Em Dercy de verdade, Heloísa Périssé e Fafy Siqueira dividiram o papel de Dercy Gonçalves, pioneiro no humor brasileiro
A vida da atriz Dercy Gonçalves está bem longe de ter sido uma piada. A humorista teve que enfrentar dificuldades e preconceitos desde antes de sonhar com a carreira artística e morreu sem ser reconhecida por todos como a primeira grande atriz do humor brasileiro.
Essa história de superação, repleta de lágrimas e risos é a base para a excelente minissérie Dercy de verdade, escrita por Maria Adelaide Amaral e dirigida por Jorge Fernando em 2012. A partir deste sábado (8/1), o público poderá rever a obra no canal Viva, às 20h30.
A trama começa na década de 1920, com Dercy ainda chamada de Dolores (Heloísa Périssé) sendo expulsa do coro feminino da igreja, apesar da belíssima voz. A justificativa: ela não tinha modos; e se pintava como uma “mulher da vida”. Começa assim a narrativa de batalhas de Dercy para ser ela mesma e para fazer aquilo em que acreditava.
Dercy de verdade acompanha a trajetória dessa comediante, muitas vezes confundida com meretriz de uma forma humana, lírica até. Não espere uma sucessão de esquetes. Não é isso (ainda bem!) que a minissérie faz.
Heloísa Pérrissé e Fafy Siqueira estão perfeitas em quase uma homenagem à diva que elas mesmas citam como referência. É interessante rever personagens que foram de importância para o estabelecimento da televisão no Brasil, como Boni (Bruno Boni de Oliveira), Chico Anysio (Nizo Netto) e Carlos Manga (Danton Mello), por exemplo.
Relembre os personagens de Dercy de verdade
Dolores/ Dercy (Luiza Périssé/Heloísa Périssé e Fafy Siqueira) – Artista irreverente. Destemida, saiu de uma pequena cidade, no interior do Rio de Janeiro, e conquistou um público fiel em quase um século de trabalho. Ficou conhecida como uma das maiores atrizes da Commedia Del’Art. Casou-se com Pascoal (Fernando Eiras) e Augusto Duarte (Tuca Andrada). Decimar (Bruna Botelho/Samara Felippo) foi fruto de um rápido romance com Valdemar (Cássio Gabus Mendes).
Pascoal (Fernando Eiras) – Primeiro marido de Dercy. Juntos criaram a dupla Os Pascoalinos.
Valdemar (Cássio Gabus Mendes) – Teve um envolvimento com Dercy, com quem teve Decimar. Apesar de ser casado e não poder assumir publicamente a filha, sustentou as duas às escondidas e nunca as deixou desamparadas financeiramente.
Augusto Duarte (Tuca Andrada) – Jornalista que conhecia profundamente os bastidores e os negócios do Teatro de Revista. Tornou-se empresário de Dercy e casou-se com ela. Foi infiel no casamento e nas finanças, e o relacionamento não vingou.
Homero Kossak (Armando Babaioff) – Homem culto, bonito e amigo de Dercy. Ela era apaixonada por ele, mas teve de se contentar em ser madrinha de casamento do amigo.
Clô Prado (Drica Moraes) – Socialite e amiga de Dercy. Ela escreveu a peça Miloca Recebe aos Sábados para a comediante.
Bita (Rosi Campos) – Irmã e amiga fiel de Dercy Gonçalves. Após se casar, deixou Santa Maria Madalena e se mudou para o Rio de Janeiro. Era ela quem cuidava de Decimar, sua sobrinha.
Manuel (Walter Breda) – Pai de Dercy Gonçalves. Nunca aceitou nem apoiou as escolhas de Dercy. Foi abandonado pela esposa por ter sido infiel.
Chico Anysio (Nizo Netto) – Ator e amigo de Dercy Gonçalves. Foi ele quem apresentou Carlos Manga (Danton Mello) para a atriz.
Carlos Manga (Danton Mello) –Produtor da TV Excelsior e responsável pela primeira aparição de Dercy na TV.
Isabel de Oliveira (Paula Burlamaqui) – Atriz e responsável pela primeira aparição de Dercy no teatro Boavista, em São Paulo.
Boni (Bruno Boni de Oliveira) – Produtor da TV Rio e mais tarde da TV Globo.
Vito Tadei (Ricardo Tozzi) – Acrobata, professor de natação e mulherengo. Foi namorado de Dercy. Acabou abandonando a atriz para seguir carreira na Europa.
Walter Pinto (Eduardo Galvão) – O mais importante produtor do Teatro de Revista da Praça Tiradentes e responsável por trazer atrações internacionais para o Rio de Janeiro. Dercy Gonçalves estrelou a maioria de suas peças.
Dr. Simão (Daniel Boaventura) – Psiquiatra por quem Dercy se apaixonou. Tentou seduzi-lo, sem sucesso.
*Fonte: Memória Globo