Atriz brasiliense Gabrielle Joie leva representatividade à novela Bom Sucesso

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Gabrielle Joie estreia em novelas como a Michelly, personagem trans de Bom Sucesso. “O meu intuito é que meninas como ela se sintam representadas”, afirma. Leia entrevista.

A atriz Gabrielle Joie sente saudades da infância, passada em Ceilândia e em pontos do DF, como o Parque da Cidade. Mas a menina que morou na capital federal até os 18 anos cresceu, tornou-se atriz e é, hoje, porta-voz da representatividade.

Gabrielle é trans e já interpretou personagens transgêneros na série Toda forma de amar, do Canal Brasil, e em uma participação especial em um episódio de Sob pressão, da Globo. Atualmente, ela é Michelly, na novela Bom Sucesso, exibida na faixa das 19h da Globo.

Para ela, viver Michelly é uma ação que vai além da arte, flerta com a política. “É ótimo para o momento em que nosso país se encontra politicamente, além de toda representatividade que é muito importante. Ocupar espaços sendo minoria é uma forma de revolução. Estamos mudando o mercado em pequenos passos, mas a sociedade ainda é hostil e preconceituosa”, afirma, em entrevista ao Próximo Capítulo.

Gabrielle revela que torce para que Michelly drible o preconceito e encontre um namorado na novela, mas tudo com a leveza que a trama vem conferindo ao tema até o momento.

Na entrevista a seguir, Gabrielle Joie fala sobre Bom Sucesso, representatividade e sua infância em Brasília. Confira!

Entrevista// Gabrielle Joie

Como a questão da transexualidade da sua personagem será tratada em Bom sucesso, que é uma novela das 19h?
Será tratado de forma mais lúdica, como uma adolescente comum, com personalidade e que enfrentará, sim, a transfobia dentro e fora da escola. Mas o foco por enquanto não é no sofrimento e dilemas da transexualidade.

A sua personagem terá um namorado na novela? Como isso será abordado?
Ela é muito galanteadora e romântica. Espero que em algum momento ela tenha um namoradinho.

Com Bom sucesso no ar, a Globo terá duas personagens trans interpretadas por atrizes trans em suas novelas. Isso significa mais representatividade? A sociedade já vê com menos preconceito essa questão?
É ótimo para o momento em que nosso país se encontra politicamente, além de toda representatividade que é muito importante. Ocupar espaços sendo minoria é uma forma de revolução. Estamos mudando o mercado em pequenos passos, mas a sociedade ainda é hostil e preconceituosa.

Globo/Mauricio Fidalgo. Gabrielle em cena de Sob pressão, ao lado de Bruno Garcia

Você tem medo de a personagem não ser bem aceita pelo público?
Até agora o feedback tem sido muito bom e sou muito grata por isso, mas não tive nem tenho medo dos “haters”. O meu intuito é que meninas como a Michelly se sintam representadas.

Você também viveu uma personagem trans em Sob pressão. Sua ideia é continuar levantando a bandeira de que personagens trans devem sempre ser vividos por atores e atrizes trans?
Claro que ninguém melhor que nós mesmos para contar os dilemas da nossa trajetória, mas a graça de ser ator é ser camaleão e poder viver histórias e pessoas diferentes. Espero, inclusive, fazer papéis cis no futuro.

Você nasceu em Brasília,. Como é sua relação com a cidade?
Impossível não falar de Ceilândia, onde nasci e vivi 18 anos da minha vida. Hoje sinto muita falta da família que, por conta do trabalho, fico muito tempo sem visitar. Sinto saudades da infância no Parque da Cidade e de outros lugares que costumava ir com meus pais quando pequena.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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