

Cinco motivos para assistir a Hacks (e ver o mundo de uma forma diferente)

Publicado em Séries

Ainda pouco conhecida, Hacks brilha na temporada de premiação e definitivamente merece ganhar uma maratona de fim de semana

O mundo de séries segue em um oceano de possibilidades. Entre opções com incontáveis números no streaming, às vezes fica fácil perder uma ou outra boa produção. Mas não se preocupe, o Próximo Capítulo está a postos para lhe trazer uma luz nessa infinidade de séries.

E a grande dica para aquela maratona despretensiosa de fim de semana fica com Hacks. A produção acabou de concluir a segunda temporada e está disponível na HBO Max. Estrelada pela lendária Jean Smart, Hacks conta a história de uma comediante que segue por anos em uma “residência” de stand up em Las Vegas — o termo é uma referência ao fato de um artista “ganhar” o teatro de algum grande hotel para se apresentar por muito tempo.

A trama começa quando Deborah (interpretada por Jean) é colocada contra a parede com o fim da confortável residência.

Considerada por muitos como “velha”, Deborah tem o grande desafio de se reinventar — na idade em que muitos já buscam a aposentadoria. A boa notícia é que a estrela não precisará encarar tudo isso sozinha, especialmente porque conta com a “ajuda” de Ava (Hannah Einbinder).

Spoilers à parte, vale a pena conferir cinco motivos que te ajudaram a dar uma chance para essa ótima produção:

1) Comédia afiada

A produção tem piadas rápidas, inteligentes e cheias daquele humor ácido em ebulição — clássico da tradição de stand up norte-americana. O melhor do espírito cômico de Hacks é a associação às “tragédias” do cotidiano. Chega a ser surpreendente uma piada sobre vício em drogas, ou de uma filha que “odeia” a mãe.

2) Camadas

Esse humor não é feito só para trazer risadas aos telespectadores, mas sim para criar camadas nas personalidades de diversos personagens. Explico. Existe um episódio na primeira temporada em que um interesse amoroso de Ava acaba cometendo suicídio. A “graça” da mulher esperando com o café na mão em frente a janela quebrada é uma profunda visão sobre o que move a aspirante a comediante: traumas e medo de perdas.

3) Humanidade

Assim como na vida real, os personagens de Hacks vivem em uma eterna dialética entre o bem e o mal. O melhor é que tal característica não é retratada de forma didática, ou querendo ensinar como as pessoas “podem errar”. A grande mensagem é que os personagens tropeçam tentando acertar, sofrem tentando ser feliz e após um intenso crescimento pessoal, alcançam a tão sonhada paz de espírito.

4) Jean Smart

Um dos maiores destaques de Hacks definitivamente é Jean Smart. O protagonismo da lenda de Hollywood é feito de forma brilhante — tanto que ela já ganhou dois Emmys de melhor atriz de comédia com o trabalho. Jean consegue entregar uma Deborah resiliente e forte, com flash de vulnerabilidade e compaixão. Uma receita difícil, mas alcançada com maestria.

5) Coadjuvantes que importam

Diferente de tantas outras séries — especialmente de comédia —, Hacks tenta proporcionar uma construção digna para os personagens coadjuvantes. Isso é feito em “pílulas”. A priori, o público descobre mais sobre a personalidade de Marcus (Carl Clemons-Hopkins), o assistente de Deborah, depois de Kiki (Poppy Liu) — a “personal poker” da comediante. Essas apresentações são feitas de forma dosada e por isso deixam um gosto de “quero mais” no público. Sabe-se que mais coadjuvantes devem ganhar o foco nos próximos episódios (a série já foi renovada para uma 3ª temporada) — este que vos escreve torce para que seja Kayla (Megan Stalter)!