Lá se vão 10 anos que a Kelly de Passione levou cada noveleiro do país a torcer pela adolescente explorada pela avó Valentina (Daysi Lucidi), que se valia da beleza da menina para ganhar dinheiro. Pelo papel, a atriz Carol Macedo ganhou prêmios de revelação do ano. Mas o que ficou foi bem mais que isso.
Carol cresceu e, nesses 10 anos de carreira, fez outras cinco novelas, incluindo a atual Éramos seis, na qual é um dos destaques como Inês, jovem que viveu o luto de perder o noivo, Carlos (Danilo Mesquita), e agora redescobre o amor com o irmão dele, Alfredo (Nicolas Prattes), com quem perdeu a virgindade. Entre Kelly e Inês, Carol Macedo foi crescendo não só na carteira de identidade, mas também na profissão: brilhou, por exemplo, como Katiane, a K2, de Malhação: Viva a diferença (2017) e como Paulina de O tempo não para (2018).
“Comecei como uma menina que, apesar de trabalhar desde os 6 anos de idade como atriz (em comerciais), não sabia como seria estar em um projeto tão grande, interpretando uma personagem de destaque em uma novela do horário nobre da Rede Globo. Hoje, sou uma mulher, muito mais madura, mais vivida, mas, ainda sim, cheia de curiosidades, sempre observando e querendo aprender mais”, analisa Carol, em entrevista ao Correio.
“Se considerarmos que comecei como uma adolescente de 16 anos e hoje sou uma mulher de 26, o tempo se torna ainda mais irrelevante. Meu corpo passou por mudanças significativas, além de ter interpretado personagens bem diferentes e em todas as faixas de horário”, completa a atriz.
Embora seja uma novela de época, Éramos seis traz algumas discussões contemporâneas, como a colocação da mulher no mercado de trabalho, por exemplo. Isso é sinal de que ainda temos muito que avançar?
Acredito que sim, ainda temos muito a avançar em alguns temas abordados pela novela. Sobre o exemplo citado da colocação da mulher no mercado de trabalho, acho que estamos avançando nesse sentido, mas talvez ainda não da maneira e com a rapidez que gostaríamos. As mulheres, por exemplo, ganham menos, em média, do que homens que ocupam as mesmas funções em diferentes áreas de atuação. Acho importante que as novelas provoquem essas reflexões e discussões em nossa sociedade.
O texto de Éramos seis vem de um livro e já virou novela outras vezes. O quanto a construção da sua personagem foi baseada em outras versões da Inês?
Na verdade eu construí a minha Inês do zero. Optei por não assistir a outras versões, pois apesar de a Inês ser considerada a nova versão da Carmencita, a personagem não só tem um outro nome, como sua história é totalmente diferente.
A Inês é sua primeira personagem de época. Como está sendo essa experiência? É muito diferente?
Eu sempre tive muita vontade de fazer uma novela de época. Tudo muda! Além da fotografia, dos figurinos e dos cenários, tenho também um cuidado especial com a postura corporal, o modo de falar e de se colocar em cena… É uma experiência e um desafio muito gostoso já que me tira totalmente da minha zona de conforto e me leva para um lugar do qual não estou acostumada. É mais uma motivação para amar o que faço!
A Inês pressionava o Carlos (Danilo Mesquita) para que eles se casassem logo. Casar-se também é um sonho seu?
Penso em casar, mas sou muito tranquila quanto a isso. Não é algo que fico martelando em minha cabeça. Gosto de deixar as coisas acontecerem no momento certo. Deixo a energia fluir!
Você demorou um pouco a entrar na novela. Como controla a ansiedade num caso como esse?
Mesmo entrando na novela já em andamento, as minhas gravações começaram com bastante antecedência. Além disso, tive todo o tempo de preparação e leitura de texto. Gosto de ver logo o resultado do que estou fazendo para estudar o que posso melhorar, mas como já estava na ativa não deu tempo de ficar ansiosa (risos).
Éramos seis é sua sexta novela em 10 anos. Como fica o famoso “descansar a imagem”?
Acredito que seis novelas em 10 anos seja uma quantidade razoável de trabalhos na televisão. Se consideramos que durante esse período eu comecei como uma adolescente de 16 anos e hoje sou uma mulher de 26, o tempo se torna ainda mais irrelevante. Meu corpo passou por mudanças significativas além de ter interpretado personagens bem diferentes e em todas as faixas de horário da grade de novelas da Globo. Ao longo desses 10 anos também tive a oportunidade de gravar filmes e inclusive viajar por todo o Brasil com uma peça durante um ano.
Sair de uma personagem para entrar em outra tão rapidamente é um desafio?
Em todos os meu trabalhos tive a sorte de fazer personagens com personalidades e características bem diferentes uma das outras. Isso ajuda, mas o estudo e comprometimento de entender quem é aquela pessoa e dar vida a ela, vai ser o mesmo, emendando trabalhos ou não. Sempre será um desafio, e no meu caso, quanto mais melhor! O desafio acaba se tornando o meu combustível para continuar fazendo o que faço há tantos anos.
Você vê muita diferença da Carol que estreou em Passione para a que está hoje no ar em Éramos seis? Quais são as principais?
Com certeza! Comecei como uma menina que, apesar de trabalhar desde os 6 anos de idade como atriz, não sabia como seria estar em um projeto tão grande interpretando uma personagem de destaque em uma novela do horário nobre da Rede Globo. Durante cada trabalho convivi e tive como mentores pessoas que já eram minhas referências antes mesmo de sonhar estar ali. Sou muito agradecida por isso. Hoje sou uma mulher, muito mais madura, mais vivida, mas, ainda sim, cheia de curiosidades, sempre observando e querendo aprender mais.
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