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Assalto ao Banco Central de Fortaleza ganha série documental na Netflix

Publicado em Séries

Série documental 3 toneladas: Assalto ao Banco Central traz detalhes do roubo de R$ 164 milhões do Banco Central, em 2005

O roubo de R$ 164 milhões dos cofres do Banco Central de Fortaleza (CE), em 2005, já virou filme e, agora, está de volta às telas. Desta vez, no formato da série documental em três episódios 3 toneladas: Assalto ao Banco Central, dirigida por Rodrigo Astiz e roteirizada por Daniel Billio. A série chega ao catálogo da Netflix nesta quarta-feira (16/3), mas o Próximo Capítulo já assistiu aos episódios e conta se vale a pena ver.

3 toneladas: Assalto ao Banco Central é dividido em três momentos: o crime em si, a procura dos criminosos e o que foi feito do dinheiro. O principal trunfo da série é a quantidade de informações reunidas por Rodrigo Astiz. Mais do que isso: o modo em que ela nos é apresentada, não como numa grande reportagem, mas como um filme mesmo, com direito a clímax e reviravoltas no roteiro. As imagens inéditas e os raros depoimentos de policiais federais ー não somente de delegados e investigadores chefe ー que trabalharam no caso. Devidamente protegidos pelo anonimato, eles trazem detalhes saborosos, como diálogos do momento da prisão de um dos assaltantes.

Os episódios de 3 toneladas: Assalto ao Banco Central

O primeiro episódio da série é intitulado de O crime. Aqui, sem nenhum pudor, é apresentado o quanto a polícia ficou estupefata diante da ousadia daquele crime. Também podemos ver o quão bem planejada foi a ação, pensada em detalhes como o de pegar apenas notas novas e de R$ 50 para evitar que o dinheiro fosse rastreado. Em depoimentos, vemos o medo de os bandidos fazerem polícia de boba e ー pior ainda ー passassem para a história como anti-heróis e não como vilões.

Depois, vem o episódio A caçada, sobre a tentativa de prender os 34 participantes do assalto. É muito interessante ver a acertada estratégia da Polícia Federal de ir cercando os bandidos por meio não só de pistas oficiais, mas de conversas com “populares”, com o balconista da farmácia ou o dono do botequim. Os policiais são humanizados durante toda a série, mas com mais evidência neste episódio. Na prisão de Alemão, por exemplo, um policial lembra o diálogo em que o bandido diz a eles que estava cansado de fugir. Emocionado, o policial lembra que eles também estavam “exaustos” daquela caçada, de estar tanto tempo longe da família, sob pressão e sofrendo cobranças do Estado e da sociedade.

3 toneladas: Assalto ao Banco Central termina com o mais insólito dos episódios: Dinheiro maldito. Aqui, fica evidente que a qualidade do planejamento do roubo é inversamente proporcional ao planejamento do que fazer depois do roubo. Com alto montante em dinheiro nas mãos, ficava cada vez mais difícil se esconder sem chamar a atenção para um sítio comprado à vista e em dinheiro, por exemplo. Aqui, são todos humanos. Os erros dos bandidos os tornam humanos e os dos policiais também. É nesse episódio que está o grande motivo de assistir a 3 toneladas: Assalto ao Banco Central: se deparar com detalhes até então novos, com histórias inéditas narradas pela polícia e ilustradas por áudios e documentos.

A verve cinematográfica do crime se torna ainda mais evidente nesse seminário, cuja edição nos convida a uma maratona. Assistir aos três episódios em sequência ajuda a entender esse ousado crime.